Efeito neuroprotetor do ACTH em modelo de hemorragia peri-intraventricular em ratos neonatos
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Data
2019
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Editora
Editor Literário
Resumo
Complicações relacionadas à prematuridade causam, aproximadamente, um
milhão de mortes por ano no mundo e são responsáveis por cerca de 40% das
deficiências neurológicas em crianças. A hemorragia peri-intraventricular (HPIV) é
uma das principais complicações relacionadas ao nascimento prematuro, sendo
considerada um evento multifatorial, definida pela ruptura dos frágeis e imaturos
vasos sanguíneos da matriz germinativa, com entrada subsequente de sangue no
sistema ventricular, causada, principalmente, por mudanças na pressão e fluxo
sanguíneo cerebral. Atualmente não existem tratamentos neuroprotetores para
HPIV. As melanocortinas, incluindo o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) tem
propriedades anti-inflamatórias e já demonstraram efeito neuroprotetor em diversas
lesões do SNC e doenças neurodegenerativas, fazendo do ACTH um potente
candidato para fornecer neuroproteção após HPIV. Desse modo, o presente estudo
teve como objetivo avaliar o efeito neuroprotetor do ACTH em modelo de HPIV
induzido pela microinjeção de colagenase intracerebroventricular em ratos
neonatos. Com um dia de vida, os animais receberam microinjeções na região
periventricular, que continham colagenase tipo VII ou PBS. Doze horas após a
microinjeção, todos os animais com HPIV ou Sham (total de 8 grupos com 6
animais/cada) receberam uma dose de 0,048 mg/kg de ACTH1-24 e/ou 0,06 nmol
de SHU9119 (antagonista dos receptores de melanocortinas MCR3/MCR4). Com 7
dias de vida os animais foram eutanasiados e, para investigar o efeito neuroprotetor
do ACTH, foram utilizados como principais desfechos a extensão de lesão,
densidade neuronal/glial e gliose reativa, utilizando como parâmetros para gliose
reativa a expressão dos biomarcadores imunohistoquímicos GFAP, S100β e NG2.
Os resultados mostraram que a os animais lesados que receberam a dose de
ACTH1-24, apresentaram neuroproteção evidenciada pela redução da extensão de
lesão, expressão de GFAP, S100β e NG2 e perda neuronal no tecido
periventricular. Além disso, a infusão do SHU9119 não reverteu a neuroproteção
do ACTH. Esses achados indicam que o ACTH demonstrou efeito neuroprotetor no
modelo estudado e pode ser um tratamento promissor para os em recém-nascidos
prematuros com HPIV.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Biociências, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Neuroproteção, Melanocortinas, Recém-Nascido Prematuro, [en] Neuroprotection, [en] Melanocortins, [en] Infant, Premature