Navegando por Autor "Pires, Renata Neto"
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Item Diarreia por Clostridium difficile em pacientes críticos e em pacientes transplantados(2014) Pires, Renata Neto; Pasqualotto, Alessandro ComarúIntrodução: A infecção por Clostridium difficile (CDI) está associada a um aumento da mortalidade, internação prolongada e aumento dos custos hospitalares. Entretanto, muito pouco se sabe sobre a epidemiologia da CDI no Brasil. Objetivo: Determinar a frequência de CDI e identificar fatores de risco em dois hospitais do Sul do Brasil. Materiais e métodos: Estudo prospectivo observacional multicêntrico em que foram incluídos pacientes maiores de 18 anos, que tiveram 3 ou mais evacuações líquidas ao longo do período de 24 horas, admitidos no Hospital 1: hospital de transplante; e Hospital 2: hospital terciário, incluindo apenas 40 leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Analisamos a presença de comorbidades, hospitalização e uso de antibióticos prévios (últimos 100 dias), imunossupressão, uso de ácidos supressores. Os pacientes foram considerados como tendo CDI na presença de ELISA positivo, em associação com uma cultura positiva para C. difficile ou teste positivo em tempo real. Resultados: Foram analisados 96 pacientes no período de 12 meses (2011-2012). A frequência de CDI nesta coorte foi de 8,3% (8/96). A idade média dos pacientes com CDI foi de 62 anos (19-87), a maioria do sexo masculino (n=7, 87,5%). 50% dos pacientes foram transplantados de órgãos sólidos, e 75% eram transplantados de fígado. A mediana do tempo de internação hospitalar até o diagnóstico foi de 35 dias. A mortalidade intra-hospitalar dos pacientes foi de 50% e 39,8% para os pacientes negativos para CDI. Fatores de risco independentes para CDI foram choque séptico na apresentação (p=0,007) e transplante de órgão sólido (p=0,045). Conclusão: Este é o primeiro estudo prospectivo realizado no Brasil. Nossos dados reforçam que C. difficile é responsável por um grande número de casos de diarréia nosocomial. O conhecimento da epidemiologia da CDI no ambiente hospitalar é um elemento chave para a implementação de precauções e práticas de segurança.Item Ponto prevalência bi-anual de infecção por Clostridium difficile em pacientes com diarreia em hospitais brasileiros(Wagner Wessfll, 2018) Pires, Renata Neto; Pasqualotto, Alessandro ComarúIntrodução: A infecção por Clostridium difficile (ICD) é a principal causa de diarreia relacionada à assistência à saúde em adultos nos países desenvolvidos, e está associada a morbidade, surtos hospitalares e custos significativos. Dados epidemiológicos brasileiros, no entanto, são muito escassos. Objetivos: Determinar a prevalência de ICD em pacientes hospitalizados, rastrear a presença da cepa hipervirulenta e avaliar a contaminação de alimentos por C. difficile. Material e Métodos: Estudo observacional prospectivo conduzido em oito hospitais brasileiros e em dois únicos dias (08/03 e 12/07/17). Pesquisamos pacientes adultos com fezes não formadas, coletamos dados demográficos e clínicos. E concomitante pesquisamos carnes comercializadas. Os métodos diagnósticos foram: PCR em tempo real (Cepheid; Xpert C. difficile), cultura das fezes em anaerobiose, utilizando-se meio seletivo (UFRGS) e MALDITOF. Resultados: Entre os 6.374 pacientes pesquisados, 153 apresentaram diarreia (2,4%) e 19/153 foram positivos para ICD (12,4%). A prevalência ICD no verão foi de 13,3% (12/90) e 10,9% (7/63) no inverno. A exposição à fluoroquinolonas foi o único fator de risco (risco relativo 3.13; intervalo de confiança, 1.07-9.19). Prevalência geral de ICD foi de 3,0 / 1.000 paciente-dia (2,2 / 1000 paciente- dia, verão e 3,70 / 1000 paciente-dia, inverno). Identificamos o primeiro caso de cepa hipervirulenta no Brasil, classificada ST67 (pertence ao grupo da cepa 027). Não encontramos carnes contaminadas por C. difficile. Conclusão: Observamos uma baixa prevalência de diarreia (24 casos / 1.000 pacientes-dias) no estudo, mas uma alta prevalência de ICD entre pacientes hospitalizados no sul / sudeste do Brasil (3,0 / 1.000 dias-paciente). A frequência do ICD provavelmente é subestimada no Brasil, uma vez que a suspeita clínica é baixa e as ferramentas de diagnóstico não estão amplamente disponíveis. A vigilância de ICD precisa ser incorporada nos hospitais, através da aplicação de métodos diagnósticos eficazes e confiáveis.