Efeitos do treinamento muscular inspiratório semissupervisionado comparado ao supervisionado em cardiopatas: metanálise em rede de ensaios clínicos randomizados
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Data
2021
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
Introdução: O treinamento muscular inspiratório (TMI) é recomendado para cardiopatas
devido promover aumento na força muscular inspiratória (FMI), capacidade funcional,
qualidade de vida (QV) e diminuir dispneia. Estes benefícios ocorrem devido sua
capacidade de modificar diretamente o metaboreflexo diafragmático, otimizando o fluxo
sanguíneo periférico e reduzindo a resistência vascular periférica. A realização do TMI
depende de um dispositivo pequeno e portátil, podendo ser realizado com supervisão
integral ou de forma semissupervisionada, onde algumas poucas sessões possui
supervisão e as demais ocorrem no domicílio.
Objetivo: Verificar através de uma revisão sistemática com metanálise de rede, o atual
nível de evidência do efeito do TMI supervisionado (SP) versus semissupervisionado
(SS) em cardiopatas.
Métodos: Buscamos nas bases de dados MEDLINE (via PubMed), Embase, Cochrane
CENTRAL, LILACS e PEDro desde o início da base de dados até novembro de 2019.
Incluímos ensaios clínicos randomizados (ECRs) que avaliaram o TMI SS ou SP em
cardiopatas. O desfecho primário foi a força muscular inspiratória avaliada através da
pressão inspiratória; e os desfechos secundários foram capacidade funcional avaliada
através do consumo máximo de oxigênio (picoVO2) e teste de caminhada de 6 minutos
(TC6m) e QV avaliado através do Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire
(MLHFQ). A seleção do estudo e extração de dados foram realizadas por dois revisores
independentes. O risco de viés foi avaliado com RoB 2.0 e a qualidade da evidência
com Avaliação, Desenvolvimento e Avaliação de Classificação de Recomendações
(GRADE). Para comparar os tratamentos, conduzimos metanálise em rede usando
abordagem frequentista e modelo de efeitos aleatórios.
Resultados: Incluímos 11 ECRs, com um total de 367 pacientes. O TMI SS demonstrou
ser significativamente melhor comparado ao TMI SP para variáveis como picoVO2 (DM:
2,664ml/kg/min; 95% CrI 1,945 a 3,401) e para o MLHQF (DM: -11,47 points; 95% CrI -
18,47 a -4,44). Não houve diferença significativa entre as duas intervenções na análise
de FMI (DM: -7,40 cmH2O; 95% CrI-15,96 a 1,57) e para o TC6 (DM: 32,25 m; 95% CI
-168,80 a 222,80).
Conclusão: O IMT SS apresentou maiores incrementos para o picoVO2 e QV. Para as
variáveis PImax e TC6 ambos apresentam benefícios semelhantes. Estes resultados
colaboram para preencher a lacuna criada pela falta de comparações diretas do TMI SP
versus SS em cardiopatas. Entretanto ainda há necessidade de evidências diretas com
maior poder de evidência no tema. PROSPERO CRD42020152503.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Fisioterapia, Terapia Respiratória, Debilidade Muscular, Qualidade de Vida, Consumo de Oxigênio, [en] Physical Therapy Modalities, [en] Respiratory Therapy, [en] Muscle Weakness, [en] Quality of Life, [en] Oxygen Consumption