Estigmatização contra pacientes com Transtorno Obsessivo-compulsivo: um estudo exploratório
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Data
2023
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Editora
Editor Literário
Resumo
Introdução: Historicamente, portadores de transtornos psiquiátricos ou com
manifestações psicopatológicas evidentes são alvo constante de estigmatização,
caracterizada por um julgamento social adverso sobre uma pessoa ou grupo. Uma
das possíveis manifestações da estigmatização é o Estigma Internalizado (EI), ou auto
estigma, entendido como o estigma que o indivíduo dirige contra si mesmo,
relacionado a sua condição patológica. A relação entre o Transtorno Obsessivocompulsivo (TOC), doença heterogênea e debilitante, que acomete cerca de 2% da
população (EXCLUIR) e EI, não está bem estabelecida. Métodos: Este estudo
exploratório teve como objetivo relacionar os conceitos de estigmatização, EI e TOC,
bem como avaliar as suas associações. Participaram do estudo 83 pacientes com
TOC, em âmbito nacional, através de medidas de autorrelato, como a discriminação
experienciada, o EI e a percepção acerca do estigma decorrente de se ter tal
patologia. A coleta de dados ocorreu através da plataforma REDCAP, que oportunizou
o acesso dos portadores de TOC, de forma on-line e segura, aos instrumentos:
Questionário de dados sóciodemográficos da ReTOC; Escala Obsessiva-Compulsiva
de Yale-Brown - Y-BOCS; Escala Dimensional para Avaliação de Presença e
Gravidade de Sintomas Obsessivo-Compulsivos -DY-BOCS; Escala para avaliação
de presença e gravidade de fenômenos sensoriais da Universidade de São Paulo
(USP-SPS); Inventário de Depressão de Beck – Versão Português (BDI II); Inventário
de Ansiedade de Beck (BECK-A) – BAI; Internalized Stigma of Mental Illness – ISMI;
Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do DSM 5 (INCLUIR).
Resultados: O EI apresentou correlação direta e moderada com a severidade dos
sintomas do TOC, as dimensões de Agressividade e Simetria, a presença de
fenômenos sensoriais e a ansiedade. A depressão mostrou correlação direta e
moderada a forte com EI. Vida sexual ativa se mostrou inversamente proporcional ao
EI e, história familiar de TOC, idade de início e tempo de duração do transtorno, não
apresentaram associação. O constructo Resistência ao Estigma não apresentou
associação com as variáveis estudadas. Conclusão: O EI nos pacientes com TOC
parece ser uma variável que impacta na apresentação do transtorno. A presença de
depressão se mostrou o maior preditor de EI no estudo. Dada a escassez de dados
sobre este tema, a sua investigação oportuniza maiores informações e o fomento de
políticas públicas de saúde mental para esta população específica
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Palavras-chave
Estigmatização, Transtorno Obsessivo-Compulsivo, Discriminação Percebida, [en] Stereotyping, [en] Obsessive-Compulsive Disorder, [en] Perceived Discrimination