Associação entre traumas na infância e internação psiquiátrica durante a gestação e sua relação com Transtorno de Estresse Pós-traumático
dc.contributor.advisor | Ferrão, Ygor Arzeno | pt_BR |
dc.contributor.advisor-co | Alves, Lucas Primo de Carvalho | pt_BR |
dc.contributor.author | Oliveira, Vanessa Görniak de | pt_BR |
dc.contributor.department | Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2025-07-03T20:38:13Z | |
dc.date.available | 2025-07-03T20:38:13Z | |
dc.date.date-insert | 2025-07-03 | |
dc.date.issued | 2025-05-20 | |
dc.description | Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre. | pt_BR |
dc.description.abstract | Este estudo investigou a relação entre traumas na infância e a internação psiquiátrica durante a gestação, além da associação destes traumas com o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT). Utilizando um delineamento de estudo observacional do tipo caso-controle, foram analisados três grupos: gestantes internadas em unidade psiquiátrica, mulheres não gestantes internadas em unidade psiquiátrica por transtornos mentais e puérperas sem histórico de internação psiquiátrica na gestação. O objetivo foi compreender o impacto de experiências adversas na infância sobre a saúde mental materna e a necessidade de hospitalização psiquiátrica durante a gestação. A amostra incluiu 149 mulheres, sendo 42 gestantes internadas, 65 não gestantes internadas e 42 puérperas. Os dados foram coletados por meio de questionários sociodemográficos, da Structured Clinical Interview for DSM-5 Disorders (SCID-5) e do Questionário sobre Traumas na Infância (QUESI). A análise estatística foi realizada utilizando testes de qui-quadrado com um nível de significância de 0,05. Os resultados indicaram maior prevalência de abuso emocional, abuso físico, negligência emocional e negligência física entre as gestantes internadas. O abuso sexual, por outro lado, apresentou alta prevalência em todos os grupos. Quando controlados para todos os tipos de trauma, apenas o abuso emocional aumentou em mais de três vezes a chance de internação psiquiátrica durante a gestação (OR = 3,23; IC95% = 1,24 – 8,4). No entanto, as gestantes internadas apresentaram menos negligência emocional do que nãogestantes internadas (OR = 0,42; IC 95% = 0,18 – 0,98). Houve uma maior associação entre traumas na infância e TEPT no ciclo gravídico-puerperal (gestantes e puérperas), no qual foi encontrada associação com abuso emocional, abuso físico, negligência emocional e física, do que no grupo de não gestantes, em que a associação foi apenas marginal com a negligência física. Além disso, a prevalência de Transtorno por Uso de Substâncias (TUS) foi significativamente maior entre as gestantes internadas. O estudo também identificou que o suporte social influencia a saúde mental materna. As puérperas sem internação tiveram maior tendência a morar com o companheiro, sugerindo um fator protetor. Em contraste, gestantes e não gestantes internadas apresentaram maior probabilidade de residir com familiares ou amigos, o que aumentou em mais de três vezes a chance de internação psiquiátrica. Conclui-se que traumas na infância estão fortemente associados à prejuízos em relação à saúde mental de mulheres, especialmente durante a gestação, aumentando o risco de internação psiquiátrica durante a gestação e desenvolvimento de TEPT no período gravídico-puerperal. A pesquisa destaca a necessidade de políticas públicas e intervenções clínicas voltadas à prevenção e tratamento dos traumas na infância. Estudos futuros devem explorar a viabilidade de avaliação de traumas na infância durante o pré-natal, visando melhores desfechos na saúde mental materna. | pt_BR |
dc.description.abstract-en | This study investigated the relationship between childhood trauma and psychiatric hospitalization during pregnancy, as well as the association of such trauma with Post-Traumatic Stress Disorder (PTSD). Using an observational case-control design, three groups were analyzed: pregnant women hospitalized in a psychiatric unit, nonpregnant women hospitalized for mental disorders, and postpartum women with no history of psychiatric hospitalization during pregnancy. The aim was to understand the impact of adverse childhood experiences on maternal mental health and the need for psychiatric hospitalization during pregnancy. The sample comprised 149 women, including 42 hospitalized pregnant women, 65 hospitalized non-pregnant women, and 42 postpartum women. Data were collected using sociodemographic questionnaires, the Structured Clinical Interview for DSM-5 Disorders (SCID-5), and the Childhood Trauma Questionnaire (QUESI). Statistical analyses were conducted using chi-square tests with a significance level of 0.05. Results indicated a higher prevalence of emotional abuse, physical abuse, emotional neglect, and physical neglect among hospitalized pregnant women. Sexual abuse, on the other hand, was highly prevalent across all groups. When controlling for all types of trauma, only emotional abuse increased the odds of psychiatric hospitalization during pregnancy more than threefold (OR = 3.23; 95% CI = 1.24–8.4). However, hospitalized pregnant women reported lower rates of emotional neglect than hospitalized non-pregnant women (OR = 0.42; 95% CI = 0.18–0.98). A stronger association between childhood trauma and PTSD was observed in the perinatal period (pregnant and postpartum women), where emotional abuse, physical abuse, and both emotional and physical neglect were associated with PTSD, compared to the non-pregnant group, in which only physical neglect showed a marginal association. Furthermore, the prevalence of Substance Use Disorder (SUD) was significantly higher among hospitalized pregnant women. The study also identified that social support influences maternal mental health. Postpartum women with no psychiatric hospitalization were more likely to live with a partner, suggesting a protective factor. In contrast, both hospitalized pregnant and non-pregnant women were more likely to live with family or friends, which increased the odds of psychiatric hospitalization by more than three times. In conclusion, childhood trauma is strongly associated with impaired mental health in women, particularly during pregnancy, increasing the risk of psychiatric hospitalization and the development of PTSD in the perinatal period. The study highlights the need for public policies and clinical interventions aimed at the prevention and treatment of childhood trauma. Future studies should explore the feasibility of assessing childhood trauma during prenatal care to improve maternal mental health outcomes. | en |
dc.identifier.uri | https://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/3326 | |
dc.language.iso | pt_BR | pt_BR |
dc.relation.requires | TEXTO - Adobe Reader | pt_BR |
dc.rights | Acesso Aberto Imediato | pt_BR |
dc.rights.uri | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/ | |
dc.subject | Gravidez | pt_BR |
dc.subject | Tratamento Psiquiátrico | pt_BR |
dc.subject | Saúde Mental | pt_BR |
dc.subject | Psicologia Médica | pt_BR |
dc.subject | [en] Pregnancy | en |
dc.subject | [en] Treatment, Psychiatric | en |
dc.subject | [en] Mental Health | en |
dc.subject | [en] Psychology, Medical | en |
dc.title | Associação entre traumas na infância e internação psiquiátrica durante a gestação e sua relação com Transtorno de Estresse Pós-traumático | pt_BR |
dc.type | Dissertação | pt_BR |
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