Ventilação periódica durante o exercício: análise de diferentes critérios de diagnóstico e de intervenções sobre a morbimortalidade e respostas ao exercício

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Data
2022
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Editor Literário
Resumo
Introdução: A ventilação periódica durante o exercício (EOV) é uma alteração caracterizada por oscilações na ventilação minuto (VE), frequentemente vista na insuficiência cardíaca. Seu diagnóstico é baseado na interação entre amplitude, comprimento do ciclo e duração da oscilação. Entretanto, não há consenso sobre a definição de EOV mais indicada. Sua complexidade e diversidade limita o uso deste marcador na prática clínica. Além disso, quantificar a variabilidade da VE (vVE) pode contribuir na identificação precoce do fenômeno e o exercício físico pode amenizar as oscilações observadas no padrão ventilatório. Objetivos: (E1) Desenvolver uma ferramenta para auxiliar e padronizar a identificação da EOV. (E2) Caracterizar o perfil clínico dos pacientes utilizando três definições distintas do fenômeno, comparando a prevalência, a sensibilidade e especificidade para desfechos adversos em dois anos. (E3) Analisar a vVE, testar sua sensibilidade e especificidade para desfechos adversos a médio prazo, comparando-a com a abordagem dicotômica. (E4) Verificar o efeito do exercício na reversão da EOV. Métodos: (E1) Cinco definições dicotômicas, duas abordagens alternativas, uma técnica para suavizar o sinal e estatísticas básicas foram incorporadas em uma interface desenvolvida no LabVIEW. Dois avaliadores independentes testaram a confiabilidade da ferramenta. (E2) Dados de 233 pacientes foram analisados retrospectivamente para identificar a presença de EOV utilizando as definições de Ben-Dov, Corrà e Leite. Os dados foram agrupados em EOV-positivo ou negativo e, posteriormente, analisados por testes apropriados para determinar a prevalência, perfil clínico, sensibilidade e especificidade para predizer desfechos adversos em dois anos. (E3) Dados de 233 pacientes foram usados para calcular a vVE durante o teste cardiopulmonar de esforço. O ponto de corte para triagem de risco, sensibilidade e especificidade para eventos adversos foi determinada pela curva ROC. Os dados foram agrupados em alta e baixa vVE. O perfil clínico e a taxa de sobrevida foi analisada por testes apropriados. Em seguida, os dados foram agrupados e analisados utilizando a abordagem cruzada. (E4) Uma busca de alta sensibilidade foi realizada adotando os critérios: (P) pacientes com EOV, (I) exercício físico, (C) single-arm e (O) reversão de EOV. Os estudos elegíveis foram selecionados e sintetizados por revisores independentes. Resultados: (E1) A ferramenta desenvolvida apresentou alta reprodutibilidade para identificar EOV (κ > 0,83). (E2) A prevalência de EOV foi maior nas definições de Ben-Dov e Corrà comparada à Leite (17,2% vs 9,4%). Os casos positivos identificados por Corrà exibiram um risco 3x maior de resultados adversos. Ben-Dov apresentou risco 2x maior. (E3) A vVE demonstrou maior sensibilidade para predizer eventos adversos a médio prazo que a abordagem dicotômica (94,3 vs 37,1). Pacientes com baixa vVE e EOV exibiram um risco 3 e 7x maior de desfechos adversos que pacientes com baixa ou alta variabilidade sem EOV. (E4) O exercício físico mostrou-se eficaz para reverter casos de EOV (~70% dos casos). Conclusão: A definição de Corrà foi a única definição clássica que previu eventos adversos a médio prazo. A vVE apresentou resultados similares à abordagem dicotômica, sugerindo ser uma técnica promissora para ser incorporada à prática clínica. O exercício físico foi efetivo para reverter casos de EOV.
Descrição
Tese (Doutorado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Insuficiência Cardíaca, Teste de Esforço, Respiração Periódica, Reabilitação Cardíaca, Exercício Físico, [en] Heart Failure, [en] Exercise Test, [en] Cardiac Rehabilitation, [en] Exercise
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