Navegando por Autor "Hartmann, Carolina Rigatti"
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Item O significado da expressão do CD36 na doença hepática esteatótica associada a disfunção metabólica em pacientes submetidos à polissonografia(2024-12-20) Hartmann, Carolina Rigatti; Coral, Gabriela Perdomo; Garcia, Eduardo; Programa de Pós-Graduação em Medicina: HepatologiaContexto: A doença hepática esteatótica associada ao metabolismo (MASLD) [anteriormente referida como Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (NAFLD)] é um problema de saúde global. A avaliação da esteatose e da esteato-hepatite associada à disfunção metabólica (MASH) [anteriormente conhecida como esteato-hepatite não alcoólica (NASH)] é rotina para patologistas hepáticos. MASH e fibrose são fatores prognósticos para o desenvolvimento de cirrose hepática e mortalidade relacionada à doença. A proteína translocase de ácidos graxos CD36 regula a entrada de ácidos graxos livres nos hepatócitos e está implicada na inflamação e na apoptose. Além disso, pode estar associada à apneia, um fator prognóstico para MASH avançada. Objetivo: Este estudo visa a analisar a superexpressão de CD36 na MASH e sua relação com condições clínicas e achados histológicos associados ao MASLD, incluindo apneia obstrutiva do sono (AOS). Método: Trata-se de um estudo transversal. Dados clínicos, antropométricos e séricos foram coletados. Os pacientes também foram submetidos à polissonografia. A imunomarcação com anticorpo anti-CD36 foi realizada em biópsias de fígado fixadas em formalina e incluídas em parafina. As lâminas coradas pelos métodos de hematoxilina e eosina, tricrômio de Masson e Perls foram avaliadas. A expressão de CD36 na membrana plasmática e no citoplasma dos hepatócitos foi acessada, assim como na membrana plasmática do ducto biliar. O escore NAS foi aplicado, com avaliação complementar, incluindo fibrose e reação ductular. Resultados: A imunorreatividade de CD36 foi observada em 65,63% dos pacientes. O grau mais avançado de atividade da MASH foi perfeitamente correlacionado com a positividade para CD36 (p=0,000), e houve uma correlação moderada entre a atividade da MASH e a positividade para CD36 (R 0,418; p=0,017). A presença de hepatite de interface foi mais frequente em pacientes positivos para CD36 (p=0,001), e a inflamação lobular demonstrou uma correlação moderada com o padrão de expressão citoplasmática hepatocitária (p=0,022). O nível de ALT foi correlacionado com a positividade para CD36 no citoplasma do hepatócito e no epitélio do ducto biliar (p=0,002 e p=0,005, respectivamente). Da mesma forma, a AST foi correlacionada com a positividade citoplasmática hepatocitária de CD36 (p=0,007). Houve uma maior chance de dislipidemia em pacientes negativos para CD36, corroborada pela correlação negativa com a expressão positiva para CD36 no epitélio do ducto biliar (p=0,045). Em relação ao colesterol total, houve uma correlação inversa com a positividade para CD36 na expressão citoplasmática hepatocitária (p=0,026). O IMC foi maior em pacientes positivos para CD36 (p=0,004). O HDL estava mais baixo em pacientes positivos para CD36 (p=0,032) e os níveis médios de glicose, embora elevados em ambos os grupos, eram mais baixos em pacientes positivos para CD36 (p=0,03). Em relação às plaquetas, embora estivessem em níveis normais em ambos os grupos, eram mais baixas (em média) em pacientes positivos para CD36 (p=0,031). Um escore NAS mais alto correlacionou-se moderadamente com a positividade para CD36 no citoplasma (p=0,028). Em relação aos dados da polissonografia e à AOS, os grupos foram semelhantes nos níveis de saturação de oxigênio, índice de dessaturação de oxigênio, índice de apneia-hipopneia, apneia-hipopneia na posição supina e na porcentagem de saturação inferior a 90% em minutos. Conclusões: O CD36 foi expresso em pacientes com maior índice de IMC, reforçando a relação entre a obesidade na composição do tecido adiposo e o aumento dos ácidos graxos com a superexpressão de CD36. Também houve uma correlação entre a positividade de CD36 com AST, ALT, escore NAS e intensidade da inflamação. Os achados referentes a AOS não foram estatisticamente significativos. Assim, este estudo sugere que o CD36 pode ser um biomarcador da atividade inflamatória e do prognóstico da MASLD.