Detecção de vírus respiratórios por PCR em tempo real em crianças com otite média aguda recorrente

Carregando...
Imagem de Miniatura
Data
2019
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Wagner Wessfll
Resumo
A otite média aguda (OMA) se define pela presença de secreção no ouvido médio com o rápido aparecimento de sinais e sintomas inflamatórios do mesmo. Na ocorrência de três episódios de OMA em seis meses ou quatro episódios em um ano, se caracteriza OMA recorrente (OMAR). A OMA é uma das doenças mais diagnosticadas e prevalentes em crianças do mundo todo, sendo considerada a principal causa de consultas médicas, prescrição de antibióticos e cirurgias na prática pediátrica, constituindo um problema de saúde mundial na infância. Esta patologia é multifatorial, com diversos fatores de risco, tanto genéticos e imunológicos, associados ao hospedeiro, quanto ambientais e microbiológicos. Mas apesar de ser multifatorial, a OMA é principalmente uma doença infecciosa, com etiologia viral ou bacteriana, ou ambas. A OMA é normalmente considerada uma infecção bacteriana, sendo Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza e Moraxella catarrhalis os principais patógenos bacterianos envolvidos nesta patologia. Entretando, a maioria dos casos de OMA ocorre concomitantemente ou logo após uma infecção viral do trato respiratório superior. Os vírus respiratórios (VRs) são os responsáveis por uma cascata de eventos que levam ao desenvolvimento da OMA, e inclusive, aumentam o risco de infecção bacteriana. Assim sendo, os VRs podem ser identificados como os únicos agentes causadores de OMA ou como co-patógenos, juntamente com patógenos bacterianos. Cientes disto, o objetivo deste estudo foi pesquisar a prevalência de VRs em amostras de fluídos de ouvido médio de crianças com OMAR, por reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR em tempo real). A população do estudo consistiu em 107 crianças que apresentavam diagnóstico médico de OMAR, com indicação de procedimento cirúrgico, no período de julho de 2016 a outubro de 2017. Das 107 crianças, com OMA uni ou bilateral, foram obtidas 204 amostras de fluído de ouvido médio, que foram coletadas por otorrinolaringologistas através de timpanocentese e analisadas no Laboratório de Microbiologia Molecular da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Para as 204 amostras de fluído de ouvido médio foram realizados PCR em tempo real para os seguintes VRs: vírus influenza A (FluV A) e B (FluV B), vírus sincicial respiratório (RSV), vírus parainfluenza 1 (PIV 1), 2 (PIV 2) e 3 (PIV 3), rinovírus humano (hRNV), metapneumovírus humano (hMPV), adenovírus (AdV) e bocavírus humano (hBoV). Do total de 107 crianças, 29 (27,1%) tiveram amostras de fluido de ouvido médio positivas para detecção dos VRs analisados, uni ou bilateralmente. Os VRs detectados nas amostras destas crianças foram hBoV, hRNV, AdV, PIV 1 e PIV 3, os demais VRs não foram detectados.
Descrição
Dissertação (Mestrado)-Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Fundação Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Palavras-chave
Otite Média, Vírus, PCR em Tempo Real, Fluído de Orelha Média, [en] Otitis Media, [en] Viruses, [en] Real-Time Polymerase Chain Reaction
Citação