Avaliação da capacidade de formação de biofilme, susceptibilidade aos antimicrobianos e detecção de fatores de virulência em isolados clínicos de Enterococcus spp.

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Data
2014
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Resumo
Enterococcus faecalis e Enterococcus faecium estão entre os principais agentes etiológicos de infecções associadas à assistência à saúde (IAAS). Tais espécies podem apresentar, além de perfi de multiresistência, decorrentes da aquisição de elementos genéticos móveis, a capacidade de formar biofilmes que funcionam como barreira à ação dos agentes antimicrobianos. Genes como os da gelatinase (gelE), da proteína de superfície de Enterococos (esp) e da substância de agregação (agg), além de terem seus produtos associados ao processo de adesão, têm sido associados ao processo multifatorial de formação do biofilme. O surgimento da resistência adquirida a antibióticos sistêmicos que antes eram eficazes no tratamento de infecções enterocócicas também se tornaram uma preocupação crescente. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a capacidade de produção de biofilme em isolados de Enterococcus spp. obtidos a partir de amostras clínicas de pacientes internados no Complexo Hospitalar Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (CHSCMPA), detectar a presença de genes de virulência e de um de seus produtos (gelatinase) e avaliar o perfil de susceptibilidade desses microorganismos a diferentes antimicrobianos. Foram realizadas coletas consecutivas de amostras de Enterococcus spp. no período de setembro de 2012 a agosto de 2013. O gênero foi caracterizado por métodos fenotípicos convencionais e a identificação das espécies e dos fatores de virulência foi obtida mediante técnica de PCR. Foram realizadas metodologias para caracterização dos perfis de susceptibilidade, indução da formação do biofilme e análise de clonalidade das amostras de E. faecium resistentes à vancomicina (VREfm). Após esta etapa, o trabalho foi dividido em dois segmentos. O primeiro utilizou todas as amostras que foram coletadas nos seis meses iniciais do estudo. Dos 240 isolados de Enterococcus spp., 221 (92,1%) foram identificados como E. faecalis e 19 (7,9%) como E. faecium. A espécie E. faecalis apresentou uma alta habilidade para formação de biofilme e a presença dos fatores de virulência foi significativa. Em contrapartida, a resistência aos antimicrobianos foi maior entre os isolados de E. faecium. O segundo segmento utilizou somente as amostras caracterizadas como Enterococcus faecium resistentes à vancomicina e que foram obtidas ao longo dos 12 meses do estudo. Todos os 27 isolados de VREfm carreavam o gene vanA, e apresentaram resistência a ampicilina e ciprofloxacina. Também foi observada em 18,5% dos isolados a nãosusceptibilidade a daptomicina. Na análise da diversidade genética foi observada um perfil clonal em 88,9% dos isolados. Os resultados encontrados no nosso estudo contribuem para a compreensão do perfil de susceptibilidade, da virulência e das características moleculares de Enterococcus circulantes na cidade de Porto Alegre, auxiliando na compreensão da patogenicidade desses micro-organismos e na implantação de medidas que previnam a disseminação das infecções.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Palavras-chave
Infecção, Virulência, Biofilmes, Enterococcus faecalis, Enterococcus faecium, Bactérias, Anti-Infecciosos, Vancomicina, Daptomicina, [en] Infection, [en] Virulence, [en] Biofilms, [en] Bacteria, [en] Anti-Infective Agents, [en] Vancomycin, [en] Daptomycin
Citação
SOARES, Renata Oliveira. Avaliação da capacidade de formação de biofilme, susceptibilidade aos antimicrobianos e detecção de fatores de virulência em isolados clínicos de Enterococcus spp. 2014. 82 f. : il., tabelas. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.