Ototoxicidade induzida pela exposição a agrotóxicos: estudo em modelo animal
Carregando...
Data
2021
Autores
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editora
Editor Literário
Resumo
Introdução: O uso de agrotóxicos isolados e em combinação é muito comum
na agricultura, bem como na saúde pública a fim de combater vetores de
doenças e na medicina veterinária para eliminar ectoparasitas. Embora
diversas pesquisas já tenham apontado os impactos negativos na saúde de
indivíduos expostos a tais substâncias, a ototoxicidade secundária a
organofosforados e piretróides, classes de agrotóxicos muito utilizados, ainda é
pouco explorada, sendo necessários novos estudos para estabelecer se há
nexo-causal e possíveis mecanismos de toxicidade. Objetivos: Avaliar os
efeitos do organofosforado (OF) diclorvós, do piretróide (PIR) cipermetrina e da
associação de ambos na função auditiva de ratos por meio de emissões
otoacústicas produto de distorção (EOAPDs) e potenciais evocados auditivos
de tronco encefálico (PEATE). Material e Métodos: dois projetos foram
realizados. No primeiro estudo, 36 ratos Wistar foram divididos entre 3 grupos
(12 ratos/grupo): controle negativo (água), controle positivo para lesão auditiva
(8 mg/kg de cisplatina) e grupo experimental (associação de 1,48 mg/L de
diclorvós e 0,25 mg/L de cipermetrina; OF + PIR). A exposição ocorreu de
forma inalatória por 4 h, 5 vezes por semana, durante 6 semanas (grupos
controle negativo e exposição). O grupo controle positivo recebeu cisplatina via
intraperitonial durante 3 dias consecutivos, 24 h antes da eutanásia. Foram
avaliadas emissões otoacústicas evocadas produto de distorção e variáveis de
toxicidade sistêmica (massa corporal, sinais clínicos, níveis de colinesterase
plasmática e massa relativa dos órgãos). No segundo estudo, 25 ratos foram
divididos em cinco grupos (5 ratos/grupo): controle negativo (água), controle
positivo para lesão auditiva (8 mg/kg de cisplatina), OF (1,48 mg/L), PIR (0,25mg/L) e grupo OF + PIR (associação de 1,48 mg/L de diclorvós e 0,25 mg/L de
cipermetrina). A exposição ocorreu de forma inalatória por 4 h, 5 vezes por
semana, durante 6 semanas (grupos controle negativo, OF, PIR e OF + PIR). O
grupo controle positivo recebeu cisplatina via intraperitonial durante 3 dias
consecutivos, 24 h antes da eutanásia. Foram avaliadas emissões otoacústicas
evocadas produto de distorção, PEATE e variáveis de toxicidade sistêmica
(massa corporal, sinais clínicos, níveis de colinesterase plasmática e massa
relativa dos órgãos). Resultados: No primeiro estudo, não houve diferença
estatisticamente significativa entre os grupos nos parâmetros de massa
corporal, sinais clínicos ou nos níveis de colinesterase plasmática. Houve
redução de amplitudes das EOAPDs no grupo experimental. No segundo
projeto, não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos nos
parâmetros de massa corporal, sinais clínicos ou nos níveis de colinesterase
plasmática. O grupo cisplatina apresentou redução na mediana das amplitudes
das EOAPDs pós exposição em 4 kHz, 10 kHz e 12 kHz. O grupo PIR
apresentou redução na mediana das amplitudes das EOAPDs pós exposição
em 6 kHz e 8 kHz e no grupo OF + PIR houve redução em 12 kHz. No teste
PEATE, o grupo cisplatina apresentou uma mediana maior bilateralmente
quando comparado ao grupo controle negativo. À esquerda, o grupo OF + PIR
apresentou mediana menor quando comparado ao grupo controle positivo para
lesão auditiva. O grupo OF+ PIR apresentou bilateralmente resultados
similares ao grupo controle negativo (água). Conclusão: Houve ototoxicidade
secundária à exposição aos agrotóxicos avaliados por EOAPD e PEATE, sem
toxicidade sistêmica relevante.
Descrição
Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Patologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Toxicologia, Audiologia, Agrotóxicos, Ratos, [en] Toxicology, [en] Audiology, [en] Agrochemicals, [en] Rats