O impacto da hipogravidade simulada na biomecânica da marcha

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2024-05-24
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editora
Editor Literário
Resumo
Poucas informações se têm sobre a locomoção e o movimento humano sob hipogravidade sustentada, isso representa um sério problema para a expansão da exploração espacial humana. Estudos neste contexto são fundamentais para o entendimento e desenvolvimento de contramedidas necessárias. Esse trabalho procurou avaliar o impacto da hipogravidade simulada, através de uma esteira antigravitacional, na biomecânica da marcha. A primeira etapa consistiu no desenvolvimento de uma revisão sistemática, seguindo as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analysis (PRISMA). As bases de dados definidas para a realização das buscas foram Medline/Pubmed, Embase, Virtual Health Library, Web of Science, ScienceDirect, Scopus e SPORTDiscus. A última busca foi realizada em agosto de 2022. A análise da qualidade foi realizada através da Escala PEDro (Physiotherapy Evidence Database). Na segunda etapa foi realizado um estudo observacional transversal, em que um total de 13 alunos da Universidade de Lisboa foram avaliados, através do equipamento XSensTM Motion Capture MVN Analyze, durante a marcha na esteira antigravitacional AlterG® VIA 400/400X Anti-Gravity TreadmillTM, em 7 momentos de descarga corporal, simulando os ambientes da Terra, de Marte e da Lua. Foram coletados parâmetros espaçotemporais da marcha, bem como variáveis cinemáticas tridimensionais dos deslocamentos angulares do tornozelo, joelho e quadril, da perna direita. Os resultados da primeira etapa mostraram que o uso da AlterG® apresenta benefícios na reabilitação de osteoartrose, de fraturas e em casos pós-cirúrgicos. Os principais desfechos analisados foram a dor, quadro funcional, análise da marcha e a função muscular. Não foram encontrados estudos utilizando a esteira antigravitacional no recondicionamento pós-voo espacial, apesar de existirem possíveis efeitos positivos. Sobre os resultados da segunda etapa, o ambiente da Lua apresentou tempo do passo maior que dois ambientes da Terra (p=0,004). O tempo da fase de balanço demonstrou ser maior no ambiente da Lua comparado aos três ambientes terrestres (p<0.001). Terra apresentou cadência maior que Lua (p=0,006). A variação angular da amplitude de movimento, mostrou que os três ambientes da Terra apresentam valores maiores comparados aos outros ambientes. Os ambientes de Marte apresentam curvas intermediárias entre os três ambientes da Terra e os dois ambientes da Lua, para a maioria dos movimentos, mostrando que as alterações no padrão da marcha são diretamente proporcionais a exposição à hipogravidade. Espera-se que um maior entendimento da cinemática da marcha em hipogravidade simulada colabore para o desenvolvimento de contramedidas eficazes e inovadoras para a reabilitação da marcha e para a exploração humana do espaço.
Descrição
Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Informação e Gestão em Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Hipogravidade simulada, Esteira antigravitacional, Reabilitação, Voo Espacial, [en] Simulated hypogravity, [en] Antigravity treadmill, [en] Rehabilitation, [en] Space Flight
Citação