Navegando por Autor "Rosa, Jordana Ariane Nunes da"
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Item Microbiota do trato respiratório superior de pacientes com infecção respiratória e sua associação com sars-cov-2(2023-01-24) Rosa, Jordana Ariane Nunes da; Seixas, Adriana; Veiga, Ana Beatriz Gorini da; Programa de Pós-Graduação em BiociênciasO coronavírus SARS-CoV-2 emergiu no final de 2019, causando a COVID-19, uma doença respiratória aguda declarada pandemia pela Organização Mundial de Saúde em março de 2020. Os fatores associados à suscetibilidade e à gravidade da infecção causada pelo SARS-CoV-2 ainda não estão bem definidos, e perfis bastante diferentes são observados nos pacientes variando de assintomáticos a morte. A microbiota do trato respiratório superior funciona como uma primeira barreira contra o ataque de infecções de qualquer origem. A microbiota compreende uma comunidade de microrganismos, como fungos, bactérias e vírus, os quais podem ser comensais ou potencialmente patogênicos. Esses microrganismos formam interações que influenciam perfis de saúde ou doença do hospedeiro. Desta forma, a caracterização das comunidades bacterianas no trato respiratório superior de pacientes com diferentes níveis de gravidade de COVID-19 pode fornecer evidências sobre potenciais associações entre a microbiota e o risco de condições clínicas mais graves da doença. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi caracterizar a comunidade bacteriana presente em amostras de nasofaringe de pacientes com Síndrome Gripal (SG) ou com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), infectados (+) e não infectados (-) por SARS-CoV-2. Amostras de 96 pacientes foram avaliadas utilizando sequenciamento massivo de amplicons da região V4 do gene 16S RNA ribossomal. A seleção das amostras foi baseada em uma amostragem estratificada aleatória, a partir de variáveis estratificadoras estabelecidas previamente como síndromes, diagnóstico para SARS-CoV-2, e idade. Segundo os critérios anteriores, as amostras foram divididas em 4 grupos: pacientes com sintomas de SG, positivos e negativos para SARS-CoV-2 (grupos SG+, e SG-); e pacientes apresentando SRAG, positivos e negativos para SARS-CoV-2 (grupos SRAG+, e SRAG-), considerando dois grupos etários 20 – 40 anos e ≥ 60 anos. Em comparações de beta diversidade, considerando primeiramente a idade dos pacientes (20 – 40 anos e + 60 anos), foram encontradas diferenças significativas entre os grupos SRAG+ e SRAG-. Considerando os sintomas respiratórios (SG ou SRAG) e diagnóstico para SARS-CoV-2, também foram encontradas diferenças significativas de beta diversidade entre o grupo SG+ e o grupo SRAG+; e entre os grupos SRAG+ e SRAG-. Em comparações de alfa diversidade, medida pelo índice de Shannon, houve diferenças significativas entre os grupos SG+ e SRAG+, sendo que o grupo SRAG+ apresentou diminuição na diversidade bacteriana no nível de gênero (p < 0,05). Além disso, a composição da microbiota da nasofaringe dos grupos de estudo foi caracterizada por uma abundância relativa de alguns táxons, incluindo os gêneros Staphylococcus spp., Corynebacterium spp., Shigella spp., Acinetobacter spp., Enterococcus spp., e Caloramator spp. Verificamos, ainda, que o grupo SG+ apresentou como táxon diferencialmente abundante o gênero Bacillus spp., enquanto no grupo SRAG+ esse gênero não foi encontrado. Em contrapartida, o grupo SRAG+ apresentou Streptococcus spp., Veillonella spp. e Staphylococcus spp. como gêneros diferencialmente abundantes quando comparados ao grupo SRAG-, que teve o gênero Bacillus spp. como o mais abundante. Tendo em vista os resultados, nosso estudo identificou diferenças significativas nos perfis da microbiota de pacientes SG em comparação com SRAG, infectados com SARS-CoV-2. Esses dados contribuem para a compreensão do papel da microbiota como indicador de suscetibilidade à infecção por SARS-CoV-2 e gravidade da doença, além de ajudar a estabelecer associações entre o perfil de microbiota e os tipos de desfechos clínicos da COVID-19.