Efeito in vitro do metabólito acumulado, globotriaosilceramida, na doença de Fabry sobre os complexos da cadeia transportadora de elétrons e parâmetros redox
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Data
2017
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Editora
Editor Literário
Resumo
Introdução:
As doenças lisossômicas de depósito (DLD) são uma família de mais de 50
doenças genéticas distintas sendo cada uma o resultado de um defeito na função
de uma enzima lisossomal específica. A doença de Fabry (DF) é de herança
ligada ao X e ocorre devido a mutações no gene GLA, que codifica a enzima α
galactosidase A. Trata-se de uma enzima lisossomal, o que torna também a DF
uma DLD. Como consequência, os substratos da enzima acumulam-se nos mais
variados líquidos biológicos e tecidos. O resultado é a diminuição ou não
capacidade de catabolizar lipídeos com resíduos terminais de α-galactosil, em
especial o globotriaosilceramida (GB3), havendo acúmulo progressivo destes
nos lisossomos de diferentes tecidos.
Objetivos:
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito in vitro do metabólito GB3 sobre os
complexos da cadeia transportadora de elétrons e os parâmetros redox (enzimas
antioxidantes, lipoperoxidação e formação de espécies reativas).
Materiais e métodos:
Os parâmetros avaliados neste trabalho foram determinados no homogeneizado
(córtex cerebral e rim) de ratos Wistar pré-incubado por 60 minutos a 37°C na
ausência (grupo controle) ou na presença (grupo teste) do GB3 nas
concentrações de 3, 6, 9 e 12 mg/L.
Resultados:
Nossos resultados mostraram uma diminuição da atividade das enzimas
catalase (CAT) e superóxido dismutase (SOD) no córtex cerebral, bem como um aumento na formação do malondialdeído (MDA), na presença do GB3.
Verificamos ainda que o GB3 in vitro foi capaz de provocar um aumento na
atividade dos complexos II e IV da cadeia transportadora de elétrons (CTE), um
aumento da produção de espécies reativas e um aumento na atividade da SOD
no homogeneizado do rim dos ratos.
Conclusões:
Enfim, nossos resultados sugerem que o principal metabólito acumulado na DF,
o GB3, parece contribuir para o desequilíbrio energético e o redox celular, e o
que pode estar relacionado às manifestações renais e cerebrais graves
observadas na doença. Entretanto, mais estudos envolvendo a avaliação da
CTE em amostras de pacientes ou em cultura celular poderão auxiliar no melhor
entendimento destes resultados.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Patologia, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Doença Lisossômica de Depósito, Doença de Fabry, Cadeia Transportadora de Elétrons, Espécies Reativas, Estresse Oxidativo, [en] Fabry Disease, [en] Electrons, [en] Oxidative Stress