A escala Perme prediz mortalidade em pacientes críticos?

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2019
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Wagner Wessfll
Resumo
Introdução: Diversos fatores são associados ao risco de mortalidade dentro de uma UTI, como aumento do tempo de permanência, insucesso no processo de extubação, maior do tempo de ventilação mecânica invasiva, alto risco de infecções e fraqueza muscular. Durante estes períodos longos de internação em UTIs o ocorre desenvolvimento de fraqueza muscular adquirida pela imobilidade no leito. Diversas escalas de avaliação foram criadas para análise da função física de pacientes críticos, porém nenhum estudo foi realizado relacionando a mobilidade com o desfecho mortalidade. Objetivo: Verificar se a escala Perme é capaz de predizer mortalidade em pacientes críticos. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, realizado através do acesso da base eletrônica de dados hospitalares, entre o período de janeiro de 2017 até janeiro de 2018. Foram incluídos todos os pacientes entre 18 e 80 anos de ambos os sexos que internaram na UTI durante o período de estudo. Foram excluídos indivíduos com informações incompletas no prontuário eletrônico. Os pacientes foram divididos em dois grupos: alta dependência (valores de Perme 0-5) e baixa dependência (6-32). Foram coletadas as variáveis referentes aos valores da escala Perme, tempo de internação na UTI, tempo de internação hospitalar, dados sócio demográficos, internação proveniente ao tipo de internação (medicina interna, cardiológica, respiratória, oncológica, transplante e neurológica) e mortalidade durante a hospitalização (desfecho primário do estudo). Resultados: Dos 2.988 indivíduos atendidos nas UTIs, 1.590 (54,9%) eram do sexo masculino, a idade média da população era 60±15 anos, 1.437 (50,5%) provenientes de atendimento privado em saúde (particular e convênios). Em relação ao tipo de internação a maioria dos casos foi por internação clínica (34,8%), seguido de cardiológica (25,7%), respiratória (16,1%), oncológica (10,9%), transplante (7,7%) e de causas neurológicas (4,7%). Na análise multivariada vimos que no modelo ajustado por idade e tipo internação vimos que pacientes com valores na escala de Perme com alta dependência apresentaram quase duas vezes maior risco de morrer quando comparados aos pacientes com escore superior a 6 [Hazard Ratio: 1,99 (IC 95%: 1,67-2,36), p<0,001]. Conclusão: A escala Perme foi um fator independente de mortalidade em pacientes internados por diversas especialidades médicas podendo contribuir na gestão e seguimento desta população entendia em unidades de tratamento intensivo.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Mortalidade, Mobilidade, Tempo de Internação, Tempo de Permanência na UTI, Escala Funcional, Função Física, [en] Mortality, [en] Length of Stay
Citação