Aspectos emocionais associados à qualidade de vida de pacientes adultos após a alta da unidade de terapia intensiva
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Data
2018
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Editor Literário
Resumo
Pacientes hospitalizados críticos necessitam de cuidados intensivos e serviços constantes e especializados, devido à gravidade de sua condição física. Com frequência estes pacientes apresentam repercussões psicológicas e piora na qualidade de vida (QV). Nesse estudo, derivado de um projeto de pesquisa maior, investigou-se aspectos emocionais desses pacientes após a alta da UTI, tendo como foco a QV. No Estudo 1, multicêntrico, de coorte prospectiva, foram avaliados, em 377 pacientes adultos, até 12 meses após a alta, aspectos como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático (TEPT) e QV, bem como eventuais associações entre esses aspectos e dados clínicos e sociodemográficos, particularmente a idade em que a internação ocorreu. Foram realizadas análises estatísticas descritivas e inferenciais. Os resultados indicaram depressão, ansiedade e TEPT como determinantes para a piora da QV, mas não a idade em que ocorreu a internação. Ficou evidente a importância da assistência psicológica durante e após a internação na UTI, para promover uma melhor QV desses pacientes. Já no Estudo 2, qualitativo, de cunho exploratório-descritivo, foram investigados, em 9 pacientes adultos, após três meses da alta, os aspectos emocionais que, na visão dos pacientes, facilitaram e dificultaram a internação e a QV após a internação na UTI, a partir de uma narrativa produzida sobre sua vida antes, durante e após a internação. As narrativas foram analisadas por meio de análise de conteúdo de Bardin. Dentre os aspectos que facilitaram a internação, os participantes mencionaram o apoio da equipe de saúde, os cuidados e os recursos tecnológicos disponíveis, bem como o apoio da família, na internação e após a alta. Também foi citado como facilitador a capacidade de adaptação dos pacientes à situação de doença e hospitalização. Entre os aspectos dificultadores, destacaram-se as mudanças de rotina e ambiente, a perda de autonomia, os medos e desconfortos diante da doença e dos procedimentos e exames médicos e, ainda, a surpresa diante da internação, o que despertou fantasias e incertezas. De modo geral, a Dissertação aponta que, na vida adulta, independentemente da idade, a experiência de internação na UTI é impactante, por ser marcada pelo desamparo e por urgências psicológicas que podem levar ao surgimento de ansiedade, depressão e TEPT e acarretar uma piora na QV dos indivíduos após a alta, considerando-se as repercussões sobre a sua autonomia. Percebe-se a importância da atenção das equipes de saúde sobre os aspectos emocionais facilitadores e dificultadores da internação em UTI para a promoção de uma melhor QV dos pacientes durante a hospitalização e após a alta.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Psicologia e Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Qualidade de Vida, Unidades de Terapia Intensiva, Ansiedade, Depressão, Transtornos de Estresse Pós-Traumáticos, Apoio Social, [en] Quality of Life, [en] Intensive Care Units, [en] Anxiety, [en] Depression, [en] Stress Disorders, Post-Traumatic, [en] Social Support