PPGHEP - Teses
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Navegando PPGHEP - Teses por Autor "Tovo, Cristiane Valle"
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Item Construção e validação de um questionário de frequência alimentar para pacientes coinfectados pelo vírus da hepatite C e da imunodeficiência humana(2015) Zanolla, Anelise Fernanda; Tovo, Cristiane Valle; Buss, CarolineIntrodução: A coinfecção pelos vírus da hepatite C e da imunodeficiência humana pode alterar o estado nutricional do paciente, ou provocar alterações metabólicas. A avaliação do consumo alimentar pode gerar estratégias para prevenir ou controlar estes desfechos. O questionário de frequência alimentar (QFA) vem sendo utilizado para medir a ingestão habitual, e deve ser construído e validado para a população em estudo. Objetivos: Identificar os itens de consumo mais representativos em uma amostra de pacientes coinfectados por HCV/HIV; descrever a construção e medir a validade relativa do QFA. Métodos: Os alimentos mais representativos foram identificados através da aplicação de múltiplos recordatórios de 24h (R24h) no período de um ano, sendo que aqueles que contribuíram com até 95% de energia e macronutrientes compuseram a lista de alimentos do QFA. A validade foi testada a partir da aplicação de um QFA e três R24h, utilizando-se correlação de Pearson e índice Kappa ponderado, para energia e 19 nutrientes. Resultados: Foram avaliados 118 R24h, em 55 pacientes, para o desenvolvimento da lista de alimentos do QFA. Itens como açúcar refinado, refrigerantes, sucos artificiais em pó tiveram contribuição importante para o consumo de energia e carboidratos. Arroz e feijão foram, também, alimentos frequentemente consumidos. O instrumento foi composto por 75 itens e oito categorias de resposta para frequência de consumo. Caracterizou-se como um QFA quantitativo. A média de ingestão no QFA superestimou a média de ingestão dos R24h. Coeficientes de correlação deatenuados variaram de 0,35 (vitamina B1) a 0,81 (selênio). O índice de concordância variou entre 0,07 (vitamina C) a 0,51 (cálcio). Conclusão: O consumo de alimentos ricos em açúcar caracteriza um padrão alimentar de risco para estes pacientes, visto que apresentam maior chance de desenvolver resistência à insulina/diabetes. O QFA apresentou validade relativa satisfatória para a maioria dos nutrientes, e pode ser utilizado para medir a ingestão alimentar habitual dos pacientes coinfectados, porém a validade para vitaminas B1, C e D deve ser interpretada com cautela.Item Frequência de polimorfismos e mutações de resistência nos genes NS3, NS5A E NS5B e barreira genética aos antivirais de ação direta em sequências depositadas no banco de dados europeu de hepatite C(2016) Kliemann, Dimas Alexandre; Tovo, Cristiane Valle; Veiga, Ana Beatriz Gorini daIntrodução: A infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) afeta mais de 180 milhões de pessoas em todo o mundo. O HCV tem ampla diversidade genética, existindo no sangue de pessoas infectadas como quasispécies. O desenvolvimento de novos antivirais de ação direta (DAA) resultou em terapias orais sem necessidade do uso de interferon, com três alvos terapêuticos principais: NS3/4A protease, NS5B polimerase e inibidores do complexo NS5A. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi analisar o impacto da variabilidade genética do HCV na barreira genética para o desenvolvimento de resistência aos DAA’s e a ocorrência de polimorfismos e mutações de resistência nas regiões que codificam as proteínas virais NS3, NS5A e NS5B, com base em sequências genéticas de HCV depositadas em bancos de dados. Métodos: O estudo baseou-se na análise de sequências de HCV oriundas de pacientes não tratados depositadas no European Hepatitis C Virus database (euHCVdb). Foram analisadas todas as sequências que codificam as proteínas NS3, NS5A e NS5B do HCV, depositadas no euHCVdb. Foram excluídas sequências incompletas, sequências contendo erros e/ou gaps e sequências de amostras de pacientes tratados com DAAs, resultando, para análise final, em 798 sequências da região NS3, 708 da região NS5A e 535 da região NS5B. A barreira genética foi quantificada com base no número e no tipo de mutação necessária para gerar resistência. Resultados: Foram identificadas alterações genéticas nas sequências de HCV analisadas, as quais apresentam relação com a resistência aos antivirais. Variantes que requerem somente uma transversão nos subtipos 1a e 1b incluem NS3 F43S, R80K, R155K/G e A156T. A barreira genética à resistência mostra diferenças entre os subgenótipos na posição 155 da região que codifica NS3, onde somente uma transição