Saúde mental e luto materno: possíveis repercussões sobre o desenvolvimento do bebê

dc.contributor.advisorLevandowski, Daniela Centenaropt_BR
dc.contributor.advisor-coBandeira, Denise Ruschelpt_BR
dc.contributor.authorMaia, Gabriela Nunes pt_BR
dc.date.accessioned2023-02-16T12:49:04Z
dc.date.accessioned2023-10-09T16:32:18Z
dc.date.available2023-02-16T12:49:04Z
dc.date.available2023-10-09T16:32:18Z
dc.date.date-insert2023-02-16
dc.date.issued2021
dc.descriptionTese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.pt_BR
dc.description.abstractEsta Tese de Doutorado objetivou avaliar o desenvolvimento de bebês de seis a 24 meses de vida, buscando verificar possíveis repercussões de aspectos emocionais maternos, em especial, de vivências de perda prévia de filho e de luto materno, sobre o desenvolvimento emocional. Cabe ressaltar que, nesta Tese, “experiência de perda de filho” foi definida como qualquer perda ocorrida desde a gestação até a primeira infância (6 anos). Foram construídos três artigos para elucidar este objetivo. O primeiro artigo é uma revisão sistemática (PROSPERO no CRD42019135655) que buscou investigar possíveis repercussões do luto materno seguida da morte de um filho, durante a gestação, período perinatal e/ou na primeira infância, no desenvolvimento do bebê nascido subsequentemente à perda. Foram seguidas as recomendações PRISMA para a condução do estudo. Dentre os registros localizados, sete artigos foram selecionados e analisados pelo STROBE. Os resultados mostraram-se inconclusivos, uma vez que tanto se constatou associação entre apego inseguro e desorganizado e dificuldades no desenvolvimento motor do bebê nascido subsequentemente à perda, quanto nenhuma associação entre tipo de apego do bebê e luto materno. No segundo artigo, empírico, de caráter misto, buscou-se compreender o processo de luto de quatro mulheres que possuíam filhos nascidos antes e depois de uma perda gestacional (PG), a fim de investigar o potencial traumático desta perda, considerando as perspectivas de Winnicott e Ferenczi, e analisar as eventuais repercussões deste processo na vivência da maternidade. Além de Questionário Sociodemográfico e Clínico (QSC), do Brief Symptom Inventory (BSI) e do Prolonged Grief Disorder-13 (PG13), as mães foram entrevistadas. Analisou-se pela técnica de síntese de casos cruzados. Verificou-se que as mães tanto sentiram que perderam um filho e vivenciaram processo de luto quanto não sentiram e não referiram ter vivenciado luto em decorrência da PG. Observou-se o potencial traumático na vivência da PG, porque nem todas as mulheres experenciam a PG como perda de filho, embora sofram emocionalmente devido a perda. A imaterialidade da PG propicia uma abertura à vulnerabilidade psíquica, podendo repercutir por meio de modificações emocionais na vivência da maternidade. Destacou-se o papel da espiritualidade e da presença de filhos nascidos anteriormente à perda na vivência da PG. Por fim, no terceiro artigo, também empírico, realizou-se um estudo quantitativo e transversal com o objetivo de avaliar associações entre variáveis maternas (presença de perda de um filho desde a gestação até a primeira infância, presença de luto prolongado e aspectos psicopatológicos) e sintomas psicofuncionais (SP) em bebês de seis a 24 meses nascidos após esta perda. A amostra foi composta por 598 díades mãe-bebê. Destas 23% das mães experienciaram algum tipo de perda de filho. Para a coleta de dados, utilizaram-se QSC, Questionário de Sintomas Somáticos do Bebê, BSI, Escala Revisada de Ajustamento Conjugal, Questionário sobre Situações de Perda e Luto Materno e o PG13. Realizou-se estatística descritiva, teste t de Student e testes qui-quadrado para comparação entre grupos de mães com e sem histórico de perda de filho e, por fim, análises de covariância (ANCOVA) com intuito de verificar quais variáveis poderiam ser preditoras de SP nos bebês. Observou-se que mães que perderam um filho não apresentaram mais sintomas psicopatológicos (BSI) do que aquelas que não perderam. Contudo, elas perceberam maior quantidade de sintomas psicofuncionais nos seus filhos nascidos subsequentemente à perda, quando comparados aos bebês de mães sem essa vivência. Além disso, a percepção da qualidade do ajustamento conjugal para as mães do estudo associou-se com a qualidade da saúde mental materna (menor presença de sintomas psicopatológicos). Dessa forma, verifica-se que a experiência de perda de filho seguida pelo nascimento de um novo bebê pode ser complexa e vivenciada das mais diferentes maneiras pelas mulheres. Além disso, a maternidade após a perda parece estar permeada por maiores preocupação da mulher frente a questões de desenvolvimento precoce do bebê, ao mesmo tempo em que o bebê pode estar sinalizando um descompasso na díade mãe-bebê, através de mais SP. Com base nos três estudos que compuseram a Tese, foi possível concluir que a perda de filho é um tema delicado, complexo e multifacetado. Parece existir repercussão da perda prévia de filho na relação mãe- bebê, contudo ainda existem lacunas a serem exploradas. Novos estudos devem empregar avaliação de outras dimensões do desenvolvimento do bebê, bem como considerar acompanhar algumas variáveis ao longo do tempo para a compreensão do processo de enlutamento materno decorrente de perda de filho, tais como o desenvolvimento infantil e a saúde mental materna. Ainda, a adaptação ou criação de novos instrumentos para a avaliação do enlutamento materno mostram-se necessários.pt_BR
