Comportamento de procrastinar e a inflexibilidade psicológica: um estudo correlacional e de mediação
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Data
2021
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
A procrastinação possui uma alta prevalência entre estudantes universitários,
representando um dos principais fatores que prejudica o andamento e a performance
das atividades acadêmicas dos estudantes. A literatura apresenta uma forte correlação
entre a procrastinação e os transtornos psicológicos como a depressão, a ansiedade e
o estresse, impactando, portanto, na saúde mental dos indivíduos. Além disso, a
procrastinação, a depressão, a ansiedade e o estresse também estão relacionados à
inflexibilidade psicológica, modelo de psicopatologia transdiagnóstico proposto pela
Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT). Esse modelo, composto por seis
processos psicológicos (Atenção desconectada do momento presente, desconexão
com valores, falta de ação direcionada a valores, fusão cognitiva, fusão com self
conceitualizado e esquiva experiencial) propõe um padrão de comportamento
controlado pelas experiências internas e por tentativas de esquiva das experiências
desconfortáveis, às custas de ações mais efetivas e mais significativas na vida do
indivíduo, com restrição no repertório comportamental. O procrastinar, então, pode ser
entendido como uma forma de esquiva experiencial. A procrastinação ainda foi pouco
estudada no contexto universitário Brasileiro, mesmo com o crescimento recente nas
pesquisas da temática. O artigo presente nesta dissertação se propôs a investigar a
relação entre depressão, ansiedade, estresse, Inflexibilidade Psicológica e a
procrastinação numa amostra de 309 estudantes universitários brasileiros, de
graduação e pós-graduação, e avaliar o papel mediador da inflexibilidade psicológica
na relação entre depressão, a ansiedade e o estresse no nível de procrastinação. A
coleta foi realizada on-line, através do preenchimento de um questionário
sociodemográfico, escalas de autorrelato de depressão, ansiedade e estresse
(DASS-21), procrastinação (PPS) e inflexibilidade psicológica (AAQ-II). Como
resultados, encontrou-se uma relação positiva entre a procrastinação e as demais
variáveis no contexto universitário brasileiro. Além disso, a inflexibilidade psicológica
foi uma variável mediadora na relação entre (1) a depressão e a procrastinação; (2) a
ansiedade e a procrastinação; (3) o estresse e a procrastinação; com variabilidade
explicada de 33,53% (1), 30.56% (2) e 35.95% (3). Esses achados subsidiam a
construção de intervenções que busquem trabalhar repertórios de flexibilidade
psicológica a fim de redução da procrastinação nos estudantes e permitir que estes
possam desenvolver novos repertórios comportamentais mais adaptativos dentro de
seus contextos para realizarem tarefas que lhes são importantes, mesmo na presença
de dificuldades.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Inflexibilidade Psicológica, Procrastinação, Depressão, Ansiedade, Estresse Psicológico, [en] Procrastination, [en] Depression, [en] Anxiety, [en] Stress, Psychological