PPGHEP - Teses
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Navegando PPGHEP - Teses por Assunto "[en] Effectiveness"
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item Efetividade e segurança do sofosbuvir, daclatasvir e simeprevir no tratamento da hepatite C(Wagner Wessfll, 2019) Schwambach, Karin Hepp; Blatt, Carine RaquelIntrodução: Os antivirais de ação direta (AAD) utilizados no tratamento da hepatite C crônica demonstram altas taxas de eficácia, são bem tolerados e considerados seguros. Os dados de vida real podem contribuir na consolidação de evidências que envolvem o processo de cuidado ao paciente e os aspectos relevantes para o sucesso da terapia. Objetivos: Investigar a efetividade e segurança do tratamento da hepatite C com os AAD sofosbuvir, simeprevir e daclastavir, associados ou não com ribavirina e alfapeginterferon em pacientes com hepatite C crônica em um centro especializado no sul do Brasil e discutir a relação entre custo e efetividade do tratamento. Métodos: Foi conduzida uma coorte retrospectiva com 257 pacientes que iniciaram o tratamento da hepatite C entre março e agosto de 2016, em um centro especializado em Porto Alegre/RS. Foram avaliados os desfechos do tratamento, reações adversas e adesão ao tratamento. Em um subgrupo de 148 pacientes, que iniciaram o tratamento entre abril e junho de 2016, foram analisadas as potenciais interações entre os medicamentos utilizados no tratamento da hepatite C e outros medicamentos utilizados. Esta análise foi realizada nas bases de dados Truven Health Analytic/DynaMed Plus and Hep-C Interactions. No cálculo de custos, foram considerados apenas os custos diretos com os medicamentos antivirais, por unidade, de acordo com registros de compras públicas. Foi calculado o custo total do tratamento por paciente e o custo por cura, expresso em Resposta Viral Sustentada (RVS). Resultados: Foram acompanhados 253 pacientes, dos quais 90,9% dos pacientes obtiveram RVS, 2% não responderam ao tratamento, 2% apresentaram recidiva e um desistiu do tratamento, 8,7% dos pacientes apresentaram algum problema de adesão ao tratamento. Não houve casos de descontinuação do tratamento por eventos adversos a medicamentos. Na análise multivariada, a co-infecção com HIV e o tempo de tratamento mais longo foram associados à melhor resposta (p = 0,028 e p = 0,02, respectivamente). Um total de 1433 reações adversas a medicamentos foram identificadas, com uma média de 5,6 por paciente, e todas foram classificados como leves. Os mais frequentes foram cefaléia (55,7%), astenia (47,3%), apetite alterado (41,9%), pele seca (37,2%), náusea / vômito (35,9%). No subgrupo de no qual foram avaliadas as interações medicamentosas, foram identificadas 328 doenças crônicas (71 doenças diferentes), sendo que 88,5% dos pacientes tinham pelo menos uma doença crônica. Os pacientes relataram o uso de 474 medicamentos (121 medicamentos diferentes), com média de 3,2 medicamentos por paciente. Foram identificadas 265 interações medicamentosas potenciais, classificadas como importantes (6,0%), com significância clínica (20,7%) e sem significado clínico ou com dados insuficientes (69,4%). Pacientes cirróticos tiveram maior número médio de interações medicamentosas potenciais do que pacientes não cirróticos (2,51 x 0,79, p = 0,000). Em relação ao custo do tratamento, o custo médio para os pacientes do genótipo 1 foi de US $ 5.862,31 e US $ 6.310,34 / cura; enquanto para os pacientes do genótipo 3 o custo foi de US $ 5.144,27 e US $ 5.974,76 / cura. Os preços dos medicamentos adquiridos são cerca de 30% menores quando comparados aos preços estimados durante o processo de incorporação no Sistema Único de Saúde. Conclusões: Os resultados indicaram boas taxas de efetividade com diferentes combinações dos medicamentos usados para o tratamento da hepatite C, além de um perfil de segurança satisfatório. Os preços dos medicamentos estão em torno de 30% menores quando comparados aos valores estimados na incorporação, no entanto, continuam elevados considerando a realidade brasileira.