Correlação entre os níveis de ferritina sérica e doença hepática gordurosa não-alcoólica em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica

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Data
2020
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Editor
Wagner Wessfll
Resumo
INTRODUÇÃO: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) tem se tornando um desafio na saúde pública, a medida que a prevalência da obesidade e sobrepeso vem aumentando em níveis endêmicos nos últimos anos. Diversos estudos estão sendo desenvolvidos na busca de métodos não invasivos e acessíveis para diagnosticar, estadiar e acompanhar a progressão da DHGNA. Os níveis de ferritina sérica (FS) estão comumente elevados em pacientes com DHGNA. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre os níveis de FS e a gravidade da DHGNA, explorando o papel da FS como marcador não invasivo de DHGNA. METODOLOGIA: Foram analisados os dados clínicos, antropométricos, laboratoriais e histológicos de 431 pacientes adultos portadores de obesidade, submetidos a cirurgia bariátrica. Os dados foram coletados no período pré operatório e após o primeiro ano da cirurgia. RESULTADOS: A prevalência de hiperferritinemia no período pré-operatório foi de 18%. Na análise univariada, níveis de FS acima do limite superior da normalidade (LSN) foram significativamente associados ao aumento dos níveis de glicemia de jejum (GJ), aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT) bilirrubinas totais (BT) e uma menor contagem de plaquetas. Estes pacientes apresentaram também significativamente maior peso, prevalência em homens, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS) e graus histológicos mais avançados de DHGNA, em comparação com o grupo que possuía FS normal. Entretanto, a acurácia dos níveis de FS foi relativamente baixa, com índices de sensibilidade variando de 3- 36%, e especificidade de 83-100%. Após análise de regressão múltipla, valores elevados de FS não foram preditores independentes de esteatose, esteatohepatite não-alcoólica (EHNA) ou fibrose hepática, e seus respectivos graus. Observou-se uma redução significativa dos níveis de FS após o primeiro ano da cirurgia bariátrica. CONCLUSÃO: Níveis de FS aumentados são comuns em pacientes com DHGNA, e estão associados à graus histológicos mais avançados; contudo, não foram considerados fatores preditores independentes de esteatose, EHNA ou fibrose. A FS é um exame de baixo custo e amplamente disponível, que apesar de apresentar uma baixa sensibilidade, possui uma especificidade de 83-100% para identificar as características histológicas da DHGNA (esteatose, EHNA e fibrose), podendo auxiliar no seguimento dos pacientes portadores de obesidade com DHGNA.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Medicina: Hepatologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Ferritina Sérica, Doença Hepática Gordurosa não Alcoólica, Cirurgia Bariátrica, Obesidade, Fibrose Hepática, Esteato-Hepatite não Alcoólica, [en] Non-alcoholic Fatty Liver Disease, [en] Bariatric Surgery, [en] Obesity, [en] Liver Cirrhosis
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