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Navegando PPGBIO - Teses por Autor "Guedes, Renata Padilha"
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Item Efeitos da suplementação de ômega-3 sobre a microbiota intestinal, aspectos metabólicos e neurofuncionais em ratos obesos alimentados com dieta de cafeteria(2022-06-29) Pereira Neto, João; Guedes, Renata Padilha; Moreira, José Claudio FonsecaDevido ao número crescente de indivíduos obesos, a obesidade tem sido considerada uma verdadeira epidemia mundial, tornando-se um sério problema de saúde pública. A obesidade ocasiona diversas alterações metabólicas, predispondo a secreção crônica de moléculas pró-inflamatórias. Desta forma, a presente tese de doutorado teve como objetivo avaliar o efeito da suplementação de ômega-3 sobre a microbiota intestinal, parâmetros metabólicos e neurofuncionais em ratos machos obesos alimentados com dieta de cafeteria. A dieta foi administrada por 20 semanas, sendo que na 16ª semana, os animais iniciaram a suplementação de ômega-3 por gavagem (500 mg/Kg/dia). Na 20ª semana, os animais foram submetidos ao teste do labirinto em cruz elevado e de memória social, e após foram eutanasiados. Amostras de sangue foram coletadas para as determinações dos níveis de glicose, triglicerídeos, insulina, citocinas e ácidos graxos de cadeia curta e LPS. O SNC foi coletado para as dosagens de citocinas, ácidos graxos saturados e expressão de claudina-5 e TLR-4. O intestino e as fezes do ceco também foram coletados para a avaliar a morfologia do intestino e a composição da microbiota intestinal. Nossos resultados demonstraram que a suplementação de ômega-3 diminuiu IL-6 no fígado. No cérebro, diminuiu o TNF-α, porém aumentou os níveis de ácidos graxos saturados (caprílico, palmítico, esteárico, tricosanóico e lignocérico), assim como o ácido miristoleico, que é insaturado, e o ácido linoleico, que é poliinsaturado. Na microbiota, aumentou a razão Firmicutes/Bacteroidetes. No plasma, reduziu os níveis de butirato, isobutirato e LPS. Quanto ao comportamento, o ômega-3 diminuiu o comportamento do tipo ansioso nos ratos obesos. A CAF aumentou peso corporal, adiposidade visceral, e os níveis de glicose, insulina e triglicerídeos. Além disso, aumentou o ácido palmítico, a expressão de TLR-4 no córtex cerebral e diminuiu claudina-5 no hipocampo. Os animais alimentados com CAF também apresentaram maior interação social sem efeito do n-3. Desta forma, concluímos que a CAF é um modelo efetivo para provocar obesidade severa, com piora dos parâmetros metabólicos e diminuição da diversidade da microbiota intestinal. Embora, inesperadamente, melhorou a interação social entre os animais. O ômega-3 apresentou limitações para reverter os efeitos nocivos provocados pela exposição crônica a CAF. No entanto, os benefícios em reverter a endotoxemia, parâmetros neuroinflamatórios e melhora do comportamento ansioso, colocam o ômega-3 como uma alternativa a ser considerada para o tratamento destas condições.Item Hábitos alimentares, estilo de vida e estado mental durante a pandemia de COVID-19 e o efeito da suplementação de zinco em mulheres com sobrepeso ou obesidade(2023-10-26) Vargas, Liziane da Silva de; Guedes, Renata Padilha; Peres, Alessandra; Programa de Pós-Graduação em BiociênciasNos últimos anos, houve um aumento na prevalência e incidência de obesidade, atingindo proporções epidemiológicas preocupantes. Notavelmente, a obesidade representa um sério desafio para a saúde pública em todo o mundo, e esse cenário pode ter se agravado ainda mais após a pandemia de COVID-19. A obesidade é uma doença de origem multifatorial, neurocomportamental, progressiva e recidivante, embora seja tratável. É caracterizada pelo excesso anormal de tecido adiposo, o qual aumenta a suscetibilidade a doenças crônicas não transmissíveis e também afeta a estrutura e a função cerebral. Diante deste contexto, é essencial investigar estratégias adjuvantes para o tratamento da obesidade. O zinco (Zn) é um mineral com importantes funções metabólicas que pode modular o comprometimento neurológico relacionado à obesidade. Assim, a presente tese teve dois enfoques principais: 1 - Investigar as mudanças nos hábitos alimentares, estilo de vida e cognição durante a pandemia de COVID-19 e 2 - Avaliar os efeitos de doze semanas de suplementação de Zn no perfil inflamatório, função cognitiva e estado mental de mulheres com sobrepeso ou obesidade por meio de um estudo randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. A primeira parte deste estudo foi conduzida por meio de uma pesquisa on-line realizada em dois momentos distintos: no início da pandemia por COVID-19 (em 2020) e durante o segundo ano de pandemia (em 2021). Os resultados revelaram que ao longo do período pandêmico, tanto no início quanto no segundo ano, houve um impacto adverso nos hábitos alimentares e no modo de vida da população