Efeito de três intervenções dietéticas sobre o perfil de ácidos graxos plasmáticos em pacientes com doença arterial coronariana: uma subanálise do estudo GENUTRI
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Data
2019
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
Introdução e objetivo: A doença arterial coronariana (DAC) é uma condição clínica
cuja gênese pode ser influenciada pela presença de dislipidemias, pela dieta e pela
concentração de ácidos graxos plasmáticos (AGP). O objetivo deste estudo foi avaliar o
efeito de três intervenções dietéticas sobre a concentração de AGP e possíveis
correlações com o perfil lipídico de pacientes com DAC.
Métodos: Nesta subanálise do estudo GENUTRI – que avaliou a interação entre
genética, fatores de risco cardiovasculares, e os efeitos de uma dieta saudável baseada
em alimentos regionais (grupo controle [GC]), enriquecida ou não com 30g/dia de nozes pecãs (grupo noz-pecã [GNP]) ou 30ml/dia de azeite extravirgem (grupo azeite de oliva
[GAO]) em pacientes com DAC por 12 semanas, foram avaliadas as concentrações
plasmáticas dos ácidos graxos (AG) oléico, linoléico, linolênico, eicosatrienóico,
araquidônico, eicosapentanóico, docosahexanóico, docosapentanóico, palmitoléico,
mirístico, palmítico e esteárico.
Resultados: Foram avaliados 149 participantes do estudo GENUTRI, sendo 43 do GC,
51 do GNP e 55 de GAO. Após o seguimento, as concentrações do AG linolênico foram
significativamente maiores entre os usuários de atorvastatina em comparação aos que
não utilizavam. Observou-se correlações entre AGP e marcadores de perfil lipídico após
o seguimento, mesmo após ajustes para os valores basais e para o uso de estatinas.
Em comparação ao início do estudo, somente o GAO diminuiu significativamente as
concentrações do AG palmitoleico (P= 0,015), que se mostrou correlacionado
positivamente com triglicerídeos (TG) (P<0,05) e com a lipoproteína de alta densidade
(HDL) (P<0,01). Comparativamente ao GC e ao GNP, GAO aumentou
significativamente as concentrações do AG oleico (diferença 1,18% (IC 95% 0,27 – 2,10;
P= 0,02) após 12 semanas, sendo que não houve diferença nos demais AGP.
Conclusão: A adesão à uma dieta saudável e a suplementação diária com 30ml/dia de
azeite de oliva extravirgem mostrou-se capaz de aumentar as concentrações
plasmáticas do AG oleico, diminuir AG palmitoleico, em pacientes com DAC após 12 semanas de intervenção. Além disso, observou-se correlações entre AGP e marcadores
do perfil lipídico independente do uso de estatinas, correlações positivas entre o AG
palmitoleico com TG e HDL no GAO, e com TG no GNP, entre o AG esteárico com LDL
no GAO, negativas entre AG Linoleico com TG no GC e com HDL no GAO, e positiva
com lipoproteína de baixa densidade (LDL) no GNP e GAO. Ainda observamos
correlações positivas entre AG eicosatrienoico com colesterol total (CT), LDL, e
Colesterol não HDL (CnHDL) no GC, com HDL no GNP, o AG araquidônico demonstrou
correlação negativa com CT no GC, e com TG no GNP, eicosapentaenoico (EPA) e
positiva com HDL no GNP.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Nutrição, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Doença Arterial Coronariana, Azeite de Oliva, Ácidos Graxos, Prevenção Secundária, Nozes, [en] Olive Oil, [en] Fatty Acids, [en] Secondary Prevention, [en] Nuts