Influência da obesidade na mortalidade, no tempo de ventilação mecânica e na mobilidade da alta da UTI de pacientes críticos com COVID-19
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Data
2021
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
INTRODUÇÃO: A obesidade apresenta elevada prevalência na população e é um
importante fator de risco para a necessidade de hospitalização e de ventilação
mecânica (VM) em pacientes com COVID-19. O objetivo é identificar a influência da
obesidade na mortalidade, no tempo de desmame da VM e no nível de mobilidade
da alta da unidade de terapia intensiva (UTI) de pacientes críticos com COVID-19.
MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo em um hospital referência no
atendimento alta complexidade de pacientes com COVID-19 do Rio Grande do Sul
(Brasil) entre março e agosto de 2020. Todos os pacientes adultos admitidos na UTI
com necessidade de suporte ventilatório invasivo ou não-invasivo e COVID-19
confirmada foram incluídos. O desfecho primário foi a mortalidade na UTI e os
desfechos secundários incluíram tempo de VM e nível de mobilidade na alta da UTI.
RESULTADOS: Foram incluídos 429 pacientes, sendo 157 com sobrepeso (36,6%)
e 188 com obesidade (43,8%). Pacientes com sobrepeso e obesidade, além de
apresentarem menor mortalidade (p = 0,002), também apresentaram maior tempo de
sobrevida na UTI em comparação com doentes de IMC normal (log rank p < 0,001).
O sobrepeso e a obesidade contribuíram como fator de proteção na predição de
mortalidade na UTI. Assim, pacientes com sobrepeso apresentaram 36% menos
risco de evoluir a óbito em relação aos doentes com IMC normal (p = 0,04);
enquanto pacientes com obesidade apresentaram 23% na mesma comparação (p <
0,001). Não houve associação entre obesidade e tempo de VM. O nível de
mobilidade na alta da UTI não diferiu entre os grupos e apresentou correlação
inversa moderada com o tempo de permanência na UTI (r = -0,461, p < 0,001).
CONCLUSÕES: Pacientes com sobrepeso e obesidade eram mais jovens, mas
apresentaram alta prevalência de internação nas UTIs e necessitaram com maior
frequência de terapias agressivas. Por outro lado, foi observado nessa população
menor risco de morte na UTI dos pacientes que utilizaram VM. Independente da
faixa de IMC, os pacientes necessitaram de VM por período prolongado. Embora o
início da reabilitação tenha sido precoce, os pacientes eram transferidos para a
enfermaria com baixos níveis de mobilidade e elevada dependência.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
COVID-19, Obesidade, Reabilitação, Mortalidade, Unidades de Terapia Intensiva, [en] Obesity, [en] Rehabilitation, [en] Mortality, [en] Intensive Care Units