é necessária no subtipo 1a. Na região da NS5A, a variante L31M requer ao menos uma transversão em todos genótipos, exceto em 0,28% das sequências. Para os inibidores da NS5B, a barreira genética nas posições que conferem resistência foi praticamente idêntica nos subtipos 1a e 1b. As posições C316Y, Y448H e S556 G/N/R e D requerem somente uma transição em todos genótipos em até 98,8% das sequências analisadas. Uma única variante na posição 448 pode conferir alguma proteção no subtipo 1a porque requer duas transversões para tornar-se a variante resistente 448H. Com relação à ocorrência de polimorfismos, a variante Q80K na região NS3 foi a mais prevalente, sendo encontrada em 44,66% do subtipo 1a e em 0,25% do 1b. Outras substituições frequentes observadas em mais do que 2% na região NS3 foram I170V (3,21%) no subtipo1a; Y56F (15,93%), V132I (23,28%) e I170V (65,20%) no 1b. Para NS5A, as seguintes alterações que conferem resistência foram encontradas: P58S em 2,21% das sequências do subtipo 1a; R30Q em 5,95% do subtipo 1b; Q30R em 15,79% das sequências do subtipo 2a; L31M em 23,08% das sequências do subtipo 2b, e M31L em 23,08% das sequências do subtipo 3a. Para NS5B, a variante de resistência V321L foi identificada em 0,60% e em 0,32% das sequências dos subtipos 1a e 1b, respectivamente. Conclusão: Mesmo com uma baixa frequência global de mutações observadas nos dados apresentados, esta população resistente é altamente provável de ser selecionada em pacientes que sejam submetidos a tratamento com DAA’s. As variantes do HCV resistentes a uma das classes de DAA permanecem suscetíveis às outras classes, mas a terapia combinada pode falhar, devido à seleção de cepas de HCV com substituição de resistência, especialmente porque a análise de barreira genética revelou que em 14 de 16 posições a conversão para uma variante resistente requer somente a substituição de um nucleosídeo.Item O vírus da imunodeficiência humana, o vírus da hepatite C e comorbidades(2015) Antonello, Vicente Sperb; Tovo, Cristiane ValleObjetivo: O aumento na sobrevida dos pacientes após o início da terapia antirretroviral trouxe a emergência de condições clínincas como Hepatite pelo vírus C e doença cardiovascular e renal como importantes causas de morbidade e mortalidade juntamente com o HIV. O presente estudo teve como objetivo, em pacientes vivendo com HIV, revelar o perfil clínico-epidemiológico atual destes, determinar a correlação entre a razão de proteinúria e creatininúria em amostra e proteinúria de 24 horas, apresentar a prevalência e fatores de risco para hipertensão arterial e proteinúria patológica nesta população especial, e investigar as diferenças entre coinfectados por HIV/HCV e monoinfectados por HIV em relação a aspectos clínicos e demográficos Indivíduos e Métodos: Foi realizado a revisão de prontuários médicos de 1.030 pessoas infectadas pelo HIV com 18 anos ou mais em uma clínica de HIV / AIDS em Porto Alegre, Brasil. Os dados clínicos e demográficos foram coletados a partir dos prontuários dos pacientes atendidos entre março de 2008 e dezembro de 2012. Resultados: O presente estudo mostrou um perfil diferente de indivíduos HIV atualmente no Brasil: eles estão ficando mais velhos e os fatores de risco tradicionais para doenças cardiovasculares estão presentes nesta população, como tabagismo, dislipidemia e hipertensão arterial. Foi encontrada uma forte correlação entre a razão de proteinúria e creatininúria em amostra e proteinúria de 24 horas em pacientes com HIV. A prevalência de hipertensão arterial no presente estudo foi de 22,5%. Idade maior do que 40 anos e obesidade estiveram significativamente associados com a hipertensão arterial. A prevalência de proteinúria patológica no presente estudo de foi de 20%. Regimes de tratamento contendo Tenofovir e Linfócitos CD4 totais abaixo de 200 células/mm3 foram significativamente associados com proteinúria patológica. Finalmente a prevalência de HCV no presente estudo foi de 11,8%. Dislipidemia foi mais comum entre pacientes monoinfectados. Coinfectados mostraram-se mais velhos, com menores níveis de lipídios e maior prevalência de proteinúria patológica em comparação com pacientes monoinfectados. Conclusão: Os dados apresentados neste estudo mostraram que indivíduos vivendo HIV estão ficando mais velhos. Embora HAART melhore os resultados e sobrevida, as doenças cardiovasculares e renais são muito mais prevalentes do que no passado. Além disso, os clínicos devem reconhecer que os indivíduos coinfectados e monoinfectados são diferentes grupos e devem ser manejados e rastreados individualmente a fim de evitar complicações cardiovasculares e renais no futuro.