
Submissões Recentes
Determinação de drogas de abuso no lago Guaíba e em águas residuais da cidade de Porto Alegre por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas
(2025-06-26) Longaray , Juliana de Souza; Oliveira, Tiago Franco de; Biomedicina
A epidemiologia baseada em esgoto tem se consolidado como uma ferramenta eficaz para estimar o consumo de substâncias psicoativas em populações urbanas, oferecendo uma abordagem sensível, não invasiva e territorializada para a vigilância em saúde pública. Este estudo teve como objetivo investigar a presença, a variação temporal e espacial e as estimativas de uso de substâncias psicoativas em diferentes regiões de Porto Alegre, por meio da análise de esgoto bruto e águas superficiais coletadas entre novembro de 2024 e abril de 2025. Foram analisadas amostras de quatro pontos no Lago Guaíba e de seis Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), utilizando cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas para quantificação de cocaína inalterada, benzoilecgonina, anidroecgonina-metil-éster, éster metilecgonina, cocaetileno, tetrahidrocanabinol (THC), 2-oxo-3-OH-LSD e fentanil. Os resultados revelaram detecção contínua e significativa de benzoilecgonina em todas as amostras, com concentrações variando entre 72,50 ng.L⁻¹ e 16.209,9 ng.L⁻¹, com picos coincidentes com o Carnaval. A cocaína inalterada e seus derivados foram detectados de forma recorrente, indicando uso persistente e aportes recentes. A presença constante de cocaetileno evidenciou uso combinado com álcool. O THC apareceu de forma intermitente, e o fentanil, ainda que pontual, indicou circulação de opioides sintéticos. A detecção de 2-oxo-3-OH-LSD indicou possível uso isolado em contexto festivo. As estimativas de consumo de cocaína variaram de 0,0291 a 6,43 mg.hab⁻¹.dia⁻¹, com valores elevados inclusive em áreas periféricas, evidenciando desigualdades territoriais. A metodologia permitiu identificar padrões complexos de consumo e reforça a importância do monitoramento ambiental contínuo para políticas públicas intersetoriais em saúde, segurança e saneamento.
Monitoramento Audiológico em crianças e adolescentes com Leucemia
(2024-11-19) Maraninchi, Fernanda Marrocco; Boscolo, Cibele Cristina; Gregory, Letícia; Fonoaudiologia
Objetivo: Analisar os exames audiológicos de crianças e adolescentes com leucemia durante e após o tratamento oncológico com quimioterapia. Metodologia: Estudo retrospectivo de caráter descritivo, utilizou-se métodos quantitativos para a análise de dados provenientes dos exames audiológicos. Fizeram parte da amostra crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos, com diagnóstico de leucemia, com tratamento realizado com quimioterapia já concluído há mais de 6 meses, e avaliação audiológica completa. Foram analisados os exames de audiometria tonal liminar, audiometria vocal, medidas de imitanciometria e emissões otoacústicas evocadas transientes e produtos por distorção realizados durante e após o tratamento, bem como os achados na anamnese. Resultados: Participaram do estudo nove crianças, de ambos os sexos, com média de idade de 11,3 anos. Todos apresentaram resultados dentro do padrão de normalidade nos exames realizados durante a quimioterapia. Após a finalização do tratamento, observou-se aumento da média dos limiares na audiometria tonal liminar nas frequências agudas em ambas as orelhas e emissões otoacústicas transientes e produtos por distorção ausentes bilateralmente em duas crianças. Houve diferença na associação entre idade e ocorrência de alteração auditiva. Conclusão: Foram observadas alterações auditivas em três crianças após a finalização do tratamento quimioterápico, sendo duas perdas auditivas do tipo condutiva e uma do tipo neurossensorial.
Curso Introdução aos Cuidados Paliativos EAD
(2025-07-01) Feijó, Isadora Olizsewski; Silva, Helena Terezinha Hubert; Trindade, Carolina Sturm; Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde; Isadora Olizsewski
O curso "Introdução aos Cuidados Paliativos", desenvolvido no Mestrado Profissional em Ensino na Saúde da UFCSPA, tem como objetivo qualificar o cuidado a pacientes em situação de vulnerabilidade. Voltado a profissionais de enfermagem das unidades de internação do Hospital Santa Rita da Santa Casa de Porto Alegre, o curso oferece capacitação acessível, objetiva e baseada em evidências científicas, promovendo uma formação técnica e humanizada em cuidados paliativos. O curso foi elaborado na modalidade de Educação a Distância (EaD), com carga horária total de 20 horas, distribuídas em 6 módulos. Seu conteúdo abrange desde os conceitos fundamentais dos cuidados paliativos até temas específicos, como o controle de sintomas, a espiritualidade, o trabalho em equipe e a comunicação com pacientes e seus familiares. Além de oferecer conhecimentos técnicos, o curso valoriza a humanização do cuidado, a escuta ativa, o acolhimento e a integralidade da assistência. Seu desenvolvimento contou com a validação de especialistas na área, o que garante a qualidade do conteúdo oferecido.
