Investigação dos mecanismos de citotoxicidade da cocaína utilizando células de glioblastoma em cultura

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Data
2017
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Resumo
A cocaína é utilizada como droga de abuso devido seus efeitos psicoestimulantes. Atualmente, é uma das drogas de abuso mais consumida no mundo, perdendo apenas para a maconha. Devido seu grande potencial aditivo, tornou-se um problema de saúde pública mundial. No presente trabalho, no capítulo 1 realizou-se uma revisão bibliográfica dos principais trabalhos realizados até o momento relacionados à toxicidade da cocaína em modelos in vivo e in vivo. No capítulo 2, avaliou-se os mecanismos de toxicidade da cocaína (padrão e apreendida) em células de glioblastoma e em células de cultura primária de astrócitos. Para tal, realizamos testes de viabilidade celular utilizando os ensaios de Azul de Tripan e MTT após exposição das células a cloridrato de cocaína por 24 e 72 horas (2-15mM). Além disso, também foi avaliada a viabilidade celular após as células serem expostas à cocaína de apreensão por 24 e 72h utilizando ensaio de MTT com intuito de comparar os efeitos da droga pura com os efeitos da droga que é usualmente encontrada nas ruas. Além dos testes de viabilidade, também se verificou a ocorrência de formação de espécies reativas de oxigênio, por meio do ensaio de diclorofluoresceína (DCF) e, paralelamente, foi avaliada a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT). A indução de danos ao DNA foi verificada por meio do ensaio cometa, versão alcalina e modificada. Para avaliar a perda do potencial de membrana mitocondrial, realizou-se o ensaio de Rodamina-123. Por fim, avaliou-se a indução de morte celular (apoptose e necrose) por meio da marcação celular com Anexina-V e 7AAD. 12 Neste trabalho ficou demonstrado que a cocaína, tanto a droga padrão quanto a droga de apreensão, é capaz de reduzir a viabilidade celular de forma dose e tempo dependente. Também foi observado que a cocaína leva a formação de espécies reativas de oxigênio, induz a morte celular por apoptose e por necrose, além de induzir danos a macromoléculas, como quebras na molécula de DNA e a peroxidação de lipídeos de membrana. Os dados relativos ao tipo de morte induzida, evidenciaram que a cocaína de apreensão induziu mais morte por necrose do que a cocaína padrão, fato que poderia estar relacionado às impurezas presentes neste tipo de amostra. Após exposição à cocaína por 24h, ocorreu a perda de potencial de membrana mitocondrial devido a sua hiperpolarização. Os resultados obtidos sugerem a relação entre a formação de espécies reativas de oxigênio e a toxicidade da cocaína descrita na literatura. A exposição das células a concentrações crescentes da droga induziu a formação de ROS, consequência que parece ser fator desencadeante para as ocorrências seguintes como indução de dano no DNA, hiperpolarização da membrana mitocondrial e, consequentemente, indução de morte celular.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Patologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Cocaína, Glioblastoma, [en] Cocaine
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