Trauma na infância, transtornos psiquiátricos e conduta antissocial em mulheres: avaliação dos níveis de concentração sérica de BDNF

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dc.contributor.advisorFerrão, Ygor Arzeno
dc.contributor.advisor-coTaborda, José Geraldo Vernet
dc.contributor.authorAlmeida, Helena Dias de Castro Bins Rebeschini de
dc.date.accessioned2021-06-14T18:58:29Z
dc.date.accessioned2023-10-09T16:32:50Z
dc.date.available2021-06-14T18:58:29Z
dc.date.available2023-10-09T16:32:50Z
dc.date.date-insert2021-06-14
dc.date.issued2019
dc.descriptionTese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.pt_BR
dc.description.abstractTranstornos psiquiátricos e traumas na infância são altamente prevalentes em mulheres encarceradas. O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) desempenha vários papéis na sobrevivência, estrutura e função neuronal. Dados da literatura sugerem que ele é um substrato neurobiológico que modera o impacto das adversidades na infância na expressão tardia de doenças mentais. Objetivou-se, neste estudo, avaliar variáveis sociodemográficas, clínicas e neurobiológicas em mulheres encarceradas. O primeiro artigo descreveu, através de estudo de prevalência controlado, o perfil sociodemográfico, psicopatológico e criminal de uma amostra de 147 mulheres pareadas em quatro grupos (hospital psiquiátrico forense, internação psiquiátrica, prisão e controle). O segundo artigo avaliou a associação entre o nível de concentração sérica de BDNF em mulheres com trauma na infância (em cinco subtipos - abuso físico, abuso sexual, abuso emocional, negligência física e negligência emocional) e/ou transtornos psiquiátricos e/ou conduta antissocial (crime), comparando-as com mulheres saudáveis, em uma amostra consecutiva de 110 mulheres pareadas em três grupos (forense - doentes mentais que cometeram crimes -, clínico - internação psiquiátrica – e controle). Os grupos foram avaliados por meio de questionário de dados sociodemográficos, do Questionário sobre Traumas na Infância e de entrevista semiestruturada diagnóstica Mini International Neuropsychiatry Interview Plus. Os níveis séricos de BDNF foram medidos após a entrevista. O nível de significância adotado na análise estatística foi de 5%. Os índices de transtornos mentais e de trauma na infância foram elevados no grupo de mulheres encarceradas, que apresentou perfil sociodemográfico, criminal e psicopatológico comprometido e semelhante aos já descritos na literatura. A prevalência e os escores de abuso emocional foram maiores nos grupos clínico e forense do que no grupo controle. Níveis mais baixos de BDNF foram associados a abuso emocional no grupo forense, assim como a abuso sexual no grupo controle. O uso de Carbonato de Lítio foi associado a níveis mais altos de BDNF. Após regressão logística multinomial, baixos níveis de BDNF, altos níveis de abuso emocional e presença de delito familiar foram considerados fatores relacionados às pacientes do grupo clínico. Os resultados do presente estudo indicam que a presença de transtornos psiquiátricos e a exposição a eventos traumáticos precoces são altamente prevalentes em amostras femininas forenses, representando um grave problema de saúde pública. Os achados também permitem supor que o ambiente ofensivo favoreça o abuso emocional na infância, e que isso danifique os neurônios (o que é inferido por níveis baixos de BDNF), deixando as pessoas mais vulneráveis a desfechos desfavoráveis como a doença mental. A presença de delito familiar somada à presença de abuso emocional na infância e à presença de baixo BDNF propicia vulnerabilidade biológica, com o aparecimento de doença mental aguda, e é possível esboçar a hipótese de que fatores ambientais estão modificando a expressão fenotípica. Os resultados deste estudo ressaltam a ideia de que o BDNF possa ser um importante fator relacionado ao desenvolvimento de doenças e criminalidade em mulheres vítimas de trauma infantil, tornando-se um possível marcador biológico.pt_BR
dc.description.abstract-enPsychiatric disorders and childhood trauma are highly prevalent in female inmates. Brain-derived neurotrophic factor (BDNF) plays a number of roles in neuronal survival, structure and function. Data in the literature suggest that it is a neurobiological substrate that moderates the impact of childhood adversities on the late expression of psychiatric disorders. The objective of this study was to evaluate sociodemographic, clinical and neurobiological variables in incarcerated women. The first article described, through a controlled prevalence study, the sociodemographic, psychopathological and criminal profile of a sample of 147 women paired in four groups (forensic psychiatric hospital, psychiatric hospitalization, prison and control). The second article evaluated the association between BDNF levels in women with childhood trauma (in five subtypes - physical abuse, sexual abuse, emotional abuse, physical neglect and emotional neglect) and/or psychiatric disorders and/or antisocial behavior (crime), comparing them to healthy women, in a consecutive sample of 110 women matched in three groups (forensic - mentally ill who committed crimes -, clinical - psychiatric hospitalization - and control). The groups were evaluated through a sociodemographic questionnaire, as well as through the Childhood Trauma Questionnaire and the Mini International Neuropsychiatry Interview Plus. Serum levels of BDNF were measured after the interview. The level of significance adopted in the statistical analysis was 5%. The rates of mental illness and childhood trauma were high in the incarcerated group, who presented an impaired sociodemographic, criminal and psychopathological profile, similar to those already described in the literature. The prevalence of and scores for emotional abuse were higher in the clinical and incarcerated groups than in the control group. Lower BDNF levels were associated with emotional abuse in the incarcerated group as well as with sexual abuse in the control group. Lithium carbonate use was associated with higher levels of BDNF. After multinomial logistic regression, lower levels of BDNF, higher levels of emotional abuse and the presence of familial offense were considered factors related to the patients of the clinical group. The results of the present study indicate that the presence of psychiatric disorders and exposure to early traumatic events are highly prevalent in female forensic samples, representing a serious public health problem. Based on our findings, it can be assumed that the offending environment favors childhood emotional abuse, and that it damages the neurons (conclusion that is inferred through low BDNF levels), leaving people more vulnerable to poor outcomes such as mental disease. The presence of a family offense added to the presence of childhood emotional abuse plus the presence of low BDNF provides a biological vulnerability with the outbreak of acute mental illness, and it is possible to sketch out the hypothesis that environmental factors are modifying the phenotypic expression. The results of this study underscore the idea that BDNF may be an important factor related to the development of diseases and criminality in women who are victims of childhood trauma, becoming a possible biological marker.pt_BR
dc.description.sponsorshipCAPESpt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/1641
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.publisherWagner Wessfllpt_BR
dc.relation.requiresTEXTO - Adobe Readerpt_BR
dc.rightsAcesso Aberto Imediatopt_BR
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/*
dc.subjectFator Neurotrófico Derivado do Encéfalopt_BR
dc.subjectTranstornos Mentaispt_BR
dc.subjectAdultos Sobreviventes de Eventos Adversos na Infânciapt_BR
dc.subjectMulheres Abusadaspt_BR
dc.subjectCrimept_BR
dc.subject[en] Brain-Derived Neurotrophic Factoren
dc.subject[en] Mental Disordersen
dc.subject[en] Adult Survivors of Child Adverse Eventsen
dc.titleTrauma na infância, transtornos psiquiátricos e conduta antissocial em mulheres: avaliação dos níveis de concentração sérica de BDNFpt_BR
dc.typeTesept_BR
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