Influência das células tronco mesenquimais no desenvolvimento das células tronco tumorais de glioma

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Data
2014
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Resumo
Glioblastomas são tumores do sistema nervoso central caracterizados por possuírem altas taxas de proliferação, poder invasivo e alta recorrência. A descoberta de uma subpopulação de células altamente tumorigênicas, similares as células-tronco, dentre as células do tumor levou à hipótese das células tronco tumorais (CSCs). Essa teoria trouxe uma mudança de paradigma para a biologia e terapêutica do câncer, uma vez que as CSCs seriam as principais responsáveis pela manutenção do tecido tumoral. Com base neste contexto, a principal dedução que pode ser feita é de que as atuais terapias de combate ao câncer frequentemente falham porque são direcionadas para os tipos celulares errados. Portanto, fazse necessário o desenvolvimento de novas metodologias terapêuticas. Diversos estudos já demonstraram que as células tronco mesenquimais (MSCs) apresentam tropismo por gliomas, tornando-as promissoras para o uso na terapia gênica neste tipo de tumor. No entanto, os mecanismos responsáveis pelo tropismo das MSCs para o tumor ainda não são completamente compreendidos e, principalmente, pouco se sabe a respeito das interações das MSCs com as CSCs. Assim, o objetivo desse estudo foi investigar se células tronco humanas derivadas de tecido adiposo (hADSCs) podem interferir sobre o desenvolvimento das CSCs de glioma. As células tronco mesenquimais foram obtidas a partir de gordura de descarte de pacientes submetidos a abdominoplastias e/ou mamoplastias redutoras no Serviço de Cirurgia Plástica da ISCMPA. A linhagem celular de glioma humano U87 foi adquirida da American Type Culture Collection. A análise da influência das hADSCs sobre as CSCs de glioma foi realizada por meio do cultivo das células U87 em meio condicionado (MC) das hADSCs. As células de glioma U87 foram tratadas com este MC (puro ou diluído) em cultura durante sete dias, e, então, foi analisada a quantidade de esferas tumorais formadas. Foi avaliada também a expressão do RNAm para marcadores de CSCs por RT-PCR e por PCR em tempo real. O MC de hADSC mostrou não ter influência na formação das esferas tumorais (p 0.781), mesmo quando a mesma foi corrigida pela viabilidade celular. As expressões do RNAm para os marcadores OCT4, Nanog, SOX2 e CD133 nos grupos tratados com MC não foram estatisticamente diferentes das expressões nas células do controle. Ainda, para OCT4 e Nanog estes resultados foram confirmados por citometria de fluxo, uma vez que a percentagem de células positivas para estes marcadores foi a mesma nos grupos tratados e controle (p 0.988 e p 0.761, respectivamente). Por fim, foi avaliado se o MC de hADSC seria capaz de induzir autofagia em células de glioma U87 pelos métodos da proteína LC3GFP+ e coloração por laranja de acridina. Descobrimos que o MC foi capaz de induzir um forte aumento da formação de autofagossomos em células de glioma, quando comparado com o grupo controle (p<0.0001). Surpreendentemente, no entanto, esta indução autofágica parece ser interrompida na formação de autolisossomos, pois apenas o grupo do controle positivo tratado com rapamicina teve um aumento na formação dos mesmos. Tomando esses resultados em conjunto, o MC de hADSC mostrou não ter influência no desenvolvimento das CSCs e, além disso, parece contribuir para a indução de autofagia nas células de glioma U87. Isso auxilia um melhor entendimento a respeito das interações entre as MSCs e os gliomas, fazendo com que seja possível avançar no estudo das terapias celulares para o tratamento do câncer.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Glioblastoma, Células-Tronco, Tecido Adiposo, Células-Tronco Tumorais, Autofagia, [en] Stem Cells, [en] Adipose Tissue, [en] Neoplastic Stem Cells, [en] Autophagy
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