Prevalência de resistência bacteriana em isolados de pacientes hospitalizados com cirrose no sul do Brasil: um novo desafio

dc.contributor.advisorMattos, Angelo Alves de
dc.contributor.advisor-coSukiennik, Teresa Cristina Teixeira
dc.contributor.authorCostabeber, Ane Micheli
dc.date.accessioned2016-10-18T13:57:18Z
dc.date.accessioned2023-10-09T19:38:45Z
dc.date.available2016-10-18T13:57:18Z
dc.date.available2023-10-09T19:38:45Z
dc.date.date-insert2016-10-18
dc.date.issued2014
dc.descriptionDissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.pt_BR
dc.description.abstractIntrodução: As infecções bacterianas constituem um importante evento clínico em pacientes com cirrose. Um aumento na frequência de infecções por patógenos multirresistentes tem sido visto em vários países, associado a maior ocorrência de falha da terapia inicial e a mais elevada mortalidade. Objetivo: Avaliar o perfil de resistência das bactérias isoladas em materiais biológicos obtidos de pacientes com e sem diagnóstico de cirrose. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo observacional. Foi avaliada a suscetibilidade aos antimicrobianos de isolados bacterianos provenientes de pacientes com e sem cirrose internados nos setores de emergência, enfermaria e unidade de terapia intensiva (UTI) de janeiro de 2009 a dezembro de 2011 de um centro de referência. Foram avaliados 5839 isolados bacterianos no sangue, secreções respiratórias, urina, ascite e coleções abdominais de 2652 pacientes. Staphylococcus sp coagulase negativo foi excluído da avaliação de multirresistência, sendo analisados, para esse fim, 4505 isolados de 2180 pacientes. Resultados: Apresentaram diagnóstico de cirrose 251 pacientes, com idade média de 57,6±11 anos, sendo a maioria homens (61,8%). O vírus da hepatite C foi a etiologia mais frequente (47,8%). Dos 576 isolados bacterianos provenientes desses pacientes, a metade foi gram-negativa, sendo E. coli e Staphylococcus sp coagulase negativo os mais comuns. Dos 464 isolados bacterianos provenientes dos pacientes com cirrose avaliados quanto à multirresistência, 37,5% foram multirresistentes, enquanto 44,1% dos 4041 isolados nos pacientes sem cirrose foram multirresistentes (p=0,007). E. coli foi a bactéria multirresistente mais comum entre os pacientes com e sem cirrose, seguida por S. aureus, K. pneumoniae e Acinetobacter sp nos primeiros. Foram produtores de ESBL 20,4% dos isolados de E. coli e Klebsiella sp nos pacientes com cirrose e 19,4% dos isolados na população total. Foram resistentes à meticilina 44,3% dos isolados de S. aureus nos pacientes com cirrose e 43% dos isolados na população total. Foram multirresistentes 28,3%, 50% e 40% dos isolados em pacientes com cirrose na emergência, enfermaria e UTI, respectivamente, enquanto 34,5%, 48,1% e 51,8% dos isolados na população total foram multirresistentes nos mesmos setores. Foram resistentes às cefalosporinas de terceira geração 36,2% dos isolados em pacientes com cirrose e 33,8% dos isolados na população total. Nos pacientes com cirrose, foram resistentes a esses antibióticos 35,5% dos isolados em hemocultura, 25% dos isolados em secreções respiratórias, 39,9% dos isolados na urina, 37,3% dos isolados na ascite e 28,6% dos isolados em outros líquidos ou coleções abdominais. Foram resistentes às cefalosporinas de terceira geração 24,9%, 50% e 42,7% dos isolados em pacientes com cirrose na emergência, enfermaria e UTI, respectivamente, enquanto 21,9%, 43,2% e 43,2% dos isolados na população total foram resistentes a esses antibióticos nos mesmos setores. Conclusão: Diante da elevada frequência de bactérias multirresistentes e resistentes às cefalosporinas de terceira geração nas amostras clínicas dos pacientes com cirrose, antibióticos de amplo espectro, adaptados aos padrões de resistência bacteriana observados, devem ser considerados para o tratamento empírico das infecções em pacientes hospitalizados.pt_BR