gaúcha. Esse impacto foi associado ao aumento de peso e ao aumento do risco de comprometimento cognitivo. A segunda parte desta tese, foi realizada por meio de um estudo randomizado, onde participaram mulheres com idade entre 40 e 60 anos, as quais foram divididas aleatoriamente em dois grupos, suplementação (recebendo 30 mg de Zn/dia) ou placebo durante 12 semanas. Dados sociodemográficos, antropométricos, dietéticos, atividade física, função cognitiva, estado emocional foram coletados juntamente com amostras de saliva no início e no final do estudo. A avaliação cognitiva consistiu no Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Teste de Fluência Verbal, Teste do Desenho do Relógio e Teste de Stroop. Os sintomas de ansiedade e depressão foram avaliados por meio dos instrumentos escala de Beck e BDI-II, respectivamente. Amostras de saliva foram coletadas para análise de IL-1β, IL-6, TNF-α, insulina, nitrito e zinco. Os participantes foram instruídos a não mudar seus hábitos alimentares durante a participação no estudo. Das 42 participantes (média de idade 49,58 ± 6,46 anos), 32 foram incluídos nas análises do estudo. As alterações no peso corporal, IMC e macronutrientes não foram significativamente diferentes entre os grupos placebo versus suplementação (p > 0,05). As pontuações cognitivas nos testes MEEM e Stroop foram significativamente melhores no grupo de suplementação em comparação com o grupo de placebo (p < 0,05, p = 0,13), respectivamente. Doze semanas de suplementação com Zn foi capaz de melhorar os escores cognitivos avaliados pelo teste MEEM e Stroop em mulheres com sobrepeso ou obesidade, independentemente da perda de peso corporal. Esses resultados sugerem que a suplementação de Zn pode ser considerada uma estratégia adjuvante para a prevenção dos prejuízos cognitivos associados à obesidade.Item O sistema endocanabinóide como alvo terapêutico para os desfechos metabólicos, neuroinflamatórios e comportamentais da obesidade materna(2024-07-10) Rodrigues, Fernanda da Silva; Guedes, Renata Padilha; Giovenardi, Márcia; Programa de Pós-Graduação em BiociênciasEvidências crescentes sugerem que a obesidade materna e os maus hábitos alimentares durante a gestação e a lactação interferem no desenvolvimento neuroimune da prole, podendo aumentar o risco de desregulação metabólica central e periférica, além de favorecer o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, como ansiedade, depressão, esquizofrenia e transtorno do espectro autista. Embora medidas preventivas direcionadas à mãe sejam bem documentadas, as abordagens práticas para lidar com os danos uma vez que já estão estabelecidos ainda são limitadas. Portanto, este trabalho é composto por duas vertentes: (i) experimentos in vivo em ratos Wistar, onde investigamos a interação entre a obesidade materna induzida por dieta de cafeteria e os desfechos metabólicos, neuroinflamatórios, neuroquímicos e comportamentais na prole juvenil e adulta, assim como o potencial do Canabidiol (CBD) para mitigar esses possíveis distúrbios; e (ii) experimentos in vitro em células microgliais estimuladas com lipopolissacarídeo (LPS), onde investigamos as vias de sinalização através das quais o CBD exerce seu efeito neuroprotetor nessas células. Para os experimentos in vivo, ratas Wistar fêmeas foram alimentadas com uma dieta de cafeteria por 12 semanas antes do acasalamento, e durante toda a gestação e lactação. A prole foi tratada com CBD (50 mg/kg) por 3 semanas a partir do 21º ou 70º dia de vida. Testes comportamentais foram realizados ao longo da última semana de tratamento a fim de avaliar comportamentos do tipo ansioso e exploratório, assim como a interação e a memória social da prole. Marcadores neuroinflamatórios e neuroquímicos foram avaliados no hipotálamo, córtex pré-frontal e hipocampo, e o perfil bioquímico foi avaliado no plasma. O tratamento com CBD foi capaz de atenuar diversas das alterações comportamentais induzidas pela obesidade materna, restaurando pelo menos parcialmente os desbalanços neuroinflamatórios e neuroquímicos, bem como as alterações no perfil metabólico da prole. Notavelmente, pudemos demonstrar uma importante influência da idade e do sexo da prole tanto nos efeitos da obesidade materna quanto na capacidade do CBD de reverter ou atenuar essas alterações. Já no estudo in vitro, demonstramos que o CBD atenuou a polarização microglial pró-inflamatória causada pelo LPS através dos receptores CB2 e PPARγ, reduzindo a ativação do inflamassoma NLRP3 e da oxido nítrico sintase induzível (iNOS). Esses achados destacam a influência persistente da obesidade materna na saúde dos descendentes, bem como o papel do sistema endocanabinoide na mediação desses resultados ao longo da vida, sugerindo a manipulação desse sistema através do tratamento com CBD como uma abordagem promissora para atenuar os desfechos neuroinflamatórios, metabólicos e neuroquímicos na prole.