Influência de fatores microbiológicos e de características clínicas no desfecho da terapia em infecções por Staphylococcus spp.

dc.contributor.advisord'Azevedo, Pedro Alves
dc.contributor.advisor-coValim, Andréia Rosane de Moura
dc.contributor.authorRauber, Janine de Melo
dc.date.accessioned2017-08-01T14:08:41Z
dc.date.accessioned2023-10-09T16:32:20Z
dc.date.available2017-08-01T14:08:41Z
dc.date.available2023-10-09T16:32:20Z
dc.date.date-insert2017-08-01
dc.date.issued2016
dc.descriptionTese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.pt_BR
dc.description.abstractOs microrganismos do gênero Staphylococcus spp. são classificados como cocos gram-positivos e normalmente estão presentes na microbiota humana. Em ambientes hospitalares, no entanto, a exposição de pacientes debilitados a estes microrganismos pode ocasionar tanto infecções simples quanto patologias graves. A oxacilina é um dos antimicrobianos mais utilizados no tratamento de infecções por estafilococos, porém é bastante frequente o isolamento de cepas resistentes. A vancomicina, medicamento que pertence à classe dos glicopeptídeos, é a principal escolha na terapia de Staphylococcus aureus resistente à oxacilina/meticilina (MRSA), mas outras drogas alternativas também podem ser empregadas no caso de resistência, como a teicoplanina, daptomicina, tigeciclina e linezolida. Embora a maioria das cepas de MRSA demonstre sensibilidade in vitro a estes antimicrobianos alternativos, percebe se que por vezes ocorre falha na ação do antibiótico e, sem explicação aparente, são detectados fracassos nas terapias em infecções estafilocócicas. O objetivo deste trabalho foi avaliar as variáveis relacionadas ao desfecho no tratamento de pacientes hospitalizados com infecções por Staphylococcus spp., analisando características clínicas do paciente bem como características microbiológicas e moleculares dos microrganismos isolados. O estudo foi observacional analítico e não intervencionista, com delineamento do tipo coorte prospectiva, com início em agosto de 2012 e término em julho de 2015, sendo um total de 232 amostras isoladas no período. Com relação às espécies, S. aureus esteve presente em 49,5% dos casos de infecção e S. epidermidis foi a principal espécie isolada dentre os estafilococos coagulase negativa (43,4%). Para as espécies de coagulase negativa, a resistência à meticilina foi significativamente maior (p< 0.01) se comparada à espécie S. aureus (75,7% vs. 17,6%). As amostras resistentes à meticilina apresentaram concentração inibitória mínima para vancomicina estatisticamente maior (p< 0,001) se comparado às sensíveis (1,11 vs. 1,56 µg/mL). Além disso, com relação à resistência, 36 amostras (15,5%) apresentaram hetero-resistência intermediária à vancomicina (hVIS). Não foi verificada transmissão vertical na maioria das amostras de hVIS uma vez que o perfil genético apresentou relação de similaridade em apenas quatro isolados. Após o tratamento da infecção, 23,8% dos pacientes foram a óbito. A resistência à meticilina não foi relacionada à mortalidade, mas foi verificado um aumento significativo no tempo de internação hospitalar nestes casos. Não houve influência nas taxas de óbito em função da hetero-resistência intermediária e de valores elevados de MIC para vancomicina. A presença de leucocidina de Panton-Valentine (PVL) foi observada em 25 isolados e 46% das cepas de S. aureus foram consideradas fortes produtores de biofilme. A maioria dos isolados apresentou SCCmec IV (35%), SCCmec III (14%), agr I (46%), agr II (24%) e o agr esteve ausente em 11% das amostras. A ausência de agr foi associada ao aumento do MIC para vancomicina (1,93 vs. 1,59 µg/mL, p= 0,050). Após avaliação sérica, apenas 8,6% das dosagens de vancomicina estavam dentro da janela terapêutica, 51,4% estavam abaixo do especificado e 40% acima. Não foi verificada relação do óbito com os níveis séricos de vancomicina (p= 0,892), porém a nefrotoxicidade foi relacionada com níveis séricos de vancomicina superiores a 15 µg/mL.pt_BR
