Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia por Assunto "[en] Chemical and Drug Induced Liver Injury"
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Item Hepatotoxicidade relacionada ao uso de tuberculostáticos em pacientes transplantados de órgãos sólidos(2013) Schultz, Vanessa; Pasqualotto, Alessandro Comarú; Marroni, Cláudio AugustoIntrodução: A Tuberculose (TB) tem alta morbi-mortalidade nos receptores de transplante de órgãos sólidos (TOS) e esses pacientes têm chance 20-74 vezes maior que a população geral de desenvolver tal doença. Além dos danos inerentes à doença, o risco de dano hepático causado pelos tuberculostáticos é de grande importância, pois implica em pior desfecho. A incidência da hepatotoxicidade nos receptores de TOS tratando TB varia de 2 a 50%. Sendo um tema escasso e de grande impacto nos transplantados, o objetivo deste estudo é avaliar a incidência de hepatotoxicidade aos tuberculostáticos e os fatores preditores nessa população. Pacientes e Métodos: Estudo retrospectivo, realizado em um hospital de referência para transplantes no Brasil. Incluíram-se receptores de TOS que realizaram tratamento para TB após o transplante, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2012. Resultados: Foram incluídos 69 pacientes receptores de rins, fígado e pulmões. A incidência de TB nos receptores de TOS foi de 1,98% e a incidência de hepatotoxicidade aos tuberculostáticos foi de 33,3% (n=23). Os fatores risco independentes para hepatotoxicidade foram o uso de rifampicina em dose diária ≥ 600mg (p=0,016, RR 2,47; IC95% 1,18-5,15) e transplante pulmonar (p=0.017; RR 2.05; IC95% 1,14-3,70). O transplante de rim se apresentou como fator protetor para hepatotoxicidade (p=0,036 RR 0,50, IC95% 0,26-0,96). A mortalidade,foi maior nos pacientes com hepatotoxicidade (52,6% x 19,6%) (p=0,070). Conclusão: A dose de rifampicina igual ou maior a 600mg é um fator de risco para hepatotoxicidade, aumentando o risco em aproximadamente 3 vezes. Os transplantes pulmonar e renal devem ser mais bem estudados nos transplantados de órgãos sólidos com TB para avaliar sua real ação na toxicidade hepática quando esses pacientes estiverem em tratamento para TB.Item Lesão hepática induzida por medicamentos: prevalência e estratégia para detecção por inteligência artificial(2023) Ortiz, Gabriela Xavier; Blatt, Carine Raquel; Ulbrich, Ana Helena Dias Pereira dos Santos; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaIntrodução: A lesão hepática induzida por medicamento, também conhecida como DILI, é uma reação adversa com impacto na morbimortalidade de pacientes, aumento do tempo de internação hospitalar e dos custos do serviço de saúde. Objetivos: apresentar dados farmacoepidemiológicos de DILI em hospital e descrever o desenvolvimento de algoritmo de detecção de DILI através de inteligência artificial (IA). Métodos: no primeiro momento, foi realizado estudo transversal retrospectivo analítico com dados de pacientes hospitalizados no período de janeiro a junho de 2022. Incluiu-se pacientes sem restrição de idade, com ALT ≥ 3 x Limite superior da normalidade. A ferramenta de detecção por inteligência artificial utilizou dados do prontuário eletrônico hospital multibloco terciário: marcadores hepáticos e palavras-chave relacionadas a hepatopatias para excluir ou incluir pacientes com potencial DILI. A validação ocorreu através de comparações com avaliação manual dos mesmos casos por especialista em hepatologia. Para o desenvolvimento do algoritmo por IA foi utilizado aprendizado de máquina supervisionado e processamento de linguagem natural. Resultados: de um total de 56.014 pacientes internados, 1.274 apresentaram alteração de ALT. Desses, excluiu-se 550 casos por doença hepática não relacionada a medicamento, 186 oncológicos, 178 pacientes sem informações em prontuário, 108 por sepse/choque séptico, 92 por covid-19 positivo, 89 de choque cardiogênico e 30 sem suspeita de medicamento. Aplicou-se RUCAM em 41 casos, com confirmação de DILI em 38. A prevalência de DILI foi de 7 casos por 10.000 pacientes. Uma segunda coorte de pacientes do mesmo hospital foi utilizada para validação da ferramenta de IA, dessas a IA excluiu automaticamente 50,8% (n= 89) dos casos suspeitos utilizando os termos de exclusão em consenso com a análise do revisor manual. Foi verificado uma sensibilidade de 84%, especificidade de 70% e acurácia de 72% para detecção, sendo o valor preditivo positivo de 35% e o valor preditivo negativo de 95%. A aplicação do algoritmo automatizado resultou em uma economia de tempo estimada em 50%. Conclusão: A prevalência de DILI hospitalar no presente estudo é compatível com a literatura. Marcadores hepáticos são importantes alertas para detecção de DILI, porém não podem ser utilizados isoladamente. O algoritmo desenvolvido demonstrou valores de especificidade, VPN, e economia de tempo comparáveis com publicações internacionais. Até o presente momento, esse é o primeiro trabalho de desenvolvimento de algoritmo de detecção automatizada de DILI no contexto da população brasileira.Item Prevalência da hepatotoxicidade por quimioterapia pré-operatória e correlação com a morbidade das hepatectomias no câncer colorretal metastático(2013) Santos, Félix Antônio Insaurriaga dos; Kalil, Antonio Nocchi; Coral, Gabriela PerdomoIntrodução: Alguns estudos têm sugerido que a quimioterapia pré-operatória para metástases hepáticas por câncer colorretal pode causar lesão hepatocelular e aumentar