Fatores relacionados às dermatoses não-neoplásicas em pacientes transplantados renais de um hospital terciário
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Data
2015
Autores
Bedin, Juliana Fonte de Souza
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Editora
Editor Literário
Resumo
Introdução: Com o passar dos anos tem-se observado um crescimento no número de
pacientes com doença renal crônica, sendo o transplante renal uma importante
opção de tratamento para aqueles que estão em estágio terminal. Com o
aumento do número de indivíduos transplantados renais, tornou-se necessário
estudar um conjunto peculiar de doenças dermatológicas, tanto pela
frequência, como pelo nível de modificação na saúde que induz. O
conhecimento dos fatores que se relacionam a estas dermatoses, incluindo o
provável papel dos imunossupressores, parece ser relevante para melhor
manter um ótimo nível de assistência aos pacientes.
Objetivos: Verificar as prevalências das dermatoses não-neoplásicas em pacientes
submetidos a transplante renal atendidos no Ambulatório de Nefrologia da
Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Avaliar a associação entre
determinadas dermatoses com medicamentos imunossupressores e com
outros fatores.
Material e Métodos: Estudo transversal realizado entre fevereiro de 2013 e outubro de 2014, no
qual os pacientes transplantados renais foram convidados a responder um
questionário e passar por um exame físico dermatológico completo, a fim de
diagnosticar a presença de dermatoses não neoplásicas.
Resultados: Foram avaliados 790 pacientes transplantados renais, 60% do sexo masculino,
entre 19-88 anos, 16,2% foram encaminhados pelo nefrologista, os demais
foram avaliados rotineiramente após sua consulta nefrológica. As dermatoses
mais prevalentes foram: onicomicose (21,6%), hiperplasia sebácea (18,7%),
queratose actínica (15,4%), acne (13,5%) e verruga viral (12,4%). Houve
associação positiva entre a presença de diabetes mellitus e a onicomicose p <
0,0001; o uso de azatioprina p < 0,0001 e de ciclosporina p < 0,007 e a maior
frequência de verrugas virais; o uso de ciclosporina e a presença de hiperplasia
sebácea p < 0,001, de hipertricose p < 0,0001 e de hirsutismo p < 0,003. A
prevalência de acne diminuiu conforme aumentou o tempo de transplante renal
p < 0,0001.
Conclusão: As dermatoses não neoplásicas são frequentes em transplantados renais
ocasionando alta taxa de morbidade. Nosso estudo mostra que é fundamental
que os pacientes sejam submetidos a avaliações dermatológicas periódicas de
rastreamento para dermatoses e orientados quanto aos cuidados em relação a
sua saúde cutânea.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Patologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Dermatopatias, Transplante de Rim, Imunossupressão, [en] Skin Diseases, [en] Kidney Transplantation, [en] Immunosuppression
