Segurança na manipulação de formas farmacêuticas sólidas orais por profissionais de enfermagem em pediatria
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Data
2020
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Editora
Wagner Wessfll
Editor Literário
Resumo
INTRODUÇÃO: A carência de formulações farmacêuticas desenvolvidas para
uso em pediatria gera insegurança na administração de medicamentos para
estes pacientes. O preparo de medicamentos para uso hospitalar é de
responsabilidade exclusiva do profissional farmacêutico mas, na realidade
brasileira, apenas 7,2% das farmácias hospitalares realizam o fracionamento
dos medicamentos para a dispensação. Dessa forma, a manipulação muitas
vezes ocorre nos postos de enfermagem onde não há condições adequadas, por
profissionais não habilitados e sem a supervisão de um farmacêutico.
OBJETIVO: Identificar as doses prescritas para os cinco medicamentos de
maior consumo e quantificar o número de modificações da forma farmacêutica,
preparada por profissionais de enfermagem para a administração da dose
prescrita aos pacientes. Desenvolver material audiovisual e exercícios práticos
visando aumentar a segurança no preparo de medicamentos por profissionais
de enfermagem que atuam em pediatria. MÉTODO: Trata-se de um estudo
observacional, retrospectivo e descritivo para
quantificar as alterações da forma farmacêutica, preparada por profissionais de
enfermagem, no período de 01 de janeiro até 31 de dezembro de 2018. Também
foram avaliados dados que relacionam o número de modificações com a idade
dos pacientes. O estudo foi desenvolvido em um hospital pediátrico, filantrópico
e de ensino, de grande porte, localizado na cidade de Porto Alegre, Rio Grande
do Sul. RESULTADOS: Os medicamentos sólidos orais de maior consumo e o
percentual de modificação de forma farmacêutica para cada um deles foram:
metadona (92,92%), diazepam (96,23%), tacrolimo (12,32%), sulfametoxazol em
associação com trimetoprima (5,42%) e besilato de anlodipino (41,19%). Os
medicamentos metadona e diazepam precisam ser modificados na maior parte
das prescrições (acima de 80%). Foi possível observar que existe uma
associação significativa entre a necessidade de modificação da forma
farmacêutica e a faixa etária dos pacientes. CONCLUSÃO: A manipulação de um
grande número de medicamentos sólidos orais é realizada pelos profissionais
de enfermagem para permitir a administração das doses prescritas aos
pacientes. Para mudar esse cenário, são necessários investimentos e ações das
entidades reguladoras de medicamentos, no sentido de disponibilizar
medicamentos apropriados para crianças. Além disso, as capacitações em cálculos de doses para as equipes de enfermagem são imprescindíveis para que
a administração de medicamentos se torne mais segura e apropriada.
PRODUTO: Como produto deste estudo foi desenvolvido um material
audiovisual em forma de capacitação à distância para as equipes de
enfermagem que atuam na pediatria, buscando atualizar o conhecimento sobre
a correta manipulação de formas farmacêuticas sólidas e sobre as conversões
de unidades de medida através de exemplos práticos de cálculos para a
administração de medicamentos. O material está disponível no Moodle
institucional, constituindo a Formação Continuada de profissionais de
enfermagem e também está disponível em ambiente virtual em um site da web
aberto ao público.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ensino na Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Segurança do Paciente, Hospitais Pediátricos, Administração Oral, [en] Patient Safety, [en] Hospitals, Pediatric, [en] Administration, Oral