dc.description.abstract-enThis Doctoral Thesis aimed to evaluate the development of babies from six to 24 months old, seeking to verify possible repercussions of maternal emotional aspects, in particular, experiences of previous loss of a child and maternal grief, on infant emotional development. It is important to point out that, in this Thesis, the experience of child loss was defined as any loss occurring from pregnancy to early childhood (6 years old). Three articles were created to accomplish this purpose. The first article, aimed to examine in a systematic review (PROSPERO registration number CRD42019135655) the possible repercussions of maternal grief followed by the death of a child, during pregnancy, perinatal period, and/or early childhood, on the development of the baby born after the loss. PRISMA recommendations were followed to conduct the study. Among records located, seven studies were selected for analysis, and qualitaty of the articles was evaluatied by STROBE. The findings were inconclusive because some studies suggested that the loss of a child was associated with insecure or disorganized infant attachment and impaired development of language and socialization. However, other studies suggested absence of association with loss of a child and insecure or disorganized infant attachment and impaired motor development of subsequent infant. In the second, empirical article, of mixed character, aimed to understand the grieving process of four women who had children born before and after a pregnancy loss (PL), in order to investigate the traumatic potential of this loss, considering the perspectives of Winnicott and Ferenczi, and to analyze the possible repercussions of this process on the experience of motherhood. In addition to a Sociodemographic and Clinical Questionnaire (SCQ), the Brief Symptom Inventory (BSI) and the Prolonged Grief Disorder-13 (PG13), the mothers were interviewed. In the analysis, the cross-case synthesis technique was employed. It was found that the mothers both felt they had lost a child and experienced the grieving process, and did not feel and did not report having experienced grieving as a result of PL. The immmateriality of PL provides na opening to psychic vulnerability, which can have repercussions through emotional and behavioral changes in the experience of motherhood. The role of spirituality and the presence of children born before the loss in the experience. Finally, in the third article, also empirical, a quantitative and cross-sectional study was carried out with the aim of evaluating associations between maternal variables (presence of a child loss from pregnancy to early childhood, presence of prolonged grief and psychopathological aspects) and psychofunctional symptoms (PS) in infants aged six to 24 months born after this loss. The sample composed of 598 mother-infant dyads. Of these, 23% of mothers experienced some type of child loss. For data collection, it used a SCQ, Baby Somatic Symptoms Questionnaire (SSQ), BSI, Revised Marital Adjustment Scale (R-DAS), Maternal Loss and Grief Questionnaire and PG13. Descriptive statistics, Student's t-test and chi-square tests were used to compare groups of mothers with and without a history of child loss and, finally, analysis of covariance (ANCOVA) to verify which variables could be predictors of SP in babies. It was observed that mothers who lost a child did not have more psychopathological symptoms (BSI) than those who did not. However, they noticed a greater amount of PS in their children born subsequent to the loss, when compared to the babies of mothers without this experience. In addition, the perception of the quality of marital adjustment for the mothers in the study was associated with the quality of maternal mental health (lower presence of psychopathological symptoms). Thus, it is verified that the experience of losing a child followed by the birth of a new baby can be complex and experienced in the most different ways by women. Moreover, motherhood after the loss seems to be permeated by women's greater concern regarding issues of early baby development, while the baby may be signaling the lack of consistency base in the mother-infant dyad, through more SP. Based on the three studies that composed this Thesis, it was possible to conclude that the loss of a child is a delicate, complex and multifaceted subject. There seems to be repercussion of the previous loss of a child on the mother-infant relationship, however there are still gaps to be explored. Further studies are required to assess other dimensions of the baby's development, as well as consider monitoring some variables over time to understand the process of maternal bereavement resulting from the loss of a child, such as child development and maternal mental health. Still, the adaptation or creation of new instruments for the assessment of maternal mourning and grief is necessary.pt_BR
dc.description.sponsorshipCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – Brasilpt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/2029
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.relation.requiresTEXTO - Adobe Readerpt_BR
dc.rightsAcesso Aberto Após Período de Embargopt_BR
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/*
dc.subjectMaternidadept_BR
dc.subjectRelação Mãe-Filhopt_BR
dc.subjectDesenvolvimento Infantilpt_BR
dc.subjectLutopt_BR
dc.subjectMortept_BR
dc.subject[en] Parentingen
dc.subject[en] Mother-Child Relationsen
dc.subject[en] Child Developmenten
dc.subject[en] Bereavementen
dc.subject[en] Deathen
dc.titleSaúde mental e luto materno: possíveis repercussões sobre o desenvolvimento do bebêpt_BR
dc.typeTesept_BR
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