Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde
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Navegando Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde por Assunto "[en] Communication"
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Item Conexões sensíveis: narrativas de famílias ouvintes com filhos(as) surdos(as) e os desafios no ensino e na saúde(2024-08-05) Santos, Melissa Leal dos; Silveira, Luiza Maria de Oliveira Braga; Programa de Pós-Graduação em Ensino na SaúdeO IBGE registra grande crescimento da comunidade surda, que hoje representa aproximadamente cinco por cento da população brasileira (mais de dez milhões de pessoas). Muitas dessas famílias não conhecem a língua brasileira de sinais nem a identificam como a língua materna do surdo, gerando barreiras comunicacionais, linguísticas e culturais nas relações familiares e no acesso à saúde. As práticas em saúde para surdos pautadas exclusivamente no modelo biológico podem negligenciar aspectos identitários, culturais e linguísticos essenciais para uma abordagem inclusiva. Por isso, este estudo objetiva compreender a comunicação na vida cotidiana entre famílias ouvintes com o(a) filho(a) surdo(a) e a interdependência com a abordagem terapêutica e o envolvimento família-escola, experienciada nos serviços de saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória e descritiva. Foram entrevistados dez adultos ouvintes responsáveis de crianças surdas (oito famílias), em idade escolar, a respeito de como ocorre e como é construída a comunicação no cotidiano dessas famílias, assim como a interdependência da abordagem terapêutica nos serviços de saúde. Além das entrevistas, os responsáveis preencheram ao checklist da rotina compartilhada família-escola e a ficha de dados sociodemográficos. As entrevistas foram transcritas e analisadas sob a perspectiva da análise de conteúdo de Bardin, que geraram cinco categorias: 1) Descoberta ou conhecimento sobre a surdez do(a) filho(a), 2) Experiência de ter um(a) filho(a) surdo(a), 3) Construção da comunicação entre família ouvinte e filho(a) surdo(a), 4) Motivação para aprender Libras e a escola bilíngue para surdos e 5) Comunicação e interdependência nos espaços de saúde. O aprendizado da Libras pelas famílias para se comunicarem com os sujeitos surdos contribuiu para criar um ambiente linguístico inclusivo e enriquecedor em casa. Os filhos surdos desenvolvem proficiência na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e na língua portuguesa escrita, além de utilizar tecnologias digitais e comunicação alternativa para melhorar a interação comunicativa. O estudo ressalta a promoção do aprendizado da língua de sinais e destaca o protagonismo da família durante o processo de aquisição linguística. A respeito da análise do checklist, identificou-se que as famílias ouvintes apresentam uma participação restrita nos eventos socioculturais escolares, revelando falta de familiaridade com a instituição, ausência de acompanhamento do desenvolvimento da língua de sinais e enfrentando desafios na comunicação. Em face a tais resultados, construiu-se como produto educativo um objeto de aprendizagem no formato de e-book a ser distribuído de forma digital, para auxiliar na comunicação e aprendizagem da língua de sinais, inserindo as dificuldades identificadas neste estudo, especialmente sobre a interdependência da pessoa surda nos ambientes de saúde e possibilidade de acesso às informações através de Centros de Interpretação da Língua de Sinais existentes em alguns municípios.Item Website como ferramenta de comunicação educativa para familiares de pacientes internados em UTI: impacto na satisfação, ansiedade e depressão(2019-12) Haack, Tarissa da Silva Ribeiro; Magalhães, Cleidilene RamosIntrodução: A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) é um ambiente onde se concentram recursos humanos e materiais para o atendimento de pacientes graves. Por esse motivo, é caracterizada por ser uma unidade pouco humanizada, onde as famílias não são preparadas para lidar com situações de gravidade, gerando assim altos níveis de ansiedade e depressão e baixa satisfação dos familiares. Nessa assertiva, oportunizar para que as famílias estejam mais próximas da unidade, educar e possibilitar informações importantes sobre a UTI pode ser uma das formas de reduzir estes sintomas indesejados entre os familiares. Objetivo: Verificar se a utilização de um website informativo influência na redução dos sintomas de ansiedade em familiares acompanhantes que participaram de um programa de visita ampliada na UTI. Métodos: Foi realizado um estudo de corte longitudinal aninhado em um ensaio clínico randomizado, no período de abril de 2017 a junho de 2018 em 35 UTIs com horários de visita flexível no Brasil. Os membros das famílias participaram de ao menos uma reunião presencial educacional antes de serem autorizados a visitar o paciente por até 12 horas por dia durante a permanência na UTI. Além disso, esses familiares foram orientados a acessar um site educacional (www.utivisitas.com.br) destinado a ajudá-los a compreender os diversos processos e emoções associados à permanência na UTI. Os principais resultados do estudo foram a satisfação com os cuidados avaliados pelo Inventário de Necessidades Familiares para Cuidados Críticos (INEFT) e os sintomas de ansiedade e depressão avaliados pela Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). Os membros da família foram avaliados através de questionários autoaplicados nas primeiras 48 horas após a internação do paciente e até 7 dias após a alta da paciente na UTI, morte ou no máximo de 30 dias para avaliação do resultado. Resultados: Foram avaliados 532 familiares durante o período do estudo. Destes, 61 (11,5%) acessaram o site. Após, uma análise multivariada foi conduzida, anos de escolaridade (razão de risco [RR], 1,06; intervalo de confiança [IC] 95%, 1,01-1,11) e escores de depressão HADS> 7 (RR, 1,74; IC 95%, 1,05-2,90) no início do estudo foram independentemente associados com o acesso ao site. Nesse ínterim, após ajuste para idade, escolaridade e escores HADS no início do estudo e status de sobrevida do paciente no final do acompanhamento, os membros da família que acessaram o site obtiveram média significativamente melhor do escore INEFT (152,8 vs. 145,2, P = 0,01) e menor prevalência de provável ansiedade clínica (razão de prevalência, 0,35; IC95%, 0,14-0,89) do que os familiares que não acessaram o site. Todavia, não houve diferenças significativas entre os dois grupos de estudo em relação aos sintomas de depressão. Conclusão: O acesso a um site educacional destinado a familiares de pacientes críticos foi associado à maior satisfação com o cuidado e à menor prevalência de ansiedade clínica.