dc.description.abstract-enIntroduction: Bacterial infections are a major clinical event in patients with cirrhosis. An increase in the frequency of infections caused by multidrug-resistant pathogens has been seen in many countries, associated with a higher incidence of initial therapy failure and higher mortality. Objective: To assess the resistance profile of bacterial isolates in samples from patients with and without a diagnosis of cirrhosis. Methods: This was a retrospective observational study. The antimicrobial susceptibility of bacterial isolates from patients with and without cirrhosis admitted in the emergency department, hospital ward and intensive care unit from January 2009 to December 2011 was evaluated. Five thousand eight hundred thirty-nine bacterial isolates in blood, respiratory secretions, urine, ascites and abdominal collections from 2652 patients were evaluated. Coagulase negative Staphylococcus sp was excluded from the assessment of multidrug resistance and 4505 isolates from 2180 patients were analysed for this purpose. Results: Two hundred fifty-one patients had a diagnosis of cirrhosis (mean age 57.6 ± 11 years, 61.8% were male). The hepatitis C virus was the most common etiology (47.8%). Of 576 bacterial isolates from these patients, half were gram-negative (E. coli and Staphylococcus sp coagulase negative were the most common). Of 464 bacterial isolates from patients with cirrhosis evaluated for multidrug resistance, 37.5% were multidrug-resistant, while 44.1% of 4041 isolates from patients without cirrhosis were multidrug-resistant (p=0.007). E. coli was the most common multidrug-resistant bacteria between patients with and without cirrhosis, followed by S. aureus, K. pneumoniae and Acinetobacter sp in the first group. Of E. coli and Klebsiella sp isolates, 20.4% in patients with cirrhosis and 19.4% in the general population were ESBL producers. Of S. aureus isolates, 44.3% in patients with cirrhosis and 43% in the general population were resistant to methicillin. In patients with cirrhosis, of the isolates in the emergency department, hospital ward and ICU, 28.3%, 50% and 40% were multiresistant bacteria, respectively, while in the general population 34.5%, 48.1% and 51.8% of the isolates were multiresistant in the same departments. In patients with cirrhosis 36.2% of the isolates were resistant to third-generation cephalosporins and 33.8% of the isolates were resistant in the general population. In patients with cirrhosis, 35.5% of the isolates in blood cultures, 25% of the isolates in respiratory secretions, 39.9% of the isolates in the urine, 37.3% of the isolates in ascites and 28.6% of the isolates in abdominal collections were resistant to third-generation cephalosporins. In patients with cirrhosis, 24.9%, 50% and 42.7% of the isolates were resistant to thirdgeneration cephalosporins in the emergency department, hospital ward and ICU, respectively, while 21.9%, 43.2% and 43.2% of isolated in the general population were resistant to these antibiotics in the same departments. Conclusion: Given the high frequency of multidrug-resistant and third-generation cephalosporins resistant bacteria in cirrhotic patients samples, broad-spectrum antibiotics, adapted to the observed patterns of bacterial resistance, should be considered for empiric treatment of infections in hospitalized patients.pt_BR
dc.identifier.urihttps://repositorio.ufcspa.edu.br/handle/123456789/325
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.relation.requiresAdobe Readerpt_BR
dc.rightsAcesso Aberto Imediato*
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/*
dc.subjectCirrose Hepáticapt_BR
dc.subjectInfecções Bacterianaspt_BR
dc.subjectResistência a Múltiplos Medicamentospt_BR
dc.subject[en] Liver Cirrhosisen
dc.subject[en] Bacterial Infectionsen
dc.subject[en] Drug Resistance, Multipleen
dc.titlePrevalência de resistência bacteriana em isolados de pacientes hospitalizados com cirrose no sul do Brasil: um novo desafiopt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
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