Arquitetura do quadríceps e sua associação com força muscular e capacidade funcional em pacientes com Insuficiência Cardíaca
(2025-04-30) Santos, Victoria Figueiredo Leivas dos; Dal Lago, Pedro; Eibel, Bruna; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição crônica que compromete a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes. A arquitetura muscular do quadríceps tem sido investigada como um possível preditor do desempenho funcional, porém sua relação com a funcionalidade em pacientes com IC ainda não está completamente esclarecida. Este estudo transversal incluiu 40 pacientes com IC atendidos no ambulatório do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Foram avaliados os testes funcionais: teste de caminhada de 6 minutos (T6’), timed up and go (TUG), e teste de sentar e levantar (TSL); a força muscular por dinamometria de preensão palmar (FPP) e tração do quadríceps (FTQ); além da arquitetura muscular do quadríceps por ultrassonografia. A qualidade de vida foi medida pelo Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ). A média de idade foi 52,1 ± 13,4 anos, sendo 75 % do sexo masculino. O T6’ apresentou correlação negativa com a qualidade de vida (r = -0,442, p = 0,007) e positiva com a FPP (r = 0,436, p = 0,005). O TSL correlacionou-se positivamente com a qualidade de vida (r = 0,463, p = 0,003) e negativamente com a FPP (r = -0,400, p = 0,011). A espessura e o volume do quadríceps se correlacionaram positivamente com a FTQ (r = 0,393, p = 0,012 e r = 0,461, p = 0,003, respectivamente), porém não apresentaram associação com os testes funcionais. Conclui-se que os testes de funcionalidade estão associados à qualidade de vida, força de preensão palmar e força isométrica do quadríceps, mas os parâmetros ecográficos não se correlacionam com o desempenho funcional dos pacientes.
Estimulação elétrica de corpo inteiro na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
(2025-05-21) Righi, Natiele Camponogara; Plentz, Rodrigo Della Méa; Schardong, Jociane; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
Pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) apresentam, além de sintomas respiratórios, disfunção muscular periférica, que contribui para o comprometimento funcional. A estimulação elétrica de corpo inteiro (EECI) pode ter efeitos benéficos nessa população. Os objetivos do estudo foram investigar a segurança e os efeitos da EECI para pacientes com DPOC. Para isso, foram realizados dois ensaios clínicos randomizados (ECR). O primeiro ECR investigou a segurança de dois protocolos de EECI, um de 32 contrações musculares (oito minutos) e um de 64 contrações musculares (16 minutos). Foi utilizada corrente pulsada bifásica simétrica, duração de pulso de 400µs, frequência de 75Hz, tempo de contração de cinco segundos e tempo de repouso de 10 segundos. Foram avaliadas a saturação periférica de oxigênio (SpO2), frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR) e sensação de fadiga e dispneia (escala de BORG), controle autonômico (variabilidade da frequência cardíaca – VFC), dor (escala numérica visual), dano muscular (creatina quinase), nível de lactato sérico, força muscular e ocorrência de eventos adversos. Oito pacientes participaram do estudo, com média de idade de 64±10 anos. Ambos os protocolos de EECI demonstraram ser seguros para pacientes com DPOC. O segundo ECR comparou os efeitos do treinamento de força convencional com a EECI na força muscular periférica e respiratória, capacidade funcional, espessura muscular, qualidade de vida, perfil inflamatório e estresse oxidativo de pacientes com DPOC em fase de manutenção de um programa de reabilitação pulmonar. Os pacientes seguiram realizando todos os componentes do programa de reabilitação pulmonar duas vezes por semana, em dias alternados. Em substituição aos exercícios de fortalecimento de membros superiores e inferiores, os pacientes do grupo EECI realizaram um protocolo de oito semanas, com progressão no número de contrações musculares após a segunda (de 64 para 96) e quinta semanas (de 96 para 120). A EECI teve duração de 16 a 20 minutos e foi realizada em associação com agachamentos,
flexão e extensão de cotovelo, subir e descer degraus e exercícios abdominais. A EECI demonstrou resultados semelhantes na força e funcionalidade de pacientes com DPOC em manutenção de reabilitação pulmonar podendo ser uma alternativa na reabilitação desses pacientes.