Perda dopaminérgica na Doença de Parkinson: alterações na marcha e no controle postural nos diferentes estágios motores

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Data
2018
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Resumo
As deficiências da marcha e do controle postural na Doença de Parkinson (DP), devido à degeneração dos neurônios dopaminérgicos na substância negra, envolvem vários aspectos motores específicos. Entre eles, a velocidade da marcha, o comprimento do passo e da passada, aumento do deslocamento do centro de pressão (COP) e o Freezing da marcha (FM) são alterações que se agravam conforme o avanço da enfermidade. Entretanto, pouco há descrito na literatura, e não de forma específica, sobre a interferência da perda dopaminérgica nestas alterações, de acordo com a gravidade da doença. O objetivo deste estudo foi identificar e comparar as principais alterações na cinemática da marcha e no controle postural com a perda dopaminérgica na região do corpo estriado, em diferentes estágios motores da DP. Trata-se de um estudo com delineamento transversal que avaliou 42 pacientes com DP em diferentes estágios motores, classificados e divididos em três grupos pela escala de Hoehn & Yahr (HY) - HY I = 12 indívíduos, HY II = 15 indivíduos, HY III = 15 indivíduos. Utilizou-se a subseção motora da Movement Disorder Society Unified Parkinson Disease Rating Scale (MDS-UPDRS-III) para avaliação da dos aspectos motores gerais, o New Freezing of Gait Questionnaire (NFOG-Q) para identificação do FM, avaliação da cinemática da marcha realizada a partir de um sistema de captura tridimensional de movimento (BTS SMART DX 400) e avaliação do controle postural através de estabilometria em plataforma de força (BTS P-6000). A quantificação do índice de dopamina foi realizada através de exame de imagem por tomografia computadorizada através do 99mTc-TRODAT-1 (SPECT-CT). Todas as avaliações foram realizadas no estado “off” da medicação. Verificou-se que, confome o avanço do estadiamento motor, houve piora das variáveis de captação do transportador de dopamina (p < 0.033), da MDS-UPDRS-III (p < 0,001), do surgimento do FM (p < 0,001), da velocidade média (p < 0,005), do comprimento do passo e da passada (p < 0,05) e do deslocamento do COP (p < 0,035). Conforme os resultados obtidos, verificou-se que quanto maior a depleção de dopamina na região do corpo estriado, maiores são as alterações motoras de marcha e controle postural apresentadas pelos sujeitos, de acordo com o avanço da DP. A partir disso, sugere-se uma unificação entre estratégias medicamentosas eficientes com uma abordagem adequada na reabilitação, como estímulo de outras vias motoras não acometidas pela depleção da dopamina, visando um melhor tratamento para as alterações motoras na DP.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Doença de Parkinson, Dopamina, Marcha, Equilíbrio Postural, [en] Parkinson Disease, [en] Dopamine, [en] Gait, [en] Postural Balance
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