A expressão imuno-histoquímica da alfa-actina nos carcinomas basocelulares
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Data
2021
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
Introdução: O carcinoma basocelular (CBC) é a neoplasia maligna mais
comum da pele. Apesar da sua grande prevalência, geralmente o CBC não
ocasiona metástases, sendo reconhecido por seu potencial de invasão local.
Alguns estudos, com séries de casos, relacionaram a presença de alfa-actina
de músculo liso com a invasão tumoral nos subtipos de CBC mais agressivo.
Comprovando-se a relação entre a alfa-actina e a invasão tumoral, seria
possível predizer o comportamento de um carcinoma basocelular na invasão
de tecidos locais, auxiliando na decisão terapêutica. Objetivos: o objetivo
principal foi verificar a prevalência da positividade para alfa-actina, à imunohistoquímica, em carcinomas basocelulares de baixo risco (superficial, nodular,
fibroepitelioma) e de alto risco (infiltrativo, morfeiforme, basoescamoso,
esclerosante e micronodular) e o objetivo secundário foi descrever a relação
entre a expressão imuno-histoquímica da alfa-actina e as seguintes variáveis:
idade do paciente; topografia do CBC; padrão clínico da lesão; descrição
dermatoscópica; tamanho da lesão, espessura tumoral; presença de ulceração
e recidiva das lesões em 5 anos. Materiais e Métodos: Foram avaliados 100
casos de CBC diagnosticados em 2014 no Serviço de Patologia do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre (Brasil), a partir de blocos de parafina de pacientes
com exérese do carcinoma basocelular. Foi realizada a imuno-histoquímica
para alfa-actina de músculo liso. Os seguintes dados de prontuário foram
analisados: idade; topografia da lesão, se em área fotoexposta ou não
fotoexposta; impressão clínica da lesão, se CBC superficial, nodular ou
infiltrativo; descrição dermatoscópica; espessura tumoral; presença ou
ausência de ulceração e a presença de recidiva da lesão em até 5 anos de acompanhamento. Resultados: a prevalência da alfa-actina estromal foi de
33% nos CBC em geral, 23% nos de baixo risco e 59% nos de alto risco. A
prevalência da alfa-actina nas células tumorais foi de 37% nos CBCs em geral,
48% nos de baixo risco e 33% nos de alto risco. Houve associação
estatisticamente significativa quanto à presença da proteína alfa-actina no
estroma tumoral e as variáveis subtipo agressivo (p=0,001, φ = 0,34) e recidiva
tumoral em até 5 anos (odds ratio = 1,896 IC95% = 0,771 – 4,659). Não houve
associação estatisticamente significativa entre presença de alfa-actina estromal
e as demais variáveis estudadas (idade, topografia, espessura tumoral,
tamanho da lesão). Não foi demonstrada associação entre presença de alfaactina nas células tumorais e as variáveis estudadas.
Conclusão: a alfa-actina de músculo liso está frequentemente expressa no
estroma dos carcinomas basocelulares, relacionando-se aos fatores subtipo
agressivo e recidiva tumoral, e pode corroborar a hipótese de o mecanismo de
invasão tumoral ser dependente dos miofibroblastos.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Patologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Carcinoma Basocelular, Actina-alfa, Músculo Liso, Imuno-Histoquímica, Carcinogênese, Dermatopatologia, [en] Carcinoma, Basal Cell, [en] Muscle, Smooth, [en] Immunohistochemistry, [en] Carcinogenesis