Força Muscular, Capacidade Funcional e Qualidade de Vida em Pacientes com Doença Renal Crônica em Tratamento Dialítico
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Data
2024-12-04
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Editor Literário
Resumo
Introdução A Doença Renal Crônica (DRC) afeta cerca de 10% da população
adulta brasileira, sendo a hemodiálise (HD) a principal terapia renal substitutiva.
Apesar do aumento da sobrevida, pacientes em HD enfrentam
comprometimentos na força muscular, capacidade funcional e qualidade de vida
(QV), associados tanto à progressão da doença quanto aos efeitos do
tratamento. Este estudo buscou avaliar a força muscular, capacidade funcional
e QV em pacientes com DRC em HD ambulatorial. Metodologia: Trata-se de
um estudo transversal com 15 pacientes de 45 a 65 anos em HD. Dados de QV
foram obtidos pelo Kidney Disease Quality of Life Instrument (KDQOL). A função
pulmonar foi avaliada pela espirometria (CVF e VEF1), enquanto a força
muscular respiratória foi mensurada pela Pressão Inspiratória Máxima (PImáx) e
pelo Índice de Intensidade (S-Index). A força periférica foi avaliada pela Força de
Preensão Palmar (FPP) e pela escala Medical Research Council (MRC). A
capacidade funcional foi mensurada pelo Teste do Degrau de 3 minutos (TD3).
Resultados: Os resultados demonstraram função pulmonar preservada (CVF:
92,8%, VEF1: 93,7%), mas fraqueza respiratória significativa (PImáx: 61,1% do
valor predito). A FPP média foi de 19,64 kgf, correlacionando-se moderadamente
com a quantidade de degraus no TD3 (r=0,579; p=0,024). O escore médio do
MRC foi de 45±7 pontos, indicando fraqueza muscular periférica significativa.
Cinco pacientes não completaram o TD3, com média de 44,3 degraus, abaixo
do esperado para indivíduos saudáveis. A QV apresentou escores baixos
(KDQOL-SF 36: 53,6; KDQOL-ESRD: 59,7), com piores resultados nos domínios
físicos (35%) e ocupacionais (36,66%). Observou-se correlação negativa entre
o tempo em HD e a capacidade funcional. Discussão: Pacientes apresentaram
fraqueza respiratória e redução da força periférica, compatíveis com a literatura
sobre miopatia urêmica e descondicionamento físico. Apesar da função
pulmonar preservada, a fraqueza muscular respiratória pode prejudicar a
ventilação durante atividades, impactando a capacidade funcional. O
desempenho no TD3, abaixo do esperado, reflete limitações associadas à DRC,
incluindo inflamação crônica, atrofia muscular e inatividade física. A baixa QV,
especialmente nos aspectos físicos e ocupacionais, ressalta os desafios
enfrentados pelos pacientes, relacionados à sobrecarga emocional, dor e
limitações funcionais. A utilização de ferramentas práticas, como o TD3 e a FPP,
demonstrou ser eficaz na avaliação e pode direcionar intervenções. Conclusão:
Os achados reforçam a necessidade de intervenções específicas, como
treinamento muscular e reabilitação física, para minimizar os impactos da DRC
e HD na força muscular, funcionalidade e QV.
Descrição
Trabalho de conclusão de curso (Graduação) - Fisioterapia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Insuficiência Renal Crônica, Diálise Renal, Força Muscular, Qualidade de Vida, [en] Renal Insufficiency, Chronic, [en] Renal Dialysis, [en] Muscle Strength, [en] Quality of Life