Transexualidade e práticas interacionais em saúde: uma análise microetnográfica de um atendimento em contexto de psicoterapia

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Data
2019
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Resumo
Nos propomos, neste estudo, a descrever e analisar, sob um ponto de vista microetnográfico, as práticas interacionais que emergem em um atendimento em um núcleo clínico especializado em gênero e sexualidade. Tomamos como base a linha teóricometodológica da Análise da Conversa (AC), buscando enriquecer a discussão no campo da clínica psicoterápica em sua interface com a transexualidade. A partir da AC, realizamos uma análise turno-a-turno da interação no setting terapêutico, orientando nossa discussão para as ações sociais estabelecidas na cena do atendimento. Os dados demonstram que o uso de práticas interacionais como formulações e prestação de contas podem desempenhar a função de manutenção de uma agenda institucional, a qual se constitui, no atendimento analisado, como a (co)produção de um laudo que ateste “Transtorno da Identidade Sexual”. Nesse sentido, a necessidade de um laudo que ateste a transexualidade surge como um limitador para terapeuta e cliente, exigindo a construção de uma narrativa adequada aos critérios de manuais nosológicos que guiam a prática clínica. Apontamos também que as/os participantes fazem uso de práticas interacionais como formulações, correções, account, convites e interpretações para a calibração dos seus status epistêmico, além da produção e negociação de práticas interacionais para sustentação do setting clínico e manejo de seus status sociais.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Transexualidade, Gênero, Despatologização, Análise da Conversa, Psicoterapia, [en] Transsexualism, [en] Gender Identity, [en] Psychotherapy
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