Navegando por Autor "Araujo, Francisco Xavier de"
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Item Efeitos agudos da mobilização torácica na função autonômica e no limiar de dor à pressão de indivíduos assintomáticos: ensaio clínico randomizado(2015) Araujo, Francisco Xavier de; Silva, Marcelo Faria; Plentz, Rodrigo Della MéaA mobilização interveterbral passiva acessória (MIVPA) é uma importante ferramenta utilizada por fisioterapeutas no manejo de diversas condições neuromusculoesqueléticas. Dentre os diversos mecanismos propostos para explicar os efeitos clínicos, tem crescido o interesse na investigação de efeitos neurofisiológicos e da influência do Sistema Nervoso Autônomo na modulação descendente da dor a partir da MIVPA. Em comparação com a região cervical e a região lombar, o número de estudos investigando os efeitos de MIVPA aplicada à coluna torácica é substancialmente menor. Estudos que observem o efeito de duas diferentes técnicas de MIVPA torácica, frequentemente utilizadas na pratica clínica, na variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e no limiar de dor à pressão (LDP) concomitantemente não foram encontrados. O conhecimento do efeito destas abordagens nestes desfechos fornecerá relevantes informações sobre o papel neurofisiológico da MIVPA, assim como contribuirá para um processo de tomada de decisão clínica mais adequado. OBJETIVO: Descrever e comparar, o efeito de duas diferentes técnicas de MIVPA aplicadas à coluna torácica sobre a VFC e o LDP em indivíduos assintomáticos. METODOLOGIA: Um ensaio clínico randomizado, duplo cego, placebo-controlado, foi realizado. Oitenta e seis indivíduos assintomáticos foram recrutados, dos quais 60 foram incluídos e alocados randomicamente para receber uma única intervenção de MIVPA torácica póstero-anteriores com rotação em decúbito ventral (grupo PA), MIVPA torácica póstero-anterior em posição de SLUMP (grupo SLUMP), ou intervenção placebo (grupo Placebo). A VFC e o LDP em seis pontos anatômicos foram mensurados antes e imediatamente após a intervenção. ANOVA de medidas repetidas com dois fatores mistos foi realizada para verificar a interação entre tempo e grupo. ANOVA de um caminho com posthoc de Bonferroni para os dados paramétricos, e Kruskal-Walis para os dados não paramétricos foram utilizados para comparação entre grupos. Teste-t pareado e teste de Wilcoxon foram realizados para analise intra-grupos, para os dados paramétricos e não paramétricos respectivamente. RESULTADOS: Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos para qualquer parâmetro da VFC e do LDP. Na análise intra grupo se identificou um aumento estatisticamente significativo do LDP na mão ipsilateral à técnica após a intervenção do grupo SLUMP. CONCLUSÃO: As duas técnicas aplicadas, MIVPA torácica póstero-anterior em decúbito ventral ou em posição de SLUMP, não promoveram efeitos estatisticamente diferentes em relação a uma intervenção placebo, para esta amostra de participantes assintomáticos.Item O uso de feedback extrínseco na avaliação e tratamento de desordens motoras(Wagner Wessfll, 2020) Araujo, Francisco Xavier de; Silva, Marcelo Faria; Ribeiro, Daniel CuryA dor cervical é uma das principais causas musculoesqueléticas de anos vividos com incapacidade em todo o mundo. Pacientes com dor cervical persistente apresentam desequilíbrios neuromusculares, como por exemplo, aumento da atividade dos flexores superficiais concomitantemente com redução da atividade dos flexores profundos. Para o tratamento destes pacientes que apresentam algum tipo de desequilíbrio neuromuscular, o exercício é consenso nas diferentes diretrizes de prática clínica. Apesar da literatura vigente demonstrar que exercícios realizados com o uso de feedback extrínseco promove efeitos superiores do que exercícios sem feedback extrínseco, os estudos falham em reportar adequadamente quais características de feedback foram utilizadas. Além disso, a literatura também suporta que algumas características promovem efeitos positivos, enquanto que outras características podem inclusive piorar o aprendizado motor. A ausência de clareza de informações sobre as características de feedback utilizadas pode ser um reflexo do desconhecimento dos fisioterapeutas sobre quais características são consideradas ideais e quais prejudiciais. Ademais, um dos possíveis testes frequentemente utilizados pelos fisioterapeutas para identificar algum desequilíbrio neuromuscular em pacientes com dor cervical crônica é o teste de flexão craniocervical (TFCC). Os mesmos procedimentos do teste também são utilizados como forma de treinamento com feedback extrínseco. Entretanto, a propriedades de medida do TFCC não foram adequadamente revisadas, com um instrumento indicado para avaliação do risco de viés dos estudos sobre este tema. Dessa forma, esta tese consiste em 3 estudos conduzidos para responder as atuais lacunas na literatura sobre: I) o conhecimento dos fisioterapeutas a respeito de características adequadas de feedback extrínseco; e II) as propriedades de medida do TFCC. Para identificar o conhecimento dos fisioterapeutas brasileiros sobre características de feedback extrínseco, foi realizado um estudo transversal com um questionário administrado on-line. Duzentos e quarenta e seis fisioterapeutas brasileiros participaram do estudo. Os resultados desta pesquisa indicam que os fisioterapeutas brasileiros não têm conhecimento suficiente sobre as diferentes características de feedback extrínseco, embora o consideram útil e o utilizem na maioria de seus pacientes. Os fisioterapeutas brasileiros adotam características de conteúdo adequadas. No entanto, existem inconsistências relacionadas ao seu conhecimento e as evidências atuais, principalmente em relação às características de tempo. Para verificar a qualidade das propriedades de medida do TFCC, foi realizado tanto um protocolo como uma revisão sistemática da literatura sobre o tema. Quatorze estudos foram incluídos. Existe um nível de evidência positivo e moderado para confiabilidade inter e intraexaminador e validade convergente. A classificação e o nível de evidência para validade discriminativa são conflitantes. O erro de medida é indeterminado, com nível de evidência desconhecido. A responsividade é negativa com nível de evidência limitado. O TFCC é um teste válido e confiável que pode ser usado na prática clínica como teste de avaliação. Devido às evidências conflitantes e de baixa qualidade, atualmente é aconselhável cautela ao usar o TFCC como teste discriminativo e como medida de desfecho. Futuros ensaios clínicos devem ser desenvolvidos para verificar se exercícios com características adequadas de feedback extrínseco produzem efeitos estatística e clinicamente superiores quando comparados a exercícios convencionais (como o exercício de flexão craniocervical) em pacientes com dor cervical.