Associação entre a Disfagia Orofaríngea e a Frequência de Exacerbações na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
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Data
2017
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Editora
Editor Literário
Resumo
As doenças respiratórias crônicas representam um dos maiores problemas de saúde
pública, pois interferem na capacidade física gerando grande impacto
socioeconômico e na qualidade de vida e atualmente estão entre as principais
causas de internação hospitalar. Pacientes com alterações respiratórias podem
apresentar risco para aspiração, uma vez que a modificação no padrão respiratório
pode alterar a sincronia entre a respiração e a deglutição, fundamental para a
proteção da via aérea inferior. A coordenação entre a respiração e a deglutição é de
suma importância para os pacientes acometidos com DPOC, pois os episódios de
aspiração traqueal decorrentes dos transtornos da deglutição podem levar a uma
exacerbação da doença, complicando para o quadro clínico. Pacientes que
apresentam duas ou mais exacerbações no último ano ou uma que demandou
internação hospitalar são definidos como fenótipo exacerbador. O objetivo da
pesquisa foi verificar a ocorrência de associação entre a Disfagia Orofaríngea e a
frequência de exacerbações na DPOC. Métodos: Estudo transversal analítico para
o qual foram recrutados pacientes com DPOC em estado estável que realizavam
acompanhamento ambulatorial no serviço de pneumologia do Hospital Pavilhão
Pereira Filho. Pacientes com diagnóstico de DPOC pelos critérios do GOLD
(VEF1/CVF <0,7 pós-broncodilatador) que aceitaram participar da pesquisa,
responderam a um questionário de auto avaliação para risco de disfagia, realizaram
uma avaliação clínica e uma avaliação instrumental, por meio do exame de
Videofluoroscopia da deglutição. A aprovação deu-se sob parecer no 1.541.638.
Resultados: Vinte e sete pacientes com diagnóstico de DPOC responderam o
questionário de auto avaliação do risco de disfagia e realizaram a avaliação clínica
da deglutição. Dezoito (66,7%) pacientes foram submetidos à avaliação instrumental
por meio do Exame de Videofluoroscopia da deglutição. A média de idade dos
pacientes avaliados foi de 62,7 anos sendo a maioria mulheres (63%) e mais da
metade dos pacientes (70,4%) apresentaram fenótipo exacerbador. Observou-se
associação significativa (p=0,039) entre os pacientes com diagnóstico de disfagia e o
número de exacerbações no último ano. Conclusão: A presença da disfagia deve
ser considerada naqueles pacientes que experimentam exacerbações agudas
recorrentes da DPOC. As características da deglutição nessa população com
fenótipo exacerbador necessitam de maiores esclarecimentos para diminuir o
número de exacerbações de DPOC proporcionando uma melhor qualidade de vida.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Palavras-chave
Deglutição, Transtorno de deglutição, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Exacerbação, [en] Deglutition, [en] Swallowing disorders, [en] Pulmonary Disease, Chronic Obstructive (COPD), [en] Exacerbation