Navegando por Autor "Ribeiro, Gustavo dos Santos"
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Item Variabilidade da frequência cardíaca em pacientes com estenose aórtica grave e risco de complicações pós-intervenção(2016) Ribeiro, Gustavo dos Santos; Karsten, Marlus; Lago, Pedro DalIntrodução: Estenose aórtica (EAo) é caracterizada pela degeneração do anel valvar. A cirurgia de substituição da valva aórtica (sAVR) é indicada para pacientes com EAo grave sintomática. Para casos com risco cirúrgico proibitivo, o implante transcateter de valva aórtica (TAVI) é uma alternativa segura e efetiva. Reconhecidamente, as doenças cardiovasculares estão associadas à disfunção autonômica. A variabilidade da frequência cardíaca (VFC), definida pela oscilação entre intervalos RR (iRR), por meio dos seus índices, é considerada o método que melhor avalia a influência do sistema nervoso na atividade cronotrópica cardíaca. Pode-se, assim, inferir a condição pré-intervenção e avaliar sua influência nos desfechos pós- procedimento. No entanto, dispositivos que registram os iRR são susceptíveis à interferências. Diferentes métodos são sugeridos para identificar e corrigir estes artefatos, assim como selecionar dados para posterior análise. Objetivos: (a) avaliar se a análise da VFC sofre influência das técnicas de identificação e correção de artefatos, bem como dos métodos de seleção dos iRR em registros de curta duração; (b) caracterizar a VFC de pacientes com EAo grave, investigar sua relação com complicações pós-intervenção e verificar se distingue pacientes com indicação à sAVR e TAVI. Métodos: 30 pacientes com EAo grave e 14 sujeitos saudáveis foram avaliados na posição supina por 10 minutos para registro dos iRR (Polar RS800cx). Os dados foram transferidos ao software Polar ProTrainer e convertidos em texto para inspeção visual. Os artefatos foram identificados por técnicas que aplicam diferenças superiores a 20% entre dados adjacentes, três desvios-padrões e valores fora da curva de normalidade. A correção foi realizada por exclusão e interpolação (prévia, adjacente, linear e polinomial). Os iRR foram analisados a partir dos 256 pontos mais estáveis e dos cinco minutos finais do registro. Os índices iRR médio, SDNN, RMSSD, pNN50, TINN, índice triangular, SD1, SD2, ApEn, SampEn, DFA-α1, DFA-α2, potência total, bandas AF, BF e razão BF/AF foram calculados no software HRV Analysis Kubios e analisados estatisticamente no GraphPAD Prism (p<0,05). Resultados: Observou-se baixa concordância entre os algoritmos de detecção (k≤0,4), os métodos de correção não diferiram (p=0,95) e as técnicas selecionaram um conjunto de iRR diferentes (p<0,01). Contudo, não houve influência nos índices da VFC, exceto na ApEn (p<0,05). Em relação à caracterização, os pacientes com EAo grave indicados ao TAVI apresentaram maior risco cirúrgico e atenuação da atividade simpática (banda BF normalizada e razão BF/AF). Constatou-se correlação moderada do diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo com atividade vagal (RMSSD, AF e SD1) e variabilidade total (SDNN, TINN e índice triangular). O gradiente de pressão e a velocidade do jato se correlacionaram positivamente com TINN e negativamente com SampEn. Não houve associação da VFC com desfechos pós-intervenção. Conclusão: A função autonômica de pacientes com EAo grave é semelhante entre os indicados à sAVR e TAVI. A VFC não foi efetiva em estratificar risco de complicações pós-intervenção. Em análises de curta duração, a análise da VFC parece não ser influenciada pelas técnicas de correção dos artefatos ou pelos métodos de seleção dos iRR. Identificou-se baixa concordância entre as técnicas de identificação dos artefatos.Item Ventilação periódica durante o exercício: análise de diferentes critérios de diagnóstico e de intervenções sobre a morbimortalidade e respostas ao exercício(2022) Ribeiro, Gustavo dos Santos ; Karsten, MarlusIntrodução: A ventilação periódica durante o exercício (EOV) é uma alteração caracterizada por oscilações na ventilação minuto (VE), frequentemente vista na insuficiência cardíaca. Seu diagnóstico é baseado na interação entre amplitude, comprimento do ciclo e duração da oscilação. Entretanto, não há consenso sobre a definição de EOV mais indicada. Sua complexidade e diversidade limita o uso deste marcador na prática clínica. Além disso, quantificar a variabilidade da VE (vVE) pode contribuir na identificação precoce do fenômeno e o exercício físico pode amenizar as oscilações observadas no padrão ventilatório. Objetivos: (E1) Desenvolver uma ferramenta para auxiliar e padronizar a identificação da EOV. (E2) Caracterizar o perfil clínico dos pacientes utilizando três definições distintas do fenômeno, comparando a prevalência, a sensibilidade e especificidade para desfechos adversos em dois anos. (E3) Analisar a vVE, testar sua sensibilidade e especificidade para desfechos adversos a médio prazo, comparando-a com a abordagem dicotômica. (E4) Verificar o efeito do exercício na reversão da EOV. Métodos: (E1) Cinco definições dicotômicas, duas abordagens alternativas, uma técnica para suavizar o sinal e estatísticas básicas foram incorporadas em uma interface desenvolvida no LabVIEW. Dois avaliadores independentes testaram a confiabilidade da ferramenta. (E2) Dados de 233 pacientes foram analisados retrospectivamente para identificar a presença de EOV utilizando as definições de Ben-Dov, Corrà e Leite. Os dados foram agrupados em EOV-positivo ou negativo e, posteriormente, analisados por testes apropriados para determinar a prevalência, perfil clínico, sensibilidade e especificidade para predizer desfechos adversos em dois anos. (E3) Dados de 233 pacientes foram usados para calcular a vVE durante o teste cardiopulmonar de esforço. O ponto de corte para triagem de risco, sensibilidade e especificidade para eventos adversos foi determinada pela curva ROC. Os dados foram agrupados em alta e baixa vVE. O perfil clínico e a taxa de sobrevida foi analisada por testes apropriados. Em seguida, os dados foram agrupados e analisados utilizando a abordagem cruzada. (E4) Uma busca de alta sensibilidade foi realizada adotando os critérios: (P) pacientes com EOV, (I) exercício físico, (C) single-arm e (O) reversão de EOV. Os estudos elegíveis foram selecionados e sintetizados por revisores independentes. Resultados: (E1) A ferramenta desenvolvida apresentou alta reprodutibilidade para identificar EOV (κ > 0,83). (E2) A prevalência de EOV foi maior nas definições de Ben-Dov e Corrà comparada à Leite (17,2% vs 9,4%). Os casos positivos identificados por Corrà exibiram um risco 3x maior de resultados adversos. Ben-Dov apresentou risco 2x maior. (E3) A vVE demonstrou maior sensibilidade para predizer eventos adversos a médio prazo que a abordagem dicotômica (94,3 vs 37,1). Pacientes com baixa vVE e EOV exibiram um risco 3 e 7x maior de desfechos adversos que pacientes com baixa ou alta variabilidade sem EOV. (E4) O exercício físico mostrou-se eficaz para reverter casos de EOV (~70% dos casos). Conclusão: A definição de Corrà foi a única definição clássica que previu eventos adversos a médio prazo. A vVE apresentou resultados similares à abordagem dicotômica, sugerindo ser uma técnica promissora para ser incorporada à prática clínica. O exercício físico foi efetivo para reverter casos de EOV.