Navegando por Autor "Meinerz, Gisele"
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Item Diagnóstico de Tuberculose Latente Pré-Transplante Renal: novas possibilidades com testes sorológicos(Wagner Wessfll, 2020) Meinerz, Gisele; Keitel, ElizeteA tuberculose (TB) é uma infecção endêmica no Brasil. O rastreamento de tuberculose latente (TL) inclui história prévia, alterações radiográficas sugestivas de infecção prévia e resultado do teste tuberculínico (TT). Mais recentemente, foram incluídos os ensaios de liberação de interferon-gama (em inglês, interferon-gamma release assays, ou IGRAs). O presente estudo objetiva complementar o rastreamento usual de TL nos candidatos a transplante renal e nos doadores vivos com os resultados de um tipo de IGRA, o QuantiFERON®-TB Gold In-Tube ELISA (QFT), e avaliar se haverá aumento na indicação de tratamento com isoniazida (INH). Métodos: avaliação de receptores adultos de transplante renal (RTR) e seus doadores vivos (DV), quando aplicável, com rastreamento completo para TL e coleta de QFT. Foram incluídos pacientes entre abril/2014 e outubro/2018, com acompanhamento até outubro/2019. Resultados: foram avaliados 116 RTR, 30% com QFT positivo. Resultado positivo de QFT nos RTR foi associado a história de TB (p = 0,007), TT reator (p < 0,0001), alterações radiográficas (p = 0,003) e diabetes (p = 0,035). Foram 25 DV, 40% com QFT positivo. Resultado positivo de QFT nos DV foi associado a TT reator (p=0,002). O uso do QFT aumentou a indicação de INH em 80%. A incidência de TB pós-transplante foi 2.6% em uma mediana de acompanhamento de 2 (1-33) meses. A sobrevida do enxerto em 5 anos e a média de acompanhamento nos pacientes com e sem TB foram 66,7% vs. 76,5% e 46,3 ± 14,4 vs. 57,1 ± 1,8 meses, respectivamente (p = 0,402). Conclusão: no presente estudo, o uso de QFT com o rastreamento usual de TL aumentou a indicação de tratamento com INH, mas a incidência de TB ainda foi elevada.Item Epidemiologia da tuberculose após transplante renal(2014) Meinerz, Gisele; Keitel, ElizeteIntrodução: A tuberculose é um grande desafio no transplante renal, com elevadas morbidade e mortalidade. Objetivos: avaliar a incidência de tuberculose após o transplante renal em nosso Centro, as formas de apresentação, fatores de risco e impacto na sobrevida do paciente e do enxerto renal. Metodologia: análise retrospectiva de uma coorte de receptores de transplante renal entre 2000 e 2012, com acompanhamento até julho de 2014. Resultados: foram analisados 1737 receptores de transplante renal, a maioria caucasianos do sexo masculino. Ocorreram 60 casos de tuberculose após transplante, uma taxa de incidência de 5%. A incidência cumulativa foi de 589.4 casos/100.000 pacientes-ano. Mediana de tempo até o desenvolvimento da doença foi 13.4 meses. 40% dos casos ocorreram no primeiro ano após o transplante. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas quanto as características clínico-demográficas entre os pacientes que desenvolveram ou não tuberculose, exceto diabetes após transplante (p = 0.018). As formas de apresentação da doença foram pulmonar em 47 casos e extrapulmonar em 13 casos. Dois pacientes que receberam tratamento para tuberculose latente desenvolveram doença ativa. A sobrevida do paciente foi significativamente menor dentre os que desenvolveram tuberculose após transplante (74% vs. 90.2% em cinco anos, log rank p = 0.001, HR 2.45, IC 95% 1.45-4.15, p = 0.001), assim como a sobrevida do enxerto (58.6% vs. 80.2% em cinco anos, log rank p < 0.0001, HR 1.91, IC 95% 1.32-2.76, p = 0.001). Um terço dos pacientes que desenvolveram tuberculose perderam a função do enxerto renal nos primeiros seis meses após o diagnóstico, 38.8% deles com doença disseminada. Doença disseminada esteve estatisticamente associada a mortalidade quando comparada com doença localizada (41.8% vs. 9.7%, p = 0.035). Conclusão: a tuberculose continua representando um grande desafio no transplante renal, especialmente em países em desenvolvimento, com impacto significativo na sobrevida do paciente e do enxerto.