Avaliação do potencial genotóxico e da citotoxidade da terapia de fotobiomodulação em modelos experimentais

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Data
2017
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Resumo
A terapia de fotobiomodulação (FBM), também conhecida como Laser de Baixa Intensidade (LBI), tem sido estudada principalmente por seus efeitos na reparação, regeneração e cicatrização tecidual, ou seja, devido a sua ação direta e indireta sobre a capacidade proliferativa celular. A literatura, no entanto, tem se mostrado bastante contraditória sob vários aspectos associados ao uso dessa terapia, mostrando divergências nos resultados de acordo com os diferentes tipos de LBI, doses irradiadas, modos de tratamento, bem como relacionadas às condições do tecido e às características genéticas. É necessário, portanto, considerar o modo de ação pelo qual o LBI age e, igualmente, seus efeitos na reparação tecidual, ou seja, se sua atuação direta sobre a proliferação pode ou não afetar a viabilidade celular, a taxa de mutação espontânea e de recombinação mitótica tanto in vitro quanto in vivo. O objetivo deste estudo foi avaliar os possíveis efeitos citotóxicos e genotóxicos da irradiação com LBI em fluências geralmente utilizadas na prática clínica. Foram realizados os testes Cometa (660 nm and 904 nm) e SMART (904 nm) para detecção de dano ao DNA e o teste colorimétrico MTT (660 nm e 904 nm) para avaliação da viabilidade celular. A linhagem celular murina NIH-3T3 e o organismo experimental Drosophila melanogaster foram expostos a diferentes fluências (3, 5, 10 e 20 J/cm2) e comparados aos respectivos controles. Para detecção de dano, em ambos experimentos, os modelos experimentais receberam apenas uma irradiação enquanto, no teste de viabilidade, foram realizadas até três exposições ao LBI no período de 3 dias, com intervalo de 24horas. Foram utilizados Lasers vermelho (660 nm, 20 mW, onda contínua, tamanho de ponto 0,035 cm2, diâmetro 2,2 mm) e infravermelho (904 nm, 50 mW, modo pulsado, tamanho de ponto 0,01 cm2, diâmetro 1,2 mm).Todos os modelos experimentais foram irradiados com sonda LBI em varredura, mantendo um ângulo de 90° e uma distância focal de 0,5 cm. No teste MTT, não foram observadas diferenças significativas na viabilidade celular, e o LBI não produziu efeitos genotóxicos consideráveis nos parâmetros utilizados para o teste Cometa. Em relação ao teste SMART, foi demonstrado que três, das quatro doses de Laser testadas, induziram danos genéticos. Esses resultados demonstraram que o LBI, nos parâmetros 660 nm e 904 nm, utilizados em fluências de 3, 5, 10 e 20 J/cm2, não apresentou efeitos citotóxicos ou outros relacionados a danos genéticos nos testes de viabilidade celular MTT e Cometa, respectivamente. Já no teste SMART, por meio da análise quantitativa e qualitativa da expressão de pêlos mutantes, foi possível verificar a presença de eventos mutagênicos, tanto pontuais quanto cromossômicos, bem como aqueles relacionados à recombinação mitótica nas doses de 5, 10 e 20 J/cm2; além disso, os resultados apontam para um efeito dose-resposta. Conclusão: A radiação a laser foi capaz de induzir um incremento em mutação e recombinação somática em Drosophila melanogaster que apresentou um efeito de dose/resposta. Estes resultados apontam para a necessidade de se avaliar os danos do Laser através de diferentes bioensaios. O LBI nos parâmetros utilizados não apresentaram efeitos citotóxicos ou relacionados a danos genéticos nos testes de viabilidade celular MTT e Cometa, respectivamente. Pesquisas clínicas devem ser realizadas a fim de corroborar ou não os resultados encontrados.
Descrição
Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Fotobiomodulação, Laser, SMART, Teste de Cometa, MTT, [en] Low-Level Light Therapy, [en] Lasers, [en] Comet Assay
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