dc.description.abstract-enMicroorganisms of the Staphylococcus spp. genus are classified as gram positive cocci and usually are found in the human microbiota. In nosocomial environment, however, the exposure of debilitated patients to these microorganisms can cause both simple infections and serious diseases. Methicillin is one of antimicrobials used in the treatment of Staphylococcal infections, but is frequent the isolation of resistant strains. Vancomycin, a glycopeptide drug, is the first choice in the therapy of methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA), but alternative drugs can be employed in cases of resistance such as teicoplanin, daptomycin, tigecycline and linezolid. Although most MRSA strains are susceptible in vitro to these alternative antimicrobials, it is reported unexplained failure in antibiotic action and Staphylococcal infections therapy. The objective of this study was to evaluate the variables associated with outcome in treatment of Staphylococcus spp. infections, assessing clinical features of the patient as well as microbiological and molecular characteristics of microorganisms. The study was observational and non-interventionist, a prospective cohort design, from August 2012 to July 2015, and 232 samples were isolated in the period. Regarding to species, S. aureus was found in 49.5% of cases of infection and S. epidermidis was the most frequent specie isolated from the coagulase negative Staphylococci (43.4%). For coagulase negative species, methicillin resistance was significantly higher (p <0.01) compared to S. aureus (75.7% vs. 17.6%). Methicillin-resistant strains presented vancomycin minimum inhibitory concentration (MIC) statistically higher (p <0.001) compared to susceptible strains (1.11 vs. 1.56 µg/mL). Moreover, with respect to resistance, 36 samples (15.5%) were classified as heterogeneous vancomycin-intermediate Staphylococcus spp. (hVIS). There was no vertical transmission in most of hVIS samples since the genetic profile showed similarity relation only in four isolates. After infection treatment, 23.8% of patients died. The methicillin resistance was not associated with mortality, but was a significant increase in length of hospital stay in these cases. There was no influence on mortality rates due to the heteroresistance or high levels of vancomycin MIC. The presence of Panton-Valentine Leucocidin (PVL) was observed in 25 isolates and 46% of S. aureus strains were found to be strong producers of biofilm. Most isolates were classified as SCCmec IV (35%), SCCmec III (14%), agr I (46%), agr II (24%) and agr was absent in 11% of samples. The absence of agr was associated with an increased vancomycin MIC (1.93 vs. 1.59 µg/mL, p= 0.050). After serum evaluation, only 8.6% of vancomycin doses were within the therapeutic window, 51.4% were below and 40% were above. There was no association of mortality with vancomycin troughs (p = 0.892), but nephrotoxicity was associated to vancomycin serum levels higher than 15 µg/mL.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/507
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.relation.requiresAdobe Readerpt_BR
dc.rightsAcesso Aberto Imediato*
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/*
dc.subjectInfecção Hospitalarpt_BR
dc.subjectResistência Microbiana a Medicamentospt_BR
dc.subjectVirulênciapt_BR
dc.subjectVancomicinapt_BR
dc.subject[en] Cross Infectionen
dc.subject[en] Drug Resistance, Microbialen
dc.subject[en] Virulenceen
dc.subject[en] Vancomycinen
dc.titleInfluência de fatores microbiológicos e de características clínicas no desfecho da terapia em infecções por Staphylococcus spp.pt_BR
dc.typeTesept_BR
Arquivos
Pacote Original
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
[TESE] Rauber, Janine de Melo
Tamanho:
1.5 MB
Formato:
Unknown data format
Descrição:
Texto completo
Licença do Pacote
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
license.txt
Tamanho:
1.71 KB
Formato:
Plain Text
Descrição:
Coleções