Efeito do peso em membros inferiores na marcha de indivíduos com ataxia espinocerebelar III (SCA3)
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Data
2014
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Editor Literário
Resumo
Introdução: A utilização de peso na região distal dos membros inferiores (MI) melhora o equilíbrio estático, antecipatório e reativo, assim como a coordenação da marcha e tremor cerebelar de pacientes com ataxia. O objetivo deste estudo foi avaliar a marcha de indivíduos com ataxia espinocerebelar tipo 3 (SCA3) com o emprego de peso nos membros inferiores. Métodos: Trata-se de um estudo quase experimental, onde a investigação foi realizada com 25 sujeitos com diagnóstico de doença SCA3 (doença de Machado Joseph) com ataxia na marcha. Para serem incluídos os indivíduos deveriam ter entre 25 e 65 anos, diagnóstico de SCA3 confirmada molecularmente e deambulantes. Foram excluídos os indivíduos que necessitavam de auxilio de dispositivos para marcha (muletas, cadeira de rodas, órteses), que tenham a pontuação ≥ 4 no item da marcha na Escala para Avaliação e Graduação de Ataxia (SARA) ou incapazes de deambular por mais de 10 m. Todos pacientes foram avaliados nas seguintes condições: marcha sem intervenção de peso, caneleira placebo (42 g), com peso de 0,5 kg e 1 kg. Os pacientes foram avaliados quanto aspectos da ataxia da marcha por meio dos itens 1, 2, 3 e 8 da escala de SARA. A avaliação cinemática da marcha foi feita por meio da colocação de um cinto com o acelerômetro e giroscópio (Free4Act system – PROTOCOL WalkL5 Ver. 1.6 durante uma caminhada por 10 m), avaliando velocidade, cadência, comprimento do passo, duração da passada, fase de apoio, fase de balanço, duração de duplo apoio e de apoio simples e as oscilações do tronco em relação à flexão e extensão, flexão lateral e rotações. Ao final das avaliações os participantes foram questionados, qual a preferência deles em relação as caneleira utilizadas para deambulação. As frequências absolutas e em percentual foram calculadas para as variáveis qualitativas bem como média e desvio-padrão para as quantitativas. Para a comparação dos grupos, utilizou-se um modelo de equações generalizadas GEE (Generalized Estimating Equations) que permite comparar mais de dois grupos considerando a correlação existente entre as observações do mesmo paciente. Para as comparações duas a duas, utilizou-se a correção de Bonferroni. O nível de significância adotado foi 5%. As análises foram procedidas no software SPSS versão 18. Resultados: Na pontuação da SARA, comparação entre as caneleiras, tivemos uma diminuição da pontuação com a utilização dos pesos de 0,5 kg e 1 kg. Na avaliação da impressão dos pacientes 80% dos mesmos referiram beneficio com uso de caneleira com algum peso. A velocidade e cadência da marcha apresentaram redução significativa com utilização de caneleiras. Os demais itens do ciclo da marcha não tiveram diferença estatística. Conclusão: A adição de peso na região distal dos membros inferiores melhorou a graduação da SARA, diminuiu a velocidade e a cadência da marcha, ficando com parâmetros mais próximos da normalidade. Além disso, os indivíduos relataram melhora para deambular logo após a colocação dos pesos. A utilização de caneleiras em pacientes com SCA3 traz benefício no distúrbio atáxico apresentado por estes indivíduos.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Doença de Machado-Joseph, Ataxia, Ataxias Espinocerebelares, Marcha, Reabilitação, [en] Machado-Joseph Disease, [en] Spinocerebellar Ataxias, [en] Gait, [en] Rehabilitation