Identificação fenotípica e genotípica de enterococos isolados de leites e queijos de ovelhas para emprego futuro como probióticos

Nenhuma Miniatura disponível
Data
2021-07-14
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editora
Editor Literário
Resumo
Os enterococos são bactérias amplamente distribuídas na natureza, sendo encontradas também em alimentos. Nestes, seus metabólitos contribuem para o desenvolvimento de propriedades sensoriais. Além disso, a capacidade de algumas cepas em produzir peptídeos antimicrobianos (enterocinas) e compostos ácidos com atividade antimicrobiana contra bactérias patogênicas e deteriorantes de alimentos, são benéficos na indústria de alimentos. Entretanto, devido à sua capacidade de adquirir determinantes genéticos de virulência e resistência a antimicrobianos, aliado ao caráter oportunista de algumas espécies, esse gênero não possui o status de Generally recognized as safe (GRAS). A presença de enterococos resistentes a antimicrobianos e virulentos em diferentes tipos de alimentos tem sido amplamente estudada, entretanto em leites de ovelhas e queijos, são poucas as pesquisas realizadas. Tendo em vista o exposto, o objetivo do presente estudo foi identificar bactérias do gênero Enterococcus spp. em leites e queijos de ovelhas, obtidos da produção da região sul do Brasil, quanto à espécie, suscetibilidade a antimicrobianos e presença de genes de resistência e virulência, visando identificar possíveis cepas para estudos futuros de avaliação do potencial probiótico. Cento e cinquenta e seis enterococos foram isolados de amostras de leites e queijos colonial, tipo feta e tipo pecorino, identificados por MALDI-TOF, testados para suscetibilidade antimicrobiana e rastreados para genes de resistência e virulência. Os resultados do presente estudo demonstraram que E. faecalis foi a espécie mais frequente nas amostras de leites e queijos de ovelha. Porém, quando demonstrado por queijos, as amostras de queijo colonial apresentaram a maior diversidade de espécies (E. faecium, E. faecalis, E. durans e E. gallinarum) quando comparadas aos demais tipos de queijos. Nos queijos tipo feta foram isoladas as espécies E. durans (65,52%) e E. faecalis (34,48%), enquanto no tipo pecorino, apenas E. faecalis (100%) foram encontrados. Todos os isolados foram sensíveis à ampicilina, linezolida e vancomicina. Alta porcentagem de isolados não suscetíveis a pelo menos um antimicrobiano foi demonstrada, sendo tetraciclina, eritromicina, nitrofurantoína, rifampicina e estreptomicina os antimicrobianos com maior ocorrência. Os msrC e ermB genes foram detectados em 28,81% e 11,11% dos isolados não susceptíveis a eritromicina, respectivamente. Além disso, os genes tetM (98,04%) e tetL (54,90%) foram detectados nas cepas não suscetíveis à tetraciclina. Dezesseis isolados suscetíveis a todos os antibióticos avaliados foram testados quanto à presença dos genes de virulência ace, agg, cylA e gelE. Apenas 7 não apresentaram nenhum gene, sendo necessários estudos futuros para seu emprego como probiótico. Este trabalho demonstra a alta frequência (89,74%) de cepas de Enterococcus spp. resistentes e/ isolados de leites e queijos de ovelha, assim como a presença de possíveis cepas candidatas para estudos futuros para avaliação da sua capacidade probiótica.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Biociências, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Enterococcus, Ovinos, Alimentos, Virulência, Farmacorresistência Bacteriana Múltipla, Probiótico, [en] Enterococcus, [en] Sheep, [en] Food, [en] Virulence, [en] Drug Resistance, Multiple, Bacterial, [en] Probiotics
Citação