O impacto de fatores de risco no desenvolvimento neuropsicomotor de bebês prematuros nos primeiros seis meses de vida: uma comparação entre grupos
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Data
2024-12-03
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Editor Literário
Resumo
Avaliar os fatores biológicos e ambientais é fundamental para compreender o desenvolvimento e a saúde de bebês prematuros. Bebês nascidos prematuramente têm maior suscetibilidade a atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor devido à sua imaturidade e, quando associado a riscos ambientais, o impacto no desenvolvimento dessas crianças pode ser potencializado. A qualidade de vida é um preditor de desenvolvimento que abrange componentes de bem-estar e depende de múltiplos fatores, como as relações familiares, sociais e as condições econômicas, entre outros. Essa é uma questão importante visto que a QV é um indicador importante do desenvolvimento, embora pouco explorada em crianças pequenas devido à limitação de ferramentas específicas. Objetivo: avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) e a qualidade de vida (QV) de prematuros nos primeiros seis meses de vida, comparando crianças de diferentes contextos socioeconômicos. Além disso, identificar quais fatores de risco impactam mais o DNPM dessas crianças nos primeiros seis meses de vida. Métodos: trata-se de um estudo observacional e analítico, com abordagem transversal. Participaram do estudo 60 bebês pré-termos com idade gestacional inferior a 37 semanas e idade corrigida entre 3 a 5 meses e meio, nascidos com peso abaixo de 2.550g, subdivididos igualmente em dois grupos: grupo SUS (GSUS) e grupo particular (GPAR). Os bebês do grupo SUS (GSUS), cadastrados no Ambulatório de Alto Risco do Centro Clínico da Universidade de Caxias do Sul (CECLIN-UCS), e os bebês do grupo particular (GPAR), foram avaliados em um consultório particular. Para avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor dos bebês, foram utilizados as escalas Bayley III, além de outros quatro questionários: PedsQL, AHEMD-IS, ABEP e um questionário de identificação. Esses instrumentos visam avaliar, respectivamente, a QV, as oportunidades que o ambiente domiciliar e a família proporcionam ao desenvolvimento neuropsicomotor do bebê, a situação econômica da família e as variáveis biológicas e ambientais. Resultados: a partir das comparações realizadas entre os grupos SUS e particular foi possível observar que os questionários ABEP e AHEMD-IS foram preditores importantes nos resultados da Bayley, porém em áreas distintas. Além disso, os resultados revelaram que os bebês do GPAR apresentaram melhor desempenho nos domínios motor, cognitivo e de linguagem, com diferenças significativas em relação ao GSUS, sugerindo que o nível socioeconômico e o ambiente de estímulos influenciam diretamente no desenvolvimento neuropsicomotor. Por outro lado, a qualidade de vida não apresentou diferenças significativas entre os grupos. Conclusão: a comparação entre os grupos amostrais e dos instrumentos Bayley, ABEP e AHEMD-IS revelam que tanto o nível socioeconômico quanto o ambiente de estímulos são importantes para um melhor desenvolvimento neuropsicomotor nos primeiros seis meses de vida. No entanto, nessa faixa etária, a qualidade de vida parece ser menos sensível às condições socioeconômicas ou aos instrumentos utilizados. A partir dessas informações, conclui-se que os fatores socioeconômicos e ambientais são preditores importantes para o desenvolvimento neuropsicomotor de bebês prematuros. Diante disso, fica evidente que, identificar possíveis atrasos e intervir precocemente nas mudanças do desenvolvimento são fundamentais para minimizar os efeitos negativos do atraso neuropsicomotor e de morbidades, reduzindo consideravelmente os impactos adversos na vida futura das crianças.
Descrição
Trabalho de conclusão de curso (Graduação) - Fisioterapia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Desenvolvimento Infantil, Qualidade de Vida, Fatores de Risco, Recém-Nascido Prematuro, Deficiências do Desenvolvimento, [en] Child Development, [en] Quality of Life, [en] Risk Factors, [en] Infant, Premature, [en] Developmental Disabilities