Avaliação da atividade anti-herpética do exsudato de Salvia uliginosa e do diterpeno icetexona
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Data
2023
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Editora
Editor Literário
Resumo
Herpes Simples Virus-2 (HSV-2) é um vírus dermatotrópico. Estudos recentes indicam
que a porcentagem de indivíduos infectados pelo HSV-2 no Brasil é em média 11,3%
e estima-se que cerca de 90% da população mundial possui sorologia positiva por um
ou ambos os vírus. O HSV-2 também é uma infecção sexualmente transmissível que
ocasiona sérios problemas em indivíduos com sistema imunológico debilitado ou sob
tratamento imunossupressor, ou ainda quando é transmitido durante o parto. Os
antivirais já existentes para o tratamento não atuam na latência do vírus e já existem
cepas resistentes ao aciclovir, principal fármaco utilizado. Tratamentos com derivados
de plantas têm apresentado eficácia contra o herpes, em modelos in vitro e in vivo.
Algumas espécies de Salvia já foram estudadas frente a vírus e outros
microrganismos. Análises publicadas pelo nosso grupo demonstraram que Salvia
uliginosa apresenta uma atividade significativa frente a Leishmania amazonensis, um
parasita intracelular responsável por causar leishmaniose. Assim, o objetivo desse
trabalho foi verificar o possível efeito anti-herpético de Salvia uliginosa frente ao HSV2 in vitro. Salvia uliginosa foi coletada e identificada por um botânico. O exsudato da
planta e o composto majoritário, o diterpeno icetexona (ICT), foram obtidos no
Laboratório de Farmacognosia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul. A ICT foi isolada no mesmo laboratório, por cromatografia em
coluna de gel de sílica. A técnica de MTT foi utilizada na linhagem celular VERO para
a análise da citotoxicidade dos extratos e composto isolado, determinando os valores
de IC50 e CC50. O efeito virucida das amostras no HSV-2 foi avaliado por ensaio de
placa. Os resultados indicaram que o exsudato de S. uliginosa possui atividade antiherpética in vitro, com CC50 de 193,5μg/mL, embora a ICT não. São necessários
experimentos adicionais in vitro para elucidar o mecanismo de ação, e in vivo para
testar a hipótese anti-herpética da Salvia uliginosa no hospedeiro infectado.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Biociências, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Palavras-chave
Antivirais, Salvia, Citotoxicidade, [en] Antiviral Agents, [en] Cytotoxicity, [en] Salvia