a morbidade perioperatória e a mortalidade. Objetivos: Analisar a prevalência de padrões de hepatotoxicidade nos pacientes expostos à quimioterapia pré-operatória por metástase de câncer colorretal e correlacioná-la com os resultados da hepatectomia. Método: O delineamento do estudo foi coorte histórica, no qual 166 pacientes foram submetidos a 185 hepactectomias por metástase de câncer colorretal, com e sem quimioterapia pré-operatória, no período de 2004 a 2011. Os dados foram extraídos da revisão dos prontuários. A amostra foi dividida em grupo “exposto” e “não-exposto” à quimioterapia. Os dados foram analisados por programa estatístico Stata 11.2 e valores p< 0,05 foram considerados como significativos. Resultados: Das hepatectomias, 136 casos (73,5%) receberam quimioterapia pré-operatória, e o regime mais utilizado (62,5%) foi 5-fluorouracila + leucovorina. O padrão histológico predominante foi a esteatose. A exposição à quimioterapia aumentou em 2,2 vezes o seu risco. A média do volume estimado de sangramento transoperatório, no grupo “exposto”, foi o dobro daquela do grupo “nãoexposto”. As complicações ocorreram em 31,9% das hepatectomias. A análise multivariada mostrou que idade de 60 anos ou mais, sangramento transoperatório maior de 300 ml e necessidade de transfusão de sangue foram fatores de risco para as complicações após as ressecções hepáticas. Conclusão: pacientes expostos à quimioterapia têm um risco 2,2 maior de desenvolver esteatose hepática. Neste estudo, sangramento transoperatório maior e necessidade de transfusão foram fatores de risco para complicações pós-operatórias.Item Tradução, validação e aplicação de algoritmo para a identificação de lesão hepática induzida por medicamentos(Wagner Wessfll, 2017) Lunardelli, Michele John Müller; Blatt, Carine RaquelIntrodução: A lesão hepática induzida por medicamentos, ou DILI do inglês Drug Induced Liver Injury, é uma doença comum do fígado que pode manifestar-se desde a ligeira alteração das enzimas hepáticas até a insuficiência hepática fulminante, levando ao óbito. Estudos referem à DILI como sendo a causa de falha hepática fulminante em 13% a 30% dos casos em que sua ocorrência é confirmada. Seu diagnóstico é difícil e depende de um elevado grau de suspeição por parte das equipes de saúde. A detecção precoce da DILI pode reduzir a extensão dos danos causados ao fígado. O algoritmo conhecido como Roussel Uclaf Causality Assessment Method (RUCAM) foi elaborado para auxiliar na determinação específica da causalidade para DILI. A escala de RUCAM tem sido utilizada largamente devido a sua confiabilidade, reprodutibilidade e especificidade. Objetivo: Traduzir o algoritmo RUCAM para o Português e validar a sua utilização na identificação de DILI na prática clínica. Bem como, fazer o rastreamento da DILI em um Hospital Geral de Porto Alegre através das alterações das enzimas hepáticas e da aplicação do algoritmo de RUCAM. Método: A primeira etapa do trabalho reuniu a tradução para o Português e validação de conteúdo do referido algoritmo. Realizou-se a tradução com posterior tradução inversa do algoritmo, segundo o método de Guillhemin. A validação ocorreu através de questionário online, com a aplicação do algoritmo RUCAM traduzido para um caso clínico, por 41 profissionais – enfermeiros, farmacêuticos e médicos. Para o rastreamento da DILI em Hospital Geral de Porto Alegre foram identificados todos os pacientes que internaram no ano de 2015 com a alteração dos marcadores hepáticos. O algoritmo de RUCAM foi aplicado nos casos com suspeita de DILI. Resultado: Na etapa de tradução e validação do algoritmo o escore médio observado foi de 7,58 + 3,48, o que classifica o caso clínico como de provável relação de causalidade. As diferenças encontradas entre os resultados para as diferentes categorias profissionais não foi estatisticamente significativa (p=0,800). O estudo de frequência identificou 178 pacientes com suspeita de DILI a partir de um universo de 84.134 atendimentos, dos quais, foi possível atribuir a causalidade a 8 pacientes, sendo 7 pelo diagnóstico médico descrito em prontuário e 1 através da aplicação do algoritmo de RUCAM. A frequência encontrada para DILI foi de um caso para cada 10 mil pacientes atendidos. Não foi possível excluir a suspeita de doença hepática induzida por medicamentos nos 170 casos devido à falta de informações necessárias para a aplicação do algoritmo RUCAM. Os medicamentos associados a lesão hepática foram antibióticos (n=3; Meropenem, Claritromicina e Cefuroxima) , AINES (n=2; Ibuprofeno), antivirais (n=2; RHZE e Aciclovir) , e antiagregante plaquetário (n=1; Clopidogrel), 4 casos foram associados a medicamentos utilizados no âmbito ambulatorial e 4 durante a internação hospitalar. O tipo de lesão hepática identificado foi o hepatocelular (n=6) e misto (n=2), não houveram desfechos graves na resolução dos casos. Conclusão: O algoritmo RUCAM traduzido para a língua portuguesa foi considerado validado para uso pelas equipes de saúde. O rastreamento da DILI através das alterações dos marcadores hepáticos apresentou boa sensibilidade. A frequência baixa e a falta de informações sugere a importância do uso do monitoramento desses padrões bioquímicos, bem como, o uso desses algoritmos de forma prospectiva nos serviços de saúde. O quantitativo de casos identificados no serviço de emergência sugere maior atenção às equipes de saúde para a possibilidade de DILI decorrente ao uso da farmacoterapia domiciliar.