Afasia Progressiva Primária: um estudo das queixas iniciais e do histórico de dificuldades de aprendizagem

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Data
2020
Autores
Reis, Talita Gallas dos
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
Introdução: A Afasia Progressiva Primária (APP) é uma síndrome neurológica caracterizada por prejuízo progressivo da linguagem em função de processos neurodegenerativos. A APP é subdividida em três variantes: semântica, agramatical/não-fluente e logopênica. O diagnóstico diferencial da APP pode ser difícil, pois as características clínicas da doença podem se confundir as de outras condições neurológicas, como a Doença de Alzheimer (DA). A investigação dos sintomas iniciais é imprescindível para o diagnóstico diferencial. Além disso, estudos internacionais sugerem que as dificuldades ou distúrbios de aprendizagem na infância, como a dislexia, podem ser fatores de suscetibilidade para o desenvolvimento da APP na vida adulta. No Brasil, ainda é escassa a produção científica sobre esta doença, e, portanto, estudos nesta população podem ser úteis para rastrear o perfil desses pacientes e fornecer subsídios para o diagnóstico precoce. Objetivo: Verificar os primeiros sintomas de pacientes com APP (estudo 1), bem como investigar a associação entre a APP e o histórico de dificuldades de aprendizagem na infância de pacientes e seus familiares (estudo 2). Método: Este estudo caracteriza-se por ser quantitativo, descritivo e transversal. Participaram 20 indivíduos com APP (variante semântica n = 8, variante não fluente n = 7, variante logopênica n = 3 e casos não classificados n = 2) e 16 indivíduos com DA (n = 16). Em ambos os estudos dessa dissertação as variáveis estudadas foram coletadas através de um questionário em formato de entrevista com o familiar mais próximo do participante, contendo questões sobre: aspectos sódiodemográficos, aspectos clínicos da doença, sintomas iniciais (para o estudo 1), e aspectos da aprendizagem na infância do paciente e de seus filhos (para o estudo 2). Para análise dos dados, foram utilizados os testes qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher. O nível de significância utilizado foi de 5%. Resultados: No estudo 1, a análise dos sintomas iniciais da APP e da DA indicou que anomia, parafasias e dificuldades motoras de fala foram sintomas iniciais mais frequentes estatisticamente em pacientes com APP; enquanto a memória foi significativamente mais frequente como sintoma inicial na DA. Também foi observado que a anomia foi mais frequentemente associada à variante semântica, e as dificuldades motoras de fala à variante não fluente. Nenhum sintoma inicial foi relacionado estatisticamente à variante logopênica. No estudo 2, houve ocorrência significativamente maior de evasão escolar entre pessoas com DA, quando comparadas a pessoas com APP; e ocorrência significativamente maior de repetência entre filhos de pessoas com DA quando comparados à APP. Nas demais comparações, não foram observadas diferenças significativas. Conclusão: Os resultados dos dois estudos que compõem essa dissertação de mestrado trazem informações importantes para o diagnóstico diferencial das APPs e para uma melhor compreensão dos fatores de susceptibilidade dessa doença. Os resultados indicaram que alguns sintomas iniciais podem ser exclusivos de cada variante da APP e da DA, colaborando, assim, para o diagnóstico precoce e diferencial das doenças. Por outro lado, a investigação de indicativos de dificuldades de aprendizagem na infância não apresentou associação com APP, mas sim com a DA.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Afasia, Afasia Progressiva Primária, Doença de Alzheimer, Transtornos da Aprendizagem, Diagnóstico Diferencial, Sinais e Sintomas, [en] Aphasia, [en] Aphasia, Primary Progressive, [en] Alzheimer Disease, [en] Learning Disabilities, [en] Diagnosis, Differential, [en] Signs and Symptoms
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