Avaliação da influência de polimorfismos nos genes dos receptores de sabor TAS1R2 e TAS1R3 na ingestão alimentar e parâmetros antropométricos de crianças
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Data
2013
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Editora
Editor Literário
Resumo
A prevalência mundial da obesidade infantil vem apresentando um
rápido aumento nas últimas décadas, tendo dobrado de 1980 até os dias
atuais, e sendo caracterizada como uma verdadeira epidemia mundial. O
componente genético desempenha um papel importante na regulação do
balanço energético e diferenças interindividuais do IMC podem ser explicadas
por fatores genéticos. A percepção do sabor pode ser uma regra-chave na
determinação da preferência por alimentos e hábitos alimentares e diferenças
individuais na percepção dos sabores (doce, amargo, salgado, ácido e umami),
interferindo no estado nutricional e no risco de doenças relacionadas a esse
estado. Desta forma, a compreensão da heterogeneidade de fatores causais da
obesidade pode auxiliar na escolha de tratamentos e medidas preventivas
individualizadas. Considerando que os polimorfismos rs35874116 no gene
TAS1R2, e rs35744813 no gene TAS1R3 podem determinar diferenças na
transcrição e na expressão dos receptores de sabor é possível que eles
determinem diferenças de sensibilidade aos sabores doce e umami. Dessa
forma, este estudo se propôs investigar a associação desses polimorfismos nos
genes TAS1R2 e TAS1R3 com padrão de ingestão alimentar e parâmetros de
adiposidade em crianças em três fases do desenvolvimento, um ano, aos três a
quatro anos (325) e aos sete a oitos anos de idade (353). Os polimorfismos
foram analisados em equipamento de automação laboratorial pela metodologia de discriminação alélica Taq Man©. As variáveis foram comparadas entre os grupos por General Linear Model, por ANOVA, pelo teste U de Mann-Whitney ou por Kruskal-Wallis. As frequências genotípicas encontradas estão de acordo
com estudos prévios e em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Foi observada nas crianças de um ano de idade que a presença do alelo A no polimorfismo rs35744813 no gene TAS1R3 estava associado com a maior ingestão diária média de energia quando comparado com os homozigotos G/G (p=0.037).
Observou-se aumento na ingestão de alimentos com alta densidade de açúcares em portadores do alelo T no polimorfismo rs37874116 no gene TAS1R2 quando comparado com homozigotos C/C (p=0,047). E em crianças de sete a oito anos de idade, o polimorfismo rs37874116 no gene TAS1R2 foi associado à variação no IMC entre um e sete a oito anos de idade, as crianças homozigotos C/C ganharam mais peso que as portadoras do alelo T(p=0.009). Em crianças de 3 a 4 anos não houve diferenças significativas nas
variáveis antropométricas para ambos os polimorfismos em genes TAS1R3 e TAS1R2. As descobertas deste estudo são relevantes, principalmente por avaliarem o consumo alimentar e estado nutricional em diferentes fases da infância e a sua correlação com as variações genéticas em genes de
receptores de sabor, isso pode abrir novas perspectivas para pesquisadores e
colaborar com o estudo da obesidade infantil.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Doces, Obesidade, Percepção Gustatória, Polimorfismo Genético, Variação Genética, [en] Candy, [en] Obesity, [en] Taste Perception, [en] Polymorphism, Genetic, [en] Genetic Variation