Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Informação e Gestão em Saúde

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Navegando Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Informação e Gestão em Saúde por Assunto "[en] Câncer Ocupacional"

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    Perfil clínico epidemiológico de pacientes com diagnóstico de neoplasias hematológicas: um estudo de coorte retrospectivo
    (2022) Orlandini, Gabrielli Mottes; Rosa, Luís Henrique Telles da
    INTRODUÇÃO: Considerando a alta prevalência das Neoplasias Hematológicas (NH) na região sul do Brasil, este trabalho teve como objetivo geral analisar a relação entre as NH e as variáveis do perfil ocupacional, sociodemográfico e clínico de pacientes internados em um hospital de grande porte no Rio Grande do Sul (RS). Assim, este estudo deu origem a dois artigos originais onde o objetivo do artigo 1 foi analisar a frequência das principais ocupações de risco para o desenvolvimento de NH e o artigo 2 objetivou verificar os tratamentos realizados, a sobrevida, o desfecho e as características associadas aos pacientes com NH. METODOLOGIA: Trata-se de uma coorte retrospectiva, com abordagem quantitativa, utilizando dados de pacientes adultos com diagnóstico de NH que internaram no período compreendido entre janeiro de 2011 a dezembro de 2020 em um hospital de grande porte no RS. Os dados anonimizados foram fornecidos pela instituição pesquisada após aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) e para análise utilizou-se estatística descritiva e analítica. RESULTADOS: Foram analisados 2975 pacientes e Linfoma Não Hodgkin (32,5%) e Leucemias (28%) foram as NH mais prevalentes. Foram identificadas as ocupações de 664 (22%) sujeitos, totalizando 84 diferentes profissões. Entre os sujeitos com ocupações de risco para o desenvolvimento de NH (156), os trabalhadores agrícolas corresponderam a 32%, mecânicos de manutenção e operadores de máquinas e aparelhos de produtos industriais 12,8% e trabalhadores da fabricação de roupas 8,3%. Não foram encontradas associações significativas entre as ocupações de risco com as diferentes NH (p=0,309). Tratados com quimioterapia corresponderam a 54% dos pacientes e as sobrevidas de 6,95 anos (IC 95%: 6,30 - 7,60) e 5,05 anos (IC 95%: 4,74 – 5,37) foram encontradas para doentes com Linfoma de Hodgkin e leucemias, respectivamente. Pacientes que realizaram quimioterapia e radioterapia tiveram sobrevida de 4,62 anos (IC 95%: 4,17-5,07). Quanto ao desfecho, morreram 39,5% dos pacientes no tempo de seguimento. Na análise multivariada de COX os fatores associados ao óbito foram a faixa etária (entre 40-59 anos RR=1,43; p=0,000 e ≥ 60 anos RR=1,72; p=0,000), tratamento com quimioterapia e radioterapia (RR=1,88; p=0,000) e os diagnósticos de leucemia (RR=1,77; p=0,000) e síndrome mielodisplásica (SMD) (RR= 1,41; p=0,046). CONCLUSÃO: Entre os pacientes com NH internados em um centro único, o trabalhador agrícola foi a ocupação de risco para o desenvolvimento de NH mais frequente e na maior parte dos sujeitos não foi possível identificar o tipo de ocupação laboral. A maioria realizou quimioterapia e os pacientes com LH tiveram maior sobrevida. Pacientes ≥ 60 anos, tratados com quimioterapia e radioterapia e diagnóstico de leucemia tiveram pior prognóstico.