Ingestão energética nas principais refeições e fatores associados em crianças de baixa condição socioeconômica atendidos em unidades de saúde de Porto Alegre
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Data
2017
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Editora
Editor Literário
Resumo
Introdução: As práticas alimentares desenvolvidas na infância tendem a se manter
ao longo da vida. Observa-se que os padrões dietéticos atuais entre as crianças se
encontram aquém das recomendações dietéticas, devido principalmente ao consumo
elevado de alimentos como refrigerantes, doces e salgadinhos em detrimento da
alimentação básica e tradicional dos brasileiros. A manutenção desses padrões
alimentares pode levar a desfechos desfavoráveis à saúde, tanto em curto quanto em
longo prazo. Dessa forma, é de extrema importância o desenvolvimento de pesquisas
com o objetivo de identificar as práticas alimentares e fatores associados a elas, tendo
em vista a prevenção precoce de doenças associadas à alimentação. Objetivo:
Avaliar a ingestão energética nas principais refeições e fatores associados em
crianças de baixa condição socioeconômica. Método: Estudo transversal aninhado
ao ensaio de campo randomizado por conglomerado realizado com 446 crianças de 3
anos de idade atendidas em Unidades de Saúde. Dados dietéticos foram obtidos por
dois inquéritos recordatórios de 24 horas. As refeições principais foram definidas como
almoço e jantar, sendo compostos por cereais ou tubérculos, leguminosas, proteína
animal e hortaliças. O percentual de energia consumido nas refeições principais em
relação à ingestão energética total da dieta foi comparado às recomendações.
Aplicou-se regressão linear pelo método de equações de estimação generalizada,
utilizando modelo hierárquico e análise de variância (Anova). Resultados: A média
de ingestão energética diária entre as crianças avaliadas (n=446) foi
1502,7±322,3Kcal/dia, sendo 24,8% destas provenientes das refeições principais.
Nenhuma criança atingiu o consumo energético esperado nessas refeições, de no
mínimo 60%. A baixa escolaridade materna foi associada ao maior percentual de
consumo energético nas refeições principais pelas crianças (p=0,033), enquanto a
menor escolaridade paterna foi associada ao menor percentual de consumo nessas
refeições (p=0,001). As crianças que estavam no menor tercil de consumo no almoço
e jantar ingeriram valores maiores de calorias e gramas de alimentos de alta
densidade energética (p<0,05). Conclusão: O consumo energético nas refeições
principais foi baixo e associou-se à maior ingestão de alimentos de elevada densidade
energética. A escolaridade dos pais foi o principal determinante do padrão de
consumo nas refeições.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Pré-Escolar, Comportamento Alimentar, Refeições, Consumo Alimentar, Nível Socioeconômico, Lanches, [en] Child, Preschool, [en] Feeding Behavior, [en] Meals, [en] Food Consumption, [en] Social Class, [en